20 maio 2007

Divide e Conquista

Todos sabemos que actualmente uma das maiores formas de ter poder é através do controle dos meios de comunicação social; sendo a televisão o mais poderoso.

Vem isto a propósito do Congresso do CDS/PP. Estamos a falar de um partido que tem uma representação muito exígua, por exemplo numa sondagem realizada recentemente, relativamente às eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa, o CDS arrecada apenas 0.8% das intenções de voto, contra os 5% da CDU, dos 6.2% do BE, ou dos 13.5% de Helena Roseta. Quem se recorda de ver nos vários telejornais, directos de congressos do BE, ou do PCP?

A leitura só pode ser a seguinte: o CDS quer aumentar o seu eleitorado, e isso acontecerá às custas do PSD, desta forma quem beneficia é o PS, que dividindo, conquista.

4 comentários:

Pedro Lopes disse...

O CDS-PP. mais PP agoar do que CDS, quis arrepiar caminho, que é como quem diz, afastar a crise em que viv(e)ia, colocando na presidência a sua figiura mais mediática e que mais simpatia colhe junto do eleitorado mais velh(inh)o.
Má escolha, má opção, digo eu.
Paulo Portas já não consegue cativar novos eleitores, tem os que sempre teve, e vai perdendo alguns, fruto das guerrilhas internas do seu PP.

Este "novo" PP, está mais gasto do que sola de pedinte em tempo de crise, daí a baixa percentagem de Telmo Correia, ainda mais numas eleições com tantos candidatos, á direita e á esquerda, e no centrão.

Telmo Correia vai sair de cabeça baixa,pois nem vereador vai ser.

Alguém escreveu á dias, não me recordo onde li, que o PP deveria fazer em portugal o que fez Aznar em Espanha, ou seja, ir conquistando vagarosamente, mas de maneira consolidada, o poder local, para depois atacar o nacional, com provas dadas nos executivos municipais.
Eu não podia concordar mais, quer se trate do PP ou do Bloco de esquerda, ou de outro qualquer partido. Dar provas e apresentar seriedade em pequena escala, para poder afirmar que se fará a nível nacional (macro) o que já se conseguiu a um nivel micro.

Com Carmona na corrida o eleitorado do PSD, não tem mais de duas escolhas; Negrão ou Carmona, não há lugar à terceira via, Telmo Correia.

É preciso não esqueçer que Sá Fernandes, que mostrou grande coragem e seriedade ao desmascarar a corrupção no caso "Braga parques", vai cativar um grande número de leitores, fartos da falta de transparência dos politicos, em especial do poder autárquico.

Quem vai ter vida díficil bvai ser António Costa, que, a ganhar, terá de fazer várias alianças para poder governar a capital. Logo ele que, estando neste governo de maioria, não está habituado a ter de discutir decisões ou ter de fazer cedências. Quem perde é, novamente, a cidade de Lisboa.

Vamos ver como se dividem os votos a 15 de junho.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Na altura em que escrevi isto ainda não se sabia quem era o candidato do PP, nem se Carmona iria se recandidatar. Custa-me a compreender como Carmona tem tanta popularidade, talvez por estar longe, não consigo ver os seu lado bom, porque parece-me um tipo antipático (para começar) e que está direcatmente envolvido no caso bragaparques como arguido e que abusou quando não abdicou da presidência da CML, porque aquela história do "comandante é o último a abandonar o barco", não pega.

Este meu post vai muito mais longe, porém, que a corrida à CML, onde o PSD não tem a minima hipótese. Esta parece ser a típica manobra, de quem está no poder, para o manter (que é a principal motivação de quem ganha umas eleições - ou seja no dia a seguir, começar a trabalhar para ganhar as próximas). Dividir para conquistar é dos livros, uma oposição enfraquecida é essencial para se governar e manter o poder. Ora, se o eleitorado à direita estiver disperso por dois partidos em vez de um só, muito melhor.

O Paulo Portas não sei se será assim tão mau para o PP. Apesar de tudo, é um político com algum brilhantismo (e esta é uma avaliação que não inclui os conteúdos, mas sim a sua forma de agir) e poderá cativar muito eleitorado insatisefeito e farto das esquerdas. As pessoas esquecem rapidamente certas coisas e um candidato vale aquilo que apresnta numa dada altura. Não me admiraria que dentro de algum tempo, tenhámos outra vez o duo-dinâmico na direita: Santana e Portas.

Anónimo disse...

Caro Rui, ainda agora, depois de já ter sido oficialmente apresentado como candidato do PP, Telomo Correia mantém-se abaixo de 1% nas sondagens. Não vai lá.....


E olha que Carmona, a meu ver, passa exactamente a imagem contrária a´quela que dizes, ou seja o tipo parece simpático, algo tímido, e até um pouco "tótó", e isso faz com que algum eleitorado sinta por ele alguma simpatia e "carinho". Os que assim pensam, devem achar que Carmona, inocente e ingénuo como é, foi levado por alguém a fazer as, eventuais, ilegalidades que o levaram a ser constituído arguido. Talvez esses também pensem, que a recusa de Carmona em sair, se devia exactamente ao facto deste não se sentir culpado, nem ter consciência de ter cometido qualquer crime.!!

Quanto ao tempo de antena de Paulo Portas, creio que dizes que, de algum modo esse possa ser promovido pelo PS, para, deste modo, tirar votos ao PSD, enfraquecendo o maior partido da oposição, e originando, possivélmente a mudança de Marques Mendes, por via de uma luta interna no PSD, que o deixava, aos olhos do eleitorado, como uma NÂO alternativa ao Governo. É isso , meu caro.

Pois podes ter alguma raz~~ao, pois essa leitura é possível, e seria uma jogada inteligente.

Não seria a primeira vez que Sócrates, ou alguém em seu nome, ligava para um qualquer responsável de um qualquer orgão de comunicação social, mostrando o seu desagrado por alguma noticia, ou fazendo algum tipo de "pressão".
Subtilmente, e atirando alguma areia para os olhos, "dá" tempo de antena ao Paulinho.
A tentação do contolo total, por parte de quem tem o comando do país, deve ser grande, pois a tal eternização no Poder - tantas vezes criticada nos ditadores e regimes totalitários -, é um constante desejo.

Só espero que não seja, de facto, o principal objectivo de uma Governação.(!)

Pedro Lopes

Rui Rebelo Gamboa disse...

Eu, sinceramente, acho o Carmona um tipo um pouco abominável. Não gostei dele desde o ínicio, desde a polémica com o Carrilho, apesar de ao ter lido o livro deste ter ficado com a ideia que foi anjinho, mas o Carmona foi (aqui que ninguém nos ouve) sacana, muito até, isto a acreditar nas palavras do Carrilho.

Quanto ao objecto deste post, é exactamente isso, e não tenho dúvidas que o PS, ou o seu aparelho estão, de algum modo, por trás disso. É uma manobra clássica dos livros (como o Princípe de Maquiavel): dividir e conquistar. E muitas vezes fala-se nesses livros e as pessoas acham que já não se liga a isso, é falso. Maquiavel, mais concretamente, o Principe é a 'Bíblia' dos políticos, pois ele ensina a reter o poder, que é para os políticos, a única coisa que interessa.