22 dezembro 2007

Isaltino, Pai Natal de Oeiras

Segundo a SICNoticias, Isaltino Morais, autarca de Oeiras – e arguido num processo por, alegada, “corrupção e abuso de poder”, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Oeiras –, enviou um cabaz de Natal ao Tribunal da Comarca de Oeiras.

Se o acto, só por si, já merece a minha desaprovação – pois trata-se de um órgão que administra a Justiça e, por isso, se quer livre e longe de quaisquer suspeitas ou actos menos lícitos –, o facto de ser este o Tribunal que vai julgar o presidente da CM Oeiras, torna este acto natalício como uma possível forma de pressão (tipo, “eh pá, afinal somos da mesma zona. Toma lá um cabaz, e Bom Natal.) sobre um órgão de Justiça.

Não será por acaso que, segundo a mesma fonte, o Tribunal não apreciou este gesto natalício por parte da Câmara Municipal da Comarca.

Isaltino já tem as barbas brancas e o ar anafadinho do Pai Natal, por isso, foi só enfiar o barrete e, qual pai natal, enviar as Boas Festas, acompanhadas de um cabaz, ás autoridades da sua autarquia.

Quando os políticos perdem a vergonha, resta-nos agradecer aos Órgãos de Comunicação Social por nos darem conhecimentos dos sem vergonha que por aí populam, e respectivas sacanices.
Obrigado SIC, e Bom Natal.

4 comentários:

Rui Rebelo Gamboa disse...

Ele estava só a ser simpático, não vai corromper nem pressionar ninguém com um cabaz de natal.

Acho que há falta de notícias nestes dias. O telejornais de hoje foram de uma superfecialidade atroz.

O Pinoka disse...

Eu percebo o desagrado do tribunal. Aquilo tem normas muito rígidas para dar entrada do correio e requerimentos. Agora digam lá onde é que a senhora do “guiché” ia por o carimbo? As garrafas são redondas, os carimbos não. E alem disso o prazo dos artigos que lá vão, são demasiado curtos para o tempo que eles precisam para o despacho.

Anónimo disse...

Meus caros, eu não encaro actos destes de ânimo leve....nem em época natalícia.

Recordo que Avelino Ferreira Torres, não viu nada de mal em, alegadamente, usar pessoal e material da Câmara Municipal que tutelava para construir uma moradia sua.
Valentim Loureiro também não encontrou nada de criminoso nas escutas que vieram a público e que indiciavam pressões sobre árbitros e dirigentes, falando em favores e dividas dos mesmos. Na óptica do major, são só amigos falando entre si.!!!
Raul dos Santos, deputado do PSD na AR, tb não viu nada de mal em recusar-se a soprar o balão, depois de se ver envolvido num acidente durante a noite em Lisboa. Tão-pouco viu algo de sancionatório no acto de abandonar o local do acidente depois de constatar que, nem a apresentação do cartão de Deputado de Républica, o ilibava do teste de alcoolémia.
Isto, só para citar alguns casos mais conhecidos.

Por isso, se deixarmos ao critério de cada um a definição da fronteira entre o que é aceitável, e aquilo que já pode ser considerado mais do que um favor de amigos, corremos o risco de nada ser punivél, pois todos os favores e cedências especiais são justificados como sendo dividas de gratidão e amizade, e não corrupção e tráfico de influências.

Cabe á Justiça, às Leis e Normas, definir o que é, ou não, aceitável em termos de protocolo e bom relacionamento institucional, e aquilo que já entra no domínio da pressão, da corrupção ou tentativa de, bem como do apelo ao favorecimento. Por vezes é uma fronteira ténue.....

Por isso, o Natal pode bem servir como pretexto para, através de um "gesto de amizade natalício", passar alguma mensagem ou apelo sub-reptício.

Por isso, em meu entender; na dúvida, que se envie o cabaz para alguma IPSS ou família carênciada.

Bom ano 2008 a todos os que abrirem esta caixa de comentários. ;)

Unknown disse...

Pedro, estes gajos não têm qq tipo de vergonha, até com os juízes gozam. e, mm assim, q ninguém se esqueça q existe promiscuidade entre a Justiça e o Governo. Um abraço para os Açores.