A honra e a dignidade são valores que, infelizmente, não abunda em quem exerce cargos de votação popular. Pelo menos é o que temos observado, e, para não cansar, relembro um outro (mau) exemplo recente, na Câmara Municipal da nossa Capital, Lisboa.
Outro politico que não se abstém de continuar a exercer cargos de eleição, mesmo estando acusado de crimes directamente relacionados com o cargos que exerce, é Isaltino de Morais que, mesmo depois de, novamente, acusado pelo Ministério Público de três crimes de corrupção passiva e, ainda, “de crime de participação económica em negócio, alegadamente devido a um contrato firmado por si para prestação de serviços à câmara que preside”.
Não seria mais digno ceder o lugar, provar em tribunal a sua inocência, e, então, regressar às suas funções, longe de desconfianças e com uma autoridade moral acima de qualquer suspeita?
Eu - mesmo sabendo que todos se presumem inocentes, até prova em contrário (em julgamento judicial)-, já não acredito que Isaltino de Morais seja inocente de qualquer crime. Não sou dos que, vendo fumo, logo se põem a dizer que há fogo, mas este senhor, há muito que vem sendo indiciado por crimes relacionados com corrupção enquanto autarca e de crimes económicos, dos quais destaco uma conta na Suiça, com, noticiou-se, mais de 500 mil euros, que prontamente passou para o nome de um seu sobrinho ali emigrado e que trabalhava como taxista. (também quero ser taxista na Suiça, buáá.!!) Mas o que não sou é tapado, e este “fumo” cheira a “madeira queimada”, logo, creio ser sinal de alarme.
Talvez os mais acérrimos apoiantes de Isaltino – na sua grande maioria, cidadãos da cidade de Oeiras -, ainda acreditem na inocência do seu, quase, eterno presidente de câmara. Ou talvez, mesmo sabendo que ele “tirou benefícios pessoais” (enquanto presidente daquela edilidade, e não só), o continuem apoiando, numa atitude, no mínimo, estúpida, de quem pensa “que os benefícios suplantam os malefícios”, neste caso, os crimes cometidos pelo senhor presidente.(?)
A causa pública visa o bem comum, nunca o pessoal.
2 comentários:
É (apenas) mais um exemplo, entre tantos, de onde se podem destacar Felgueiras, Gondomar, ou aquele senhor (escapa-me o nome e as Câmaras onde ele é e já foi Presidente) que partiu a mesa do 4º arbitro, num jogo, precisamente, contra o Santa Clara.
Parece claro que, este tipo de situação, tem origem na muito branda lei contra a corrupção, que existe em Portugal. Se o projecto que João Cravinho apresentou no Parlamento fosse em frente, talvez as coisas mudassem. Mas parece que não há vontade política, para isso.
O Isaltino Morais faz aquilo que a lei lhe permite, não se espere que tenha uma conduta moralmente correcta e interrompa o seu mandato até a sua inocência ser comprovada. Tenho pena que muitos autarcas estejam envolvidos em tanta 'negociata'.
Algo que valerá a pena pensar é, na razão porque isso não acontece nos Açores. Ou temos autarcas (e políticos, em geral) honestos e correctos, ou então não se sabe.
Maior fiscalização às Câmaras e não permitir os níveis (inacreditaveis) de endividamento é algo que foi feito. Agora este tipo de medidas não podem ser tomadas, tendo em conta interesses partidários ou centralistas, o principal critério deve ser um bom funcionamento autárquico, que leve ao desenvolvimento sustentado de todas as regiões e, principalmente, isento de relações menos claras entre as entidades eleitas das autarquias e empresários, jornalistas, etc. O interesse principal deve ser o das populações e não o de certos individuos, ainda que as próprias populações não o percebam.
Ainda me custa a compreender a recepção que Fátima Felgueiras teve, no seu regresso do Brasil...
O nome que estava à procura era o de Avelino Ferreira Torres, que já foi presidente da camara de Marco de Canaveses e que foi candidato a Amrante, na últimas Autárquicas, embora não tenha ganho.
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