O JNAS publicou um dos mais acutilantes, pertinentes e brilhantes textos que já li sobre o hipervalorizado Obama. Quem não gostaria de ter escrito isto (candidato a post do ano), que liberta, por inutilidade, o simpático Paulo Mendes de qualquer desafio tertuliano?!
" Losing the Dream
Obama e a sua oratória de evangelista iluminado, conduzindo os americanos a uma terra de mel, esmoreceu com o fel da realidade. O super Obama no final do primeiro ano do seu mandato assusta mais os Americanos e o Mundo do que os tranquiliza. O "profeta" da mudança prometeu acabar com a Guerra do Iraque, reabilitar a honra militar americana encerrando o "campo de concentração" de Guantánamo, garantir cuidados de saúde para todos os americanos "nacionalizando" os prémios de seguros de saúde, higienizar a América regulando as indústrias poluentes para travar o "aquecimento global"…and so on.
O certo é que nenhuma destas bandeiras eleitorais foi cumprida ou é previsível que o venha a ser a breve trecho. Porém, a despesa pública disparou em flecha e é hoje um "issue" na vida das famílias americanas. Por exemplo: a galopante despesa pública com a saúde, pelo prisma do programa de rendimento mínimo que lá mereceu o baptismo propagandístico de "Obamacare" ameaça a sustentabilidade financeira da federação. Com esta e outras ajudas de Obama estima-se que a dívida pública, no final do seu mandato, se aproxime do incomensurável valor de 12 triliões de dólares! Para já, os americanos estão mais "focados" numa política de emprego do que em abrir um buraco negro nas finanças públicas com titânicos investimentos de duvidoso retorno. Quem o diz não são os analistas e os comentadores que julgam ser "opinion makers". Quem o diz é a própria opinião pública que nas sondagens tem arrasado a popularidade de Mr. Obama. Hoje, de acordo com as sondagens de opinião, mais de metade dos eleitores americanos coloca em dúvida que a América está no bom caminho. Ao contrário do preconceito europeu o americano médio não é destituído de massa cinzenta suficiente para perceber que, no final de contas, quem vai ficar a perder é a classe média. Bom exemplo dessa revolta silenciosa é a que é alimentada pela implementação de um "serviço nacional de saúde universal e gratuito" que, por um lado, vai onerar a carga fiscal para alimentar o "monstro", e por outro lado, vai aumentar o lucro das seguradoras que continuarão a ser o pilar do sistema mas agora com a "muleta" do Estado a pagar os prémios de saúde daqueles que não o puderem fazer! O seguro de saúde será obrigatório, é certo, mas os cidadãos que não o pagarem serão subsidiados para o fazer. Isto é, resumidamente, "Estado-Providência" à moda da velha Europa que, no novo Mundo, mais do que uma mudança é uma traição ao american way of life. Como a receita é já conhecida por cá isto faz-se ainda com recurso ao endividamento junto da demonizada Banca que, a seu tempo, baterá à porta da Casa Branca para reclamar os seus créditos. Como tudo isto não é apenas retórica o deficit das contas públicas – (um mistério para os americanos) – ronda já os 12 % o que é, condescendamos, uma vitória de Obama pois bateu um recorde superando o valor mais elevado até à data e que se reportava à época da segunda guerra mundial. Isto não é a ficção dos "amanhãs que cantam" em versão Obama mas a realidade e em "cash" está próximo de 1 trilião e meio de US Dólares. Com Obama a comparação do deficit ao PIB ultrapassou a fasquia de 1945 e só a despesa pública atingiu quase 25% do PIB. Tudo isto com tendência para crescer no próximo exercício. A economia parece ter estabilizado, é justo que se diga, mas alguém vai ter que pagar a factura. A ironia de tudo isto é que os Estados Unidos da era Obama importaram da velha Europa o modelo assistencialista do qual nos queremos livrar e cuja falência se vai adiando com injecções de despesa pública. Os Americanos estão perdendo o sonho americano. O pesadelo em que se vão meter nós já o conhecemos bem e por cá chama-se socialismo. "
O certo é que nenhuma destas bandeiras eleitorais foi cumprida ou é previsível que o venha a ser a breve trecho. Porém, a despesa pública disparou em flecha e é hoje um "issue" na vida das famílias americanas. Por exemplo: a galopante despesa pública com a saúde, pelo prisma do programa de rendimento mínimo que lá mereceu o baptismo propagandístico de "Obamacare" ameaça a sustentabilidade financeira da federação. Com esta e outras ajudas de Obama estima-se que a dívida pública, no final do seu mandato, se aproxime do incomensurável valor de 12 triliões de dólares! Para já, os americanos estão mais "focados" numa política de emprego do que em abrir um buraco negro nas finanças públicas com titânicos investimentos de duvidoso retorno. Quem o diz não são os analistas e os comentadores que julgam ser "opinion makers". Quem o diz é a própria opinião pública que nas sondagens tem arrasado a popularidade de Mr. Obama. Hoje, de acordo com as sondagens de opinião, mais de metade dos eleitores americanos coloca em dúvida que a América está no bom caminho. Ao contrário do preconceito europeu o americano médio não é destituído de massa cinzenta suficiente para perceber que, no final de contas, quem vai ficar a perder é a classe média. Bom exemplo dessa revolta silenciosa é a que é alimentada pela implementação de um "serviço nacional de saúde universal e gratuito" que, por um lado, vai onerar a carga fiscal para alimentar o "monstro", e por outro lado, vai aumentar o lucro das seguradoras que continuarão a ser o pilar do sistema mas agora com a "muleta" do Estado a pagar os prémios de saúde daqueles que não o puderem fazer! O seguro de saúde será obrigatório, é certo, mas os cidadãos que não o pagarem serão subsidiados para o fazer. Isto é, resumidamente, "Estado-Providência" à moda da velha Europa que, no novo Mundo, mais do que uma mudança é uma traição ao american way of life. Como a receita é já conhecida por cá isto faz-se ainda com recurso ao endividamento junto da demonizada Banca que, a seu tempo, baterá à porta da Casa Branca para reclamar os seus créditos. Como tudo isto não é apenas retórica o deficit das contas públicas – (um mistério para os americanos) – ronda já os 12 % o que é, condescendamos, uma vitória de Obama pois bateu um recorde superando o valor mais elevado até à data e que se reportava à época da segunda guerra mundial. Isto não é a ficção dos "amanhãs que cantam" em versão Obama mas a realidade e em "cash" está próximo de 1 trilião e meio de US Dólares. Com Obama a comparação do deficit ao PIB ultrapassou a fasquia de 1945 e só a despesa pública atingiu quase 25% do PIB. Tudo isto com tendência para crescer no próximo exercício. A economia parece ter estabilizado, é justo que se diga, mas alguém vai ter que pagar a factura. A ironia de tudo isto é que os Estados Unidos da era Obama importaram da velha Europa o modelo assistencialista do qual nos queremos livrar e cuja falência se vai adiando com injecções de despesa pública. Os Americanos estão perdendo o sonho americano. O pesadelo em que se vão meter nós já o conhecemos bem e por cá chama-se socialismo. "
16 comentários:
A piada é que foi o sistema defendido pelo JNAS que criou aquilo que agora estamos a tentar combater!
É obvio que a intervenção de Obama tem que ser histórica para corrigir erros históricos do Mr. Bush!
Numa palavra: Genial!
Realmente estas palavras fazem lembras as escrituras da Bíblia. É como a água das Furnas: não preciso ir muito longe, temos do melhor cá na região.
Também tenho um amigo, que morava ao pé de mim, que era muito bom a fazer versos com rima sobre Jasus. Também faço minhas as tuas palavra, José: dos melhores textos que já li sobre Jasus.
E o Mendes, carago! o que vai fazer agora?
Posso me considerar um felizardo, pois tive acesso a este genial texto mesmo antes de ter sido publicado (espero não ter cometido nenhuma inconfidencia, JNAS) e, sim, Jose´Gonçalves, acerta em cheio e, como sempre, com um nível literário ao alcance de muito poucos.
Grande malha, João Nuno!
O JNAS erra o alvo ao omitir o porquê do deficit histórico que atinge os USA actualmente. A memória é curta. E o passivo histórico legado por Bush é simplesmente negligenciado. Não me parece que tenha sido esquecimento...
O deputado Pascoal tem razão, e não é com alegria que o digo.
O douto João Nuno, pareceu mais interessado nas palavras do que no conteúdo do texto. Depois de ver uns documentários e uns "60 minutes", decidiu teclar um atestado de incompetência ao negro Presidente. Mas como é possível esquecer o estado em que Obama pegou no país, depois de uma crise que só conheceu paralelo nos idos anos 30 do século passado.
Como diz o outro: "Não me parece que tenha sido esquecimento...". Foi mesmo má-fé.
José, para colocar o Paulo Mendes na sarjeta, decidiu elevar aos céus o JoNAS. Porquê?
Será por uma questão de cor....partidária, digo eu.
Duas coisas:
1- Não sei quem é o "J. Pereira" e, normalmente, não teria resposta. No entanto, pretende o mesmo que no meu post a desafiar o Paulo Mendes para organizar uma tertúlia eu o pretenderia humilhar, colocando-o na sargeta.
A pretensão é estúpida.
O Paulo Mendes é das pessoas socialmente mais activas no panorama cultural de Ponta Delgada. Nos contactos que tive com o mesmo revelou-se sempre uma pessoal afável e simpática, com quem facilmente se pode estabelecer empatia. Posto isto, basta apenas dizer que o "desafio" que lhe foi dirigido, nos 2 posts, foi-o simplesmente porque foi ele quem há um ano organizou uma tertúlia "comemorativa" da vitória do Obama. Parece-me natural que fosse ele a organizar uma sobre a avaliação do primeiro ano de Casa Branca. Nada mais. Tudo o mais que os "J. Pereiras" pretendam insinuar não passam disso mesmo, torpes insinuações.
2 - Caro Alexandre
A dívida dos EUA sempre foi monstruosa, com qualquer Presidente. Apesar do JNAS tocar nesse ponto, o que releva para mim é a incapacidade do Presidente Obama conseguir implementar o que quer que fosse das muitas e variadas promessas que fez, algumas, até, contraditórias entre si. O JNAS, duma forma realista e objectiva, pôs a nu essa incapacidade. Da minha parte chamei-lhe "yes we can...wait another day".
No fundo, Alexandre, estás a admitir, ao tentar encontrar essas desculpas, que a tal promessa de mudança do Obama era totalmente irrealista e que, uma vez que todos sabíamos disso, ele incluído, como é evidente, a promessa era mentira. Afinal de contas, e servindo-me dos argumentos do Alexandre Pascoal, o que temos em Obama é apenas mais um populista bem falante que se interessa apenas por chegar e reter o poder. Mas para isso não era preciso ir tão longe como os EUA, há exemplos aqui tão perto de políticos que fazem carreira a prometer mundos e fundos e o mais que sabem fazer é dar umas festas no Pinhal da Paz e distribuir frigorificos e RSI's pela populaça.
Pão e circo sempre foi uma fórmula mágica e atraente. Pena é que não resolva os problemas de fundo da nossa sociedade. Mas, nem todos conseguem ver a política como servir o bem comum, a maioria vê a política é como um meio para se servirem a si próprios. É pena!
Abraços!!!
Rui, os problemos porque passam os USA são se resolvem num ano apenas. Tal como em Portugal, só que no nosso caso com a agravante de não termos uma Economia forte. Obama fez estancar a sangria com que encontrou o país e fez a crescer a Economia, prevê-se que este ano 2,7% segundo o FMI, acima da UE e abaixo da China cujo valor chega aos 10%. Acredito em Obama, não acredito em milagres, nem acredito que ele os faça e ele melhor do que ninguém sabe que não os fará. Não tenho um preconceito contra Obama, coisa que o JNAS tem. É notório, está-lhe na derme...
+ Pão e Circo?! Wrong address. Aí ao teu lado deves obter, por proximidade, essa resposta...
Perguntas inocentes:
Alguém sabe em que dia Obama foi eleito e quando tomou posse? Sabem o que mudou durante aqueles dois meses? Dou apenas um tópico, alguém sabe os números do desemprego durante aqueles dois meses nos EUA?
É que a situação dos EUA durante a campanha eleitoral de Obama foi muito diferente daquilo que ele encontrou quando tomou posse.
Haja Saúde
Chegou a sapiência em pessoa. Perguntinhas de cacaracá e respostas... Isso é só para dizer viva não se esqueçam do meu tachinho?!
Alex, eu não estou perto do Pinhal da Paz, essa sim a morada certinha.
Tibério, ou essas perguntas são mesmo muito inocentes, ou não têm mesmo nada que ver com o assunto.
Abraços!!!
Tibério,
Foi muito acutilante.
não sei como é que esta malta vai reagir.
querias só aparecer, confessa...
O Tibério já foi uma jovem promessa. Agora, embora ainda seja um puto imberbe, já vendeu a alma ao Diabo. Bastou Robreto Monteiro estender-lhe a mão, e logo passou a tirar fotos com medo de escrever o que pensa para não perder o tachinho que lhe foi dado.
É a prova de que a velhice chega antes da liberdade.
Caro José Gonçalves,
Sem prejuízo de uma resposta mais completa aqui fica o agradecimento. Quando vi a subscrição integral e sem reservas do que escrevi fiquei sem palavras. É gratificante sabermos que não estamos orgulhosamente sós. Quanto ao terrorismo intelectual que por aqui pulula nem merece o meu tempo. É certo que expresso uma opinião , mas está devidamente fundamentada em FACTOS. Contraditar estes com base no preconceito e no sectarismo já não é sequer uma opinião, é uma bacorada com o valor de uma fugaz flatulência.
Abraço amigo
JNAS
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