O pai a quem eu chamo louco no título do post, é um Chinês, pai de uma criança de 8 anos.
O adjectivo que utilizei para classificá-lo, prende-se com o facto deste pai ter decidido comemorar os festejos que antecedem a abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim – cuja cerimónia oficial teve lugar há poucos dias -, fazendo com que a sua filha de apenas 8 anos, corresse 3 500 Km (três mil e quinhentos quilómetros, para que não fiquem dúvidas).
Esta odisseia começou no final do mês de Junho, e, segundo a SIC Noticias, a menina correu uma média 60 Km por dia, acompanhada, sempre, pelo pai………….. mas este fazia-se transportar numa motorizada(!). São, no mínimo, 60 dias a correr 60 Km por dia.
A mãe da menina divorciou-se do marido, presume-se que por desaprovar esta mega maratona da filha.
O pai, acusado (creio que, ainda, só pela opinião pública) de maus-tratos á filha, defende-se assegurando que “a menina corre por gosto” e, acrescento eu, como tal, não se cansa!. Atesta que a filha se apresenta “saudável sempre que está consigo”, e que esta “nunca se queixou de dores nas pernas, nem quis desistir”, ao mesmo tempo que assevera que “não quer obrigar a filha a seguir uma carreira no Atletismo”, concedendo-lhe total apoio e liberdade para que a própria escolha a sua futura profissão. Pois, pois…….
Bem, como isto se passou na China, pode ser que o merecido castigo para este pai, que coagiu, seguramente, a filha, a embarcar nesta loucura, seja, pelo menos, correr a mesma distância que a filha, mas em metade dos dias.
De seguida, será entregar a guarda da menina à mãe, protegendo-a de outras, eventuais, loucuras em que o pai a queira empenhar.
Se é certo que a prática de desporto é de salutar, e que deve ser incutida desde cedo nas crianças, também é certo que submeter o frágil corpo de uma criança a esforços exagerados e prolongados, pode prejudicar irremediavelmente a saúde, bem estar e desenvolvimento harmonioso da mesma.
Por isso, este pai deve ser punido, servindo de exemplo a outros que desconheçam que o mau trato Não se cinge somente ao “correctivo” de cariz físico.
5 comentários:
Os chineses têm uma mentalidade muito diferente da ocidental. Nas negociações comerciais que a UE tem com a China (a UE e os EUA foram os grandes patrocinadores da entrada da China na OMC), as principais exigências que os europeus colocam são quase sempre ao nível dos direitos humanos.
E se um pai é capaz de fazer isso a uma criança de 8 anos, então o que não farão directores de empresas, viradas para o lucro, sabendo que podem por crianças a trabalhar durante horas a fio e por ordenados ridiculamente pequenos?
Pois, Rui, por isso as grandes novas fortunas no Mundo aparecem em países como a china, que vai muito timidamente deixando entrar resquícios de capitalismo, e na Rússia da década de 90, com os tais óligarcas.
Neste último caso, muito fruto das privatizações de tudo o que eram grandes empresasa estatais, ligadas à extração de recursos naturais, á produção de aço e energia, entre outras.
Já no primeiro caso, esta era de transição que se vive na China é uma época dourada para gente oportunista e sem escrupulos, que aproveitam a realidade comunista e a pobreza generalizada, ao mesmo tempo que apanham a onda da abertura ao capitalismo.
Sinais dos novos tempos........maus tempos que aí veem.
Quanto aos Direitos Humanos, é o país onde o Estado mata mais gente, e onde a plenitude do respeito pelos direitos humanos, tal qual os conhecemos, é ainda uma miragem.
....é que este pai nem deixou a filha ir de bicicleta, quando ele foi de moto. Enfim, quis os seus 15 minutos de fama ás custas do sacrificio da própria filha.
Ainda que não seja do conhecimento da comunidade ocidental, ou ocidentalizada, é desse modo que os chineses abastecem a loja dos trezentos, a correr. Os produtos vêem da china, carregados por estafetas que correm pelos países fora, acelerando quando ninguém está a ver, por aquela que é, presentemente, conhecida como “ A rota do mau gosto”. Quando ninguém está a ver, sempre quando ninguém está a ver, há um ministro do actual governo que cumpre um ou outro troço, recebendo em troca “uns trocos”. Já agora proponho que os Senhores lancem um espaço de debate com o título “ o português menos português de Portugal”
Bom, o resultado terá de ser, sempre, uma pessoa chiqíssima, sei lá, tipo Paula BoBone, ou coisa do género.
Fica registado o desafia, e aceitam-se, desde já, sugestões.
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