30 abril 2006

Condi fala do Irão

Condoleeza Rice em declarações à CBS, aqui traduzidas para português, diz que a ONU deve ser mais firme em relação ao Irão. China e Russia, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, têm uma posição mais contida. O Irão vai ser outro Iraque, onde os EUA vão impôr o seu poder e interesses? Ou a situação internacional mudou tanto nestes últimos anos que tal já não pode acontecer?
E o Irão, qual a principal motivação por trás do enriquecimento de urânio?

12 comentários:

Anónimo disse...

depois de clarificares

a natureza interna do regime teocratico iraniano(absolutista, missionário, etc etc) e

relacionares esta natureza com;
1) as ambições megalomanas do país no mundo arabe

2)a necessidade "absoluta" de garantir, internamente, a supressão da outra metade do irão, aquela que verdadeiramente ameaça os teocratas (a nivel interno)

perceberás, certamente, a determinação do actual regime em possuir armamento nuclear. Depois de nuclearizado, nunca mais ninguém se poderá atrever a atacar o irão. O iraão conseguirá assim aquilo que se chama de "autonomia estratégica" (poderá eliminar de uma vez por todas a oposição interna, instituindo uma teocracia ainda mais intolerante e, depois disto, prosseguir o hediondo objectivo de estabelecer um califato global e, claro, destruir o ocidente)

Abraço,

Anónimo disse...

é por estas, e outras, razoes que....

Anónimo disse...

z=ezequiel

nao tive tempo para escrever o meu nome

Rui Rebelo Gamboa disse...

Ezequeil, pode-se falar em 'teoria da dissuassão'? Como na guerra fria?

Rui Rebelo Gamboa disse...

Eu compreendo isso tudo, mas:

1º- certamente o Presidente do Irão sabe que a comunidade internacional não vai deixar

2º- tem a experiência mesmo a seu lado de se chatear os USA.

3º- penso que há razões mais profundas, que para as compreender é preciso ver o mundo pelos olhos de um muculmano, que desde o fim da WWII, têm sido ostracizados, devido à questão de Israel e principalmente de Jerusalem.

E esta é que é, como sabemos, a principal questão, que depois de resolvida, os restantes problemas entre muculamnos/ocidente tornár-se-ão menores.

Os exemplos sucedem-se de como o Ocidente obriga os muculmanos a 'democratizarem-se ocidentalizando-os', porque acham, segundo os seus valores, que é essa a solução, mas o que não se percbe são os valores dos muçulmanos. È preciso encontrar valores comuns aos dois lados e construir a partir daí. O exemplo do não reconhecimento do partido do Hamas é sintomático, porque mostra como foi-lhes obrigado o sistema democrático tipo ocidente e quando os resultados não interessam, não se reconhece.

É uma extremização, que essa sim, eu não entendo e não vejo bom fim.

Anónimo disse...

Caro Rui,

1- os regimes dogmáticos, neste caso teocrático, tendem a caracterizar-se por uma miopia selectiva. Participam na vida politica internacional de uma forma mt peculiar: instrumentalizam tudo e todos em nome da santidade dos principios ou "world view" que consideram verdadeiros. Numa entrevista á BBC, o responsável máximo do prog nuclear iraniano (não me recordo do nome do filho da puta, excuse my french) "escorregou" e disse que os processos de decisão nas NU são mt lentos e complicados; ou seja, sabe quao fácil é perverter ou manipular (atrasar etc) as NU (lembro-lhe que o processo Irão decorre desde, pelo menos, 1996)

2- Na minha opinião está a confundir duas coisas que, apesar de estarem relacionadas, operam de acordo com lógicas distintas: A questão Israelo-Arabe e a questão Islao-ocidente. A questão Isr-Arabe tem, de facto, repercussoes sistémicas (afecta a natureza da relação dos eua-por exemplo- com o mundo islamico) Todavia, inumeros estudos parecem demonstrar que o fundamentalismo islamico é um dogma expansionista ACTIVO (ou seja, não se trata apenas de reagir a uma determinada problemática regional). A fissura ocidente-islão tem uma genealogia bem mais complicada e longa do que a questão isr-arabe. O fundamentalismo islamico NÃO acabará quando se encontrar uma solução para o prob isr-arabe. Está é, a meu ver, uma visão redutora do problema. Já continuo

Anónimo disse...

O que eu queria dizer, mas não consigo pq hoje os neuronios estão num estado lastimável é o seguinte: O lider supremo do irao (o ayatolah) e o seu protegé lunático, o ahmidenejah, não compartilham da nossa racionalidade política. Este é um dos grandes dramas da politica internacional actual:as nossas opiniões públicas democratas não conseguem compreender a lógica perversa destes senhores fanáticos. Parece um simplismo, mas é verdade. Talvwez a psicanalise consiga explicar isto em termos da(nossa) projecção, para com aqueles com quem nos confrontamos, da NOSSA racionalidade. Temos que chamar as coisas pelos seus nomes. A lógica destes senhores é TEOCRÁTICA, IMPERIAL, e INTOLERANTE. Para si ou para mim, ele (ahminedehjah) DEVE compreender que a comunidade internacional nunca deixaria x ou y. Mas ele NÃO compreende isto, infelizmente!! O mesmo acontece com o hamas. Imagine que um hitler ou um estaline fosse eleito na Europa. A democracia pode se falsificar a si propria. Como é que reconhecemos um regime ou governo anti-democratico terrorista que foi eleito democraticamente? É uma questão complexa, sem dúvida.

continua a postar!
cumprimentos,

Anónimo disse...

"È preciso encontrar valores comuns aos dois lados e construir a partir daí. "

CONCORDO. Mas onde é que estão os valores comuns e como é que podemos explorar, ou construir, estes valores comuns sem primeiro reconhecer a primazia da democracia (e de todos os princípios e praticas que a constituem: tolerância, moderação ect)

Not easy!!

Além disso, aqueles que, no mundo islâmico, falam na compartilha de "valores comuns" são perseguidos por religiosos como heréticos ou traidores.

Rui, quais são os valores comuns????

cumprimentos

Anónimo disse...

Se me permites, gostaria de deixar aqui alguns textos que li recentemente, que ilustram algumas das dificuldades que nós estamos a considerar. São apenas pontos de partida. Se já os leste, tanto melhor.

http://www.chathamhouse.org.uk/index.php?id=119


http://www.chathamhouse.org.uk/pdf/research/mep/DebateUSIran.pdf


http://www.chathamhouse.org.uk/pdf/research/mep/TerrorandIraq.pdf


http://www.chathamhouse.org.uk/pdf/research/mep/CR-Islam0605.pdf

Anónimo disse...

Caro Rui

este numero do world politics (que é DE GRAÇA!!! Podes sacar todos os artigos) tem mt coisa engraçada. Se souberes de publicações online com material engraçado (portugues etc), por favor informa-me tb.

http://muse.jhu.edu/demo/world_politics/

Anónimo disse...

O artigo de que eu mais gostei foi o do Daniel Philpot, que tem mt a ver com aquilo de que estavamos a falar.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Caro Ezequiel,

Não conheço porque, pnão tenho o tempo que gostaria para procurar a net. Já agora, nós já falamos sobre a Teoria da Balança de Poderes e eu ppreciso de fazer um trabalho e gostaria que fosse sobre essa matéria, sabes onde posso procurar informação?