Actualmente há a ideia que direita e esquerda já não têm o valor que tiveram outrora. Recordo, sobre este assunto, o livro "Direita e Esquerda. Razões e Significados de uma Distinção Política", do italiano Norberto Bobbio.
No chamado "mundo pós-moderno", Bobbio reafirma a validade da díade, sendo a principal distinção "a diversa postura que os homens organizados em sociedade assumem diante do ideal de igualdade". O que se passa actualmente, acrescento eu, é que muitos dos que assumem, ou representam a esquerda, defendem (de forma consciente, ou não) posições da direita. Bobbio explica que "a esquerda exalta mais o que faz os homens iguais, a direita, pelo contrário, vê a desigualdade como uma lei ineliminável da natureza, saudável para o desenvolvimento social".
3 comentários:
Lá está meu caro, as virtudes encontram-se no meio, que é como quem diz, ao centro.
Há, nos nossos dias e na nossa politica, uma tendência centrista (não tanto centralista), que, mais do que executada de maneira consciente - olhando aos ideais de qual -, é feita ao sabor das necessidades que se vão apresentando.
O Capital, a economia, é quem mais ordena, e fugir a esta (triste) realidade, é ficar para trás num Mundo que não pára e não espera pelos fracos. Não há espaço a complacências.
Quem perde espaço de manobra são os socialistas, pois as politicas sociais - por tendência mais intensas na esquerda -, retiram muitos millões ao OGE, o que se traduz num aumento do défice das contas públicas, que tem de ser equilibrado à custa de maior carga fiscal.
Basta ver as politicas implementadas por Sócrates para verificar isso mesmo.
Há excepções, como o Complemento do Idosos, ou o Abono de Familia para grávidas a partir dos três meses de gestação (anteriormente só se começava a receber a partir do nascimento da criança).
Hã, e ainda hoje ouvi nas Noticias, que vai haver um apoio económico para a saúde oral, destinado a grávidas (130 euros) e idosos (80 euros).
...talvez por isso, ainda não haja margem para descida de impostos já em 2008....
Cortar na máquina estatal é que é a solução. Ter um aparelho de Estado pequeno e eficaz. Mas não se corte no pequeno funcionário público, como se tem feito, para se poder continuar a dar jobs.
Em relação ao centro, o Bobbio afirma que a existência de um centro de larga escala, só realça os extremos. Ou seja, para haver um centro, tem de haver extremos. E esses extremos acabam por se tocar em muitas áreas.
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