A propósito do regresso às aulas e de um debate na SIC, especialistas começam a pensar em modelos futuros.
Exemplo um sistema híbrido, em que o aluno não tem que estar tanto tempo nas escolas, não perdendo nenhum conteúdo, uma vez que será substituído pelo ensino à distância. Para tal utiliza meios de tecnologia com aplicações melhores e mais pensadas para o uso das câmaras.
Isto não é apenas para este período que passamos, são sistemas que devem ser pensados de forma constante e regular para o futuro. Afinal de contas, existem vários estudos e pedidos de estudo para melhorar o ensino à distância, mas que falham exactamente porque não foram confrontados com a realidade que vivemos hoje.
A vir a ser assim, como já vão dizendo vários especialistas, levanta-se desde logo a importância do presentismo (não só na área escolar, mas profissional, também).
Se, por força das circunstâncias que nos estão ser impostas, conseguirmos encontrar meios mais eficazes para todos intervenientes, no caso escolar: professores, alunos, pais, etc para termos mais produtividade e eficácia do que era possível até aqui, porque não aproveitar?
Se surgirem esse tipo de programas em que o aluno fica em casa um ou dois dias por semana e só nos outros dias vai à escola e todos melhoram, deve ser para aproveitar.
Neste caso, porém, há várias questões que terão de ser respondidas, como a capacidade dos pais de deixarem os filhos em casa sozinhos.
Depois coloca completamente em causa a máxima de que “a escola é, antes demais, um espaço de socialização”. Claro que o debate terá que ser feito e novas respostas surgirão.
Portanto, esta crise poderá servir para passarmos de vez para um mundo mais electrónico, onde as coisas poderão ser feitas de forma muito mais fácil, eficaz e produtiva (mesmo ao nível empresarial e da função pública) para todos os envolvidos.
Será uma realidade completamente diferente, como já não ir às compras porque é possível encomendar pela net e vir parar à nossa porta. Mas será uma realidade melhor, estou certo.
Terá de haver aqui um espaço de tempo para as coisas se ajustarem, porque poderá se dar o caso de profissões deixarem de existir e surgirem outras, novas. No entanto, creio, que tudo irá tomando o seu lugar. É claro que o poder político também que terá de mudar e acompanhar os tempos, sob pena de outros, mais actualizados, virem a ocupar o poder. Aliás, é o que acontecerá naturalmente.
Não se pense que deixa de haver socialização, pelo contrário, os bares, restaurantes e principalmente a cultura terão de continuar a ser fundamentais.
Claro que isto é uma realidade pós esta pandemia. Nada é mais importante que isso neste momento, mas pode servir paa virmos a ser melhores, mais eficazes, produtivos e até ter mais tempo disponível no futuro.
máquina de lavar
sem objectivos higiénico-sociais
13 abril 2020
30 outubro 2018
O Benfica não é Vieira nem de Vieira
Andam todos escandalizados, por causa de uma conversa entre o senhor Vieira e um empresário (pelo teor factual, talvez em Dezembro do ano passado) onde aquele aceitava e incentivava uma solução (pagamento da cláusula de rescisão ou parte dela) para a saída do treinador (o tal que, segundo Vieira, era o homem do leme para conquistar a Europa). A conversa, em abstracto, é normal no mundo dos negócios. O que é anormal, mas vem clarificar as suspeitas que a realidade confirmou, é o facto dela ser reveladora de que, para o senhor Vieira, era completamente indiferente ganhar o campeonato que decorria e muito menos nas circunstâncias específicas de poder ganhar um inédito pentacampeonato, tudo aliado às fragilidades económicas dos adversários do Benfica, ainda hoje bem patentes (ver relatórios de contas). Na altura, ninguém percebeu o desinteresse e o desinvestimento. É hoje claro que o senhor Vieira não quis ganhar o campeonato da época 2017/2018. Eu, que eleição após eleição, voto contra o senhor Vieira, sinto-me embaraçado por o meu clube ter um presidente que, julgando ser dono dele, abdica de ganhar e que as "casinhas", que o suportam eleitoralmente, representam os sócios e adeptos. Decididamente, o senhor Vieira não representa a essência do Benfica. Os sócios deverão tirar as ilações que as evidências mostram. Pessoalmente, há muito tempo que estou esclarecido e que sei o que (não) quero.
06 dezembro 2017
PORTRAIT DE L’HONNÊTE HOMME PAR LUI-MÊME ET QUELQUES AUTRES
In Memoriam de Jean d’Ormesson
(16.06.1925 - 05.12.2017)
. Il faut me pardonner. J’ai la manie des citations,
chacun le sait, et des noms un peu ronflants.
Jean d’Ormesson, Odeur
du temps, Éditions de Héloïse d’Ormesson, Pocket, 2011, 457
. On se moque de mon goût des citations. Mais il est à
mes yeux une manière de fraternité avec Kant ou Spinoza.
Jean d’Ormesson, «J’ai le culte des morts», entrevista de 29.10.2013, em
linha.
. Gala: Vous avez par exemple, cette passion des citations qui servent de
paravent à vos propres sentiments.
J.
d’O: Sans doute.
C’est ma charmante modestie. Les autres ont souvent mieux dit que je ne pourrais
le faire ce que je ressens.
Jean d’Ormesson,
entrevista com Séverine Servat, 14 de Abril de 2015, Gala Live, em linha
*
. C’était un aristocrate
du XVIIIe siècle égaré par la malice d'on ne sait quel dieu au temps du
nucléaire, de la technophilie et du politiquement correct.
Etienne de Montety, Le Figaro, 05.12.2017, net
. Un laboureur des lettres à la
nonchalance trompeuse, un humoriste travesti en philosophe, un indifférent
passionné et passionnant, un honnête homme dans le costume d’un homme desprit,
tel m’est apparu, attentif et aimable de surcroît, Jean d’Ormesson.
Dominique
Antoine, Interlignes, entrevista a
propósito do livro La Conversation , em
linha
.
C’est quelqu’un
d’assez seul, n’aimant rien tant que se promener à poil sur un chemin corse, au
milieu des chèvres, en regardant un beau paysage.
Jean-Marie Rouart
. Vous écrivez bien, Monsieur, je crois même
qu’il est difficile d’écrire mieux que vous ne le faites. Votre phrase est
allègre, parfois jusqu’à l’insolence, souple et précise, d’un équilibre sûr.
Vous êtes de ceux, un peu moins nombreux je le crains, à chaque génération, qui
savent que l’écrivain de race n’a pas besoin de s’inventer un langage pour
parler un langage qui soit à lui. Votre style est donc celui d’un classique.
Thierry Maulnier, Resposta a Jean d’Ormesson na Academia Francesa
*
. Les philosophes me prenaient pour un sauteur et les
sauteurs pour un philosophe. Et moi, ni l’un ni l’autre, bien caché, je voyais
la vie s’écouler avec plaisir.
Jean d’Ormesson, Garçon
de quoi écrire, Gallimard, Folio, 1991, 88.
. Les maîtres, à cette époque, au lycée
Condorcet, étaient des professeurs éminents et parfois célèbres: un Léon
Brunschvicg, l’auteur des Étapes de la philosophie mathématique et de Progrès
de la conscience dans la philosophie occidentale, un Charles Salomon qui
répétait volontiers : « Messieurs, je vous habituerai à une extrême précision
», un Hippolyte Parigot, journaliste au Temps et critique dramatique,
ennemi juré du mauvais goût, du maniérisme, de l’affectation, et dont une des
formules favorites était, dans sa simplicité, d’une terrible et éternelle
vérité : « Croyez-moi, Messieurs, c’est une chose très difficile que d’écrire
en français. »
Jean
d’Ormesson, Discours de réception, 6 de Junho de 1974, em linha
. La source, la racine, le point de départ de tout – de la langue et de la
pensée –, c’est l’école et l’enseignement. On a parfois le sentiment que l’école, qui n’apprend plus à
écrire, n’apprend même plus à lire – ni d’ailleurs à compter, ni à comprendre,
ni à penser. Les méthodes nouvelles
semblent moins efficaces que la bonne vieille dictée et la poésie apprise par
coeur et les tables de multiplication et la liste des départements et la
chronologie des rois de France ressassées jusqu’à plus soif. Il n’est pas tout
à fait exc1u que l’éveil, l’ouverture, l’adaptation au monde ne prennent de
sens que par l’effort et la discipline librement consenties. «Il n’y a pas
d’effort inutile. Sisyphe se faisait les muscles.» La pensée de Paul Valéry est
peut-être le précepte de base de tout enseignement.
Une langue claire,
maitrisée, sans fioritures de routine ou d’idéologie, sans traces de graisse ou
de paresse, sans ambiguité et sans flou, ouverte à l’extérieur parce qu’elle
serait solide à l’intérieur, voilà le but qu’il faut se fixer. Pour le reste,
inutile de pleurer. Tant que les Français ne seront pas plus nombreux, tant
qu’ils ne seront pas plus actifs sur les marches étrangers, tant qu’i1s ne
seront pas décidés à se manifester au-dehors plutôt qu’à s’enfermer chez eux,
comment le français progresserait-il dans le monde?
Jean d’Ormesson, Odeur du temps, Pocket, 2011, 300-301 (Le Figaro, 14 avril 1983)
. J’ai toujours pensé que je serais un des dernières à écrire encore un
livre comme on les écrivait dans les siècles évanouis : avec une plume ou
un crayon, sur du papier, dans cette langue millénaire aujourd’hui menacée dont
se servaient Chamfort, Mérimée, Giraudoux ou Colette, sans machine d’aucune
sorte, sans trop se soucier de la mode ni des lecteurs, dans le sillage des
grands anciens dont on s’efforçait de se souvenir au lieu de rompre avec eux.
Jean d’Ormesson, Une autre histoire
de la littérature française, Gallimard, Folio, 2005, II, p. 324
. Et si je ne passais pas à l’acte d’écrire ces immenses choses, c’était
non seulement parce que je m’en sentais incapable, mais aussi parce que je me
berçais de l’illusion rassurante du chef-d’œuvre à La Chartreuse de Parme, qu’on peut écrire à l’âge mûr, en quelques
semaines, qui rachète les vagabondages de la vie et dont on peut même penser
que ces vagabondages l’ont aidé à naître.
Jean d’Ormesson, Garçon de quoi
écrire, Gallimard, Folio, 279-280
. On nous
demande souvent quels livres emporter sur une île déserte ? Certains répondent Les Mémoires d’outre-tombe, La Recherche du
temps perdu, ou tout Shakespeare. Moi, j’emporterais d’abord le Littré. J’y
apprends toujours quelque chose et, de surcroît, c’est un extraordinaire
recueil de citations littéraires. Toute l’histoire de la littérature est
dans le Littré.
Jean d’Ormesson, entrevista
. J’ai toujours défendu l’idée qu’il n’y a pas de devoir de culture et que
la littérature est d’abord un plaisir. Un plaisir très haut et qui exige
souvent des efforts. Mais enfin, un plaisir.
Jean d’Ormesson, Saveur du temps,
Pocket, 2010, p. 190
. La littérature classique est écrite par d’honnêtes gens pour l’honnête
homme.
Jean d’Ormesson, Une autre histoire da la littérature française, Gallimard,
Folio, 2005, I, p. 57.
. Le nationalisme littéraire, je le répète, m’est entièrement étranger. La
Fontaine, Flaubert et Proust, qui ne se sont jamais définis comme des écrivains
nationaux, ont fait plus pour la gloire de la France que Barrès ou Drumont, et
autant que Péguy. Alors de quoi s’agit-il ? Avant tout de payer un tribut.
Le lien du langage, dit Tocqueville, est le lien le plus fort et le plus durable
qui puisse unir les hommes. La langue est tout pour un écrivain, et la langue
française est tout pour moi. Je dirais même que, pour moi, la langue française
compte plus que la France.
Jean d’Ormesson, Garçon de quoi
écrire, Gallimard, Folio, 1991, p. 94
. Et en ce qui concerne les jugements littéraires, je n’ai jamais fait
mystère de mes préférences, même quand elles pouvaient déranger mon «camp»
supposé. Dans ce domaine, le conformisme et l’anticonformisme me sont également
étrangers.
Jean d’Ormesson, Garçon de quoi
écrire, Gallimard, Folio, 1991, p. 43
. - Et en littérature ? - J’ai mes grands hommes, naturellement. Mais,
je lis comme j’écris : pour le plaisir. Et j’en trouve un peu partout.
Jean d’Ormesson, Garçon de quoi
écrire, Gallimard, Folio, 1991, p. 45
. Mais la colombe de Kant s’imaginait, elle aussi, devoir mieux voler si
l’air ne l’a gênait plus. Il n’est pas certain que l’absence de matière soit
l’idéal de la forme. Il peut y avoir avantage pour un contenant d’avoir un
contenu à contenir. Le langage n’a peut-être pas tout à gagner de n’avoir plus
rien à dire.
Jean d’Ormesson, Au revoir et Merci
. La littérature, c'est une affaire entendue, est du chagrin dominé
par la grammaire.
Jean d’Ormesson, Qu’ai-je donc fait
. Sans doute, d’une façon ou d’une autre, toute littérature est liée à
l’échec et a la revanche sur l’échec.
Jean d’Ormesson, Mon
dernier rêve sera pour vous – Une biographie sentimentale de Chateaubriand,
Jean-Claude Lattés, Le Livre de Poche, 2010, p. 261
. S’il fallait résumer en deux mots l’image que nous
nous faisons de la littérature, nous dirions : le plaisir et le style. Ils
ne cessent de se mêler et de s’entrecroiser. Le plaisir : les histoires,
l’intrigue, les personnages, la surprise et la gaieté, l’intelligence et la
hauteur, le souvenir et l’espérance. Tout cela n’est rien et ne peut rien être
sans le dieu mystérieux qui règne sur les mots et qui donne son statut a la
littérature : le style.
Jean d’Ormesson, Une autre histoire de la littérature française, Gallimard, Folio, 2005,
II, p. 11
. La littérature vivante d’aujourd’hui,
qui m’a si souvent emmerdé avec son sérieux implacable et son pédantisme
expérimental et toujours avorté, je lui rends bien volontiers la monnaie de sa
pièce et je l’envoie se faire foutre avec beaucoup de gaieté.
Jean d’Ormesson, Qu’ai-je donc fait, Robert Laffont, 2011, Pocket, 26
. Bien sûre, je hais la mode, les auteurs qu’il faut avoir lus, tout ce qui
est important aujourd’hui et qui sera oublié demain. Mais la mode ne mérite pas
plus que le silence. Seuls comptent ceux qu’on lit avec une sorte de
tremblement, et qui pour moi s’appellent Chateaubriand, Stendhal, Aragon…
Jean d’Ormesson, Garçon de quoi
écrire, Gallimard, Folio, 1991, p. 46
. -- Les philosophes et les écrivains font partie de vos absents intimes
?
-- Ah oui ! Je suis surement plus proche de Chateaubriand
et de Saint Augustin que de mes arrière-grand-mères... Ils sont mes intimes,
car je leur dois tout. Quand je parle du temps, c’est à la lumière du Livre XI
des Confessions.
Jean d’Ormesson, «J’ai le culte des morts», entrevista de 29.10.2013, em
linha
. En règle générale, je préfère l’avenir au passé, mais, en matière de
langage, je crois que nous arrivons au bout de quelque chose que j’ai aimé.
Jean d’Ormesson, Et toi mon cœur
pourquoi bats-tu, Folio, 2012, p. 418
. Disciple optimiste, attardé et
vraisemblablement unique en notre âge de Bernardin de Saint-Pierre, de Leibniz,
du Caro de La Fontaine
et du docteur Pangloss, je m’obstine encore a penser que Dieu se charge du
monde et des hommes plutôt mieux que les hommes. L’histoire a plus de talent
que ses acteurs les plus géniaux.
Jean d’Ormesson, Au revoir
et merci, «Préface»
. J’ai simplifié ma vie. Je
n’écris plus de préfaces, je ne vais plus dans les colloques, et le téléphone
portable, Internet et donc Facebook me sont complètement étrangers. Je ne porte pas de
montre non plus, car la tyrannie du temps est une atteinte grave à la liberté.
Contrairement aux souliers. J'ai beaucoup aimé les souliers, au point d'avoir,
pendant un temps, dépensé tout l’argent que je gagnais chez Gatto, le
cordonnier du roi d’Italie. J’étais bizarre.
Jean d’Ormesson, entrevista a Le Point, 17.05.2012, em linha
. Moi qui ne crois pas aux systèmes, je
croirais volontiers à une certaine allure et au style. J’apprécie de l’égoïsme
l’aisance, l’absence de contrainte, le laisser-aller sans avachissement.
Jean d’Ormesson, Du côté de chez Jean, VII
. Je ne crois pas au déterminisme économique, à ce déterminisme que les
libéraux extrêmes et les marxistes ont curieusement en commun.
Jean d’Ormesson, Garçon
de quoi écrire, Gallimard, Folio, 1991, 105.
. Comme la justice, la vérité est hors de notre portée. La tâche des hommes
est de la poursuivre sans relâche en abandonnant tout espoir de jamais pouvoir
l’atteindre.
Jean d’Ormesson, Qu’ai-je donc fait,
Robert Laffont, 2011, Pocket, 301
. L’ambition m’était indifférente, mais l’argent ne m’était pas
indifférent. L’argent, c’était du solide, on pouvait faire des choses avec
l’argent, se dispenser d’avoir un de ces métiers dévorants qui vous ligotent
pour la vie, voyager, être libre, et même écrire, si on voulait. Vous vous
rappelez Chateaubriand: «Oh! argent, source de liberté, tu arranges mille
choses dans notre existence où tout est difficile sans toi. Excepté la gloire,
que ne peut-tu donner? Quand on n’a point d’argent, on est dans la dépendance
de toutes choses e de tout le monde.»
Jean d’Ormesson, Garçon
de quoi écrire, Gallimard, Folio, 1991, 282.
. L’argent ne fait pas le bonheur des riches; l’argent fait le bonheur des
pauvres.
Jean d’Ormesson, entrevista na apresentação de C’est l’amour que nous aimons, no Youtube
. Si vous n’aimez pas l’argent, rendez-le.
Jean d’Ormesson, em programa da TV francesa
. Je pense que le monde a toujours été au seuil des catastrophes,
que les catastrophes n’ont pas été évitées et qu'elles nous arriveront aussi.
Malraux, je crois, disait : “Paris aussi fera de très belles ruines.” Tout ce
qui est autour de nous, là, est condamné. Notre vie est condamnée, mais ça
n'empêchera pas les gens d'être heureux... Le monde est tricoté comme ça: vous
poursuivez des choses que vous n'atteindrez pas, et vous devez les poursuivre.
Tout ce que vous aimez disparaîtra, mais vous serez très heureux quand même. Le
monde est une vallée de larmes, et c’est une vallée de roses. Si vous dites que
c'est exclusivement une vallée de roses, vous êtes un imbécile, et si vous
dites que c’est exclusivement une vallée de larmes, vous êtes un imbécile
aussi. Des larmes et des roses, oui ! Et l’idéal, c'est de dire merci pour les
roses et merci aussi pour les épines. C'est un peu difficile, mais nous sommes
obligés d'être un peu héroïques, c'est-à-dire un peu gais, même si les barbares
arrivent, et ils finiront bien par arriver...
Jean d’Ormesson, entrevista a Le Point, 17.05.2012, em linha
. En baisse : la nation; l’autorité; la
tradition; la transmission;
les règles immuables; le bon sens, devenu, par la force caché des choses,
parce que la Terre
n’est pas plate, parce que l’espace est courbe, synonyme de stupidité; le
passé; l’hérédité; le mariage; les rites; l’orthographe; la
grammaire; le latin et le grec; la littérature française; le
point-virgule; l’hiver; peut-être les blondes ?
En hausse : la physique mathématique; la biologie; la
santé; l’âge moyen; l’invention; le jeu;
l’ironie; la dérision; le deuxième gré, le troisième, le
quatrième; la toile; l’opinion publique; une langue anglaise
tombée au niveau le plus bas; le chinois; l’humanitaire;
l’universel; l’été.
Jean d’Ormesson, Qu’ai-je donc fait,
Robert Laffont, 2011, Pocket, 224
. La science et la technique ont fait des progrès inouïs. Elles ont rendu
la vie plus facile et moins dure – et elles commencent à faire peur. Je crois,
je me trompe peut-être, que les hommes espéraient mieux. On assure qu’Einstein,
à la fin de sa vie, aurait préféré être plombier.
Jean d’Ormesson, C’est une chose
étrange à la fin que le monde, Robert Laffont, Pocket, 2011, p. 196
. Tout ce que la science peut faire, elle le fera.
Jean d’Ormesson, entrevista de 6 de Outubro de 2016
. - Avez-vous le sentiment d’avoir découvert des choses qui en valaient la
peine ? - J’ai surtout le sentiment d’avoir découvert qu’on pouvait
s’abstenir de découvrir. Vivre suffit. Il y a autant de merveilles dans la vie
la plus simple que dans la vie la plus savante ou la plus aventureuse.
L’essentiel est d’accepter que le monde soit cette fête en larmes, toujours
semblable, toujours diverse, dont la clé nous échappe. J’ai d’ailleurs mis trop
de temps à faire cette découverte. Et puis, tout de même, la justice. La
vérité. On n’y atteint jamais, vous le savez. Mais il faut y tendre.
Jean d’Ormesson, Garçon
de quoi écrire, Gallimard, Folio, 1991, 399-400.
. Il n’est pas tout a fait sur que, pour chacun de nous, les grands événements
soient ce qu’il y a de plus important.
Jean d’Ormesson, Garçon de quoi
écrire, Gallimard, Folio, 1991, 192
. Il ne détesterait pas laisser à d’autres le soin de s’occuper de sa
propre vie.
Jean d’Ormesson sobre La
Fontaine , Une autre
histoire de la littérature française, Gallimard, Folio, 2005, II, p. 49.
*
. Qu’ai-je donc fait ? J’ai essayé d’être libre. Je me suis moqué de
la mode, des entraînements, des prestiges de l’époque. Je me suis attaché à
Dieu, a la beauté, au plaisir qui n’avaient pas la faveur des temps où j’ai
vécu et qui étaient passés de mode. Je les ai achetés à la baisse, quand plus
grand-monde n’en voulait. Ils remonteront, je n’en doute pas. Encore un bon lot
de catastrophes inédites, encore un peut de hideur étalée à nos yeux, encore
quelques chagrins, et on se les disputera. Je n’ai pas attendu leur retour pour
les servir et les aimer.
Jean d’Ormesson, Qu’ai-je donc fait,
Robert Laffont, 2011, Pocket, 318
*
. Je ne suis pas toujours de mon avis. Ce
qui ne veut pas dire que je sois du votre.
Jean d’Ormesson, Qu’ai-je donc fait, Robert Laffont, Pocket, 133-134
*
. Et vous, en 2250, souhaiteriez-vous y être ?
En 2250, en dépit de la formule de Barbey d’Aurevilly : “Pour le climat, je
préfère le ciel ; mais pour la compagnie, je préfère l’enfer”, je souhaiterais
être au paradis.
Jean d’Ormesson, entrevista ao Paris Match, 22.09.2013
***
C’était bien.
14 julho 2017
(futebol) É fácil roubar os clubes . parte I
Portugal 14 de Julho de 2017
A bola já rola
para gáudio
dos adeptos e sócios, Nélson Semedo foi vendido por 30 milhões, podendo render
mais 5 milhões por objectivos, mas o tema hoje é, pegando nas palavras de Bruno
de Carvalho de dia 3 de Julho “é fácil roubar os clubes”.
Segundo ele “É muito fácil roubar dinheiro a um clube. Nem é preciso uma conta bancária", disse Bruno
de Carvalho em entrevista ao site norte-americano de economia Bloomberg. O
presidente do Sporting referia-se à forma como
os clubes são geridos e ficam à mercê da fraude dos seus dirigentes,
referindo-se à forma "pouco ética e ilegal de alguns comportamentos comuns
em Portugal".
Vou “colar” mais coisas que tenho recolhido das publicações na comunicação social.
21 de Setembro de 2016, fonte BOLA: “O
administrador-executivo da SAD do Benfica, Domingos Soares Oliveira,
esclareceu, esta quarta-feira, que os
encarnados não têm prevista a venda de jogadores no próximo mercado de Janeiro”.
7 de Setembro de 2016, fonte TVI: “(Vieira) «Para nós, o empresário é uma
parceria. Temos uma parceria com a Gestifute e Jorge Mendes. É uma relação
aberta. Nós dizemos o que queremos gastar e ele cobra uma percentagem que pode
chegar a 10 por cento. O Benfica não tem segredos nem tabus, temos uma
mentalidade empresarial e não temos problema algum em dizer o que se passa. Tem
havido muita demagogia nas últimas semanas».
31 de Outubro de 2016, fonte CM: “Luís
Filipe Vieira projecta fazer um encaixe
financeiro de 90 milhões de euros no próximo mercado de inverno (Janeiro)...”
(nota: notícia não desmentida).
26 de Janeiro, fonte DN: “Os 30 milhões
encaixados com a venda de Gonçalo Guedes para o Paris Saint-Germain - assinou
ontem contrato válido até 2021 e fica com a camisola 15 dos parisienses - fazem
a SAD encarnada superar a barreira das
seis centenas de milhões. Ainda durante este período, os encarnados
investiram cerca de 380 milhões de euros no reforço do plantel principal, o que
corresponde a um saldo positivo superior
a 225 milhões de euros em transacções com futebolistas”.
25 de Março, fonte CM: “De acordo com
aquele relatório (nota: publicado no site da FPF), que apresenta verbas
referentes às comissões envolvidas tanto em transferências como
em renovações contratuais, houve 26
negócios com pagamento de comissões por parte do clube da Luz, com um montante
total envolvido de 30,105 milhões de euros”.
31 de Maio, fonte JOGO: “Tal como O JOGO noticiou atempadamente, André Moreira já não foge ao Benfica. O atleta aguarda apenas a
oficialização da transferência de Ederson para o Manchester City para receber a
ordem de fazer exames médicos e assinar contrato na Luz, o que pode acontecer
ainda esta semana. O guarda-redes
português do Atlético de Madrid tem há semanas um acordo encaminhado com as
águias, numa operação que contou com a participação do empresário Jorge Mendes,
curiosamente também responsável pela negociação do atual dono da baliza das
águias com os citizens”.
Podia colar mais coisas mas penso ter aqui matéria suficiente para tirar conclusões pouco simpáticas para os
benfiquistas que acreditam neste projecto empresarial do Benfica, nas
pessoas que o lideram, na propaganda que envolve este Benfica das parcerias com
Joaquim Oliveira, o dono da comunicação social ou Jorge Mendes, o super agente
que controla muito do que Oliveira não controla no que diz respeito à
comunicação social.
O Benfica está a ser “roubado”. É certo que está a ser “roubado” com esquemas “legais”, porque existem contratos
onde as partes acordam de boa fé, termos de compra e venda que ambos reconhecem
e aceitam. A questão é que, parte do que o Benfica paga a mais aos
agentes dos jogadores, com Jorge Mendes à cabeça, é distribuído, por detrás da “cortina”,
a muita gente dos clubes, e no caso do Benfica, da dita “estrutura”, com
(naturalmente) Vieira à cabeça.
Se o que Vieira disse na TVI fosse verdade, e Mendes (tal como os outros
empresários) cobrassem apenas 10% por intermediação, para o Benfica pagar 30
milhões de comissões teria de ter negociado,
entre compras e vendas, 300 milhões de euros em jogadores. Ora isso manifestamente
não aconteceu entre 1 de Abril de 2015 e 31 de Março de 2016.
O que acontece é que os famosos “direitos
económicos” que os empresários “arrastam” nos passes dos jogadores, sem se
perceber como os adquiriram ou quanto pagaram para os ter, são ao fim e ao cabo, comissões que os clubes pagam. São comissões
encapotadas para o público em geral, mas não para quem como a FPF, sistematiza
as contas dos clubes/SAD. E quando os clubes, como o Benfica, pagam essas comissões
a sociedades off-shore, é óbvio que a primeira conclusão que se tira é que se
pretende esconder o destino do dinheiro, para além de fugir ao pagamento de impostos.
E como tal todas as leituras são
possíveis.
(continua)
27 junho 2017
(futebol) E-mailes e SMS
Portugal 27 de Junho
de 2017
Nos dias que correm
o nome do Benfica tem sido conspurcado
com diversas noticias fazendo referência a comportamentos ilegítimos,
ilegais e eventualmente sancionáveis pela Justiça Civil e Desportiva. Temos
sido atacados de forma organizada pelos dois rivais, um que toma a iniciativa e
outro que reproduz as ondas de “choque”, e com um objectivo evidente que é condicionar toda a envolvente futebolística do
Benfica, para a próxima época desportiva.
Ganhar 4
campeonatos seguidos aos rivais, é algo inédito não só para o Benfica mas nos
tempos que correm, em particular se atendermos que antes disso, a mesma “estrutura” da SAD tinha ganho
apenas os campeonatos de 2004/2005 e 2009/2010, mas tinha “oferecido” um tetra
(2005/2009) e um tri (2011/2013) ou seja, 7 campeonatos em 8 possíveis, ao FCP.
É bom relembrar
isto porque os adeptos do Benfica são
sonhadores e pouco dados a estudar os problemas do clube, preferindo
“regurgitar” o que lêem na comunicação social (e os títulos que esta SAD “ofereceu”
ao FCP, não lêem de certeza). Ora a comunicação social, entenda-se, os respectivos patrões/ proprietários, são
apoiantes do actual modelo de gestão do Benfica por variadas razões que não
cabem neste texto.
Dito isto e
voltando aos e-mailes e sms, na minha
opinião não existe matéria grave que possa afectar desportivamente o clube.
Fundamento esta dedução num pormenor tão simples que parece ninguém ter
percebido: se os e-mailes e sms fossem de especial gravidade, os responsáveis do FCP e do SCP teriam guardado
sigilo, teriam entregue essas “provas” ao DIAP do MP e aguardariam o evoluir
das diligências desta entidade em conjunto com a PJ. Ao optarem por tornar
público os alegados “trunfos” que tinham, na minha opinião, FCP (e SCP a reboque) sabem que não há
conduta ilícita e apenas pretendem emporcalhar o nome do Benfica através do
julgamento popular, o único de que não há recurso possível! Uma vez “condenados”,
não há volta a dar, pelo menos na opinião pública. E é isso, e nada mais que
isso, que me parece que eles pretendem.
Ora o Benfica, fruto de uma deficiente estratégia de
comunicação, tem deixado que ao longo dos anos se crie a ideia de que somos beneficiados
pela arbitragem. Porquê? Não sei, mas desde que Vieira recebeu o emblema de
ouro pelos 50 anos de sócio sem ter recebido o emblema de prata pelos 25 anos
de sócio, como se comprova através do jornal BENFICA, é possível pensar em tudo.
O que é certo é que
a passividade do Benfica tem conjugado
bem com a agressividade dos rivais. Até que este ano se bateram recordes
negativos de acusações, muitas de especial gravidade, como escrevi atrás sem ilícito
penal ou desportivo, mas que mancham a
reputação do clube e da sua honrada história. Aparentemente, desta vez a
SAD “disparou” processos em várias direcções! Vamos ver quantos avançam mesmo, ou quanto são a fazer de conta que se está a
defender o clube.
Contudo, apesar de
não ver ilícito de espécie alguma, fica mais ou menos evidente como funciona a
SAD liderada pelo Sr.º Vieira, o “estranho” empresário que por onde passa deixa
quase sempre um rasto de falências enquanto a sua situação patrimonial se engrandece
(isto não é uma calúnia, resulta da apreciação dos factos conhecidos e divulgados
na internet). E qual é então o “modus operandi” de Vieira? É simples: conhecer os pontos fracos de um conjunto de
pessoas ligadas ao aparelho que gere, organiza e manda no futebol.
Qual o interesse
disto? Aqui cada um que veja como entender. Eu vejo algum paralelismo entre esta “sede” de conhecer as fragilidades de quem
pode ter interferência no sucesso ou insucesso futebolístico, e a sua forma de
proceder enquanto empresário, tal como foi retratada no “famoso” livro (não
publicado) divulgado por Pinto da Costa numa entrevista à RTP em 1 de Abril de
2010, “O águia do graveto”. Minar e
tirar partido, foi uma das características que esse livro (não publicado,
mas de que há referências na internet) evidenciou explicando como, pelo menos,
um negócio fraudulento lhe rendeu uns quantos milhões de euros.
No Benfica actual parece
existir a mesma cultura. Não me parece
que seja uma cultura que enobreça o clube, mas dado que os “notáveis” agora
não aparecem a dizer nada (como apareciam quando Vale e Azevedo era presidente
a gerir um clube falido e sem receitas), dado que as sondagens dão uma enorme
popularidade ao Sr.º Vieira, se calhar sou eu que estou a ver mal...
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