Há uns tempos ouvi, acidentalmente, o jornalista CP 536 dizer e, depois, escrevê-lo, que: “ Só é pena que, por falta de estudo ou de investigação, muitos profissionais da informação não esclareçam a opinião pública portuguesa de que, há vários anos, existem funcionários públicos nos serviços judiciais, de notariado, nas finanças, etc. etc, recebendo subsídios e outras compensações que os funcionários regionais não auferem. Por que se escondem essas regalias e os governantes que as autorizaram?”
Escrevi no blogue do mesmo o seguinte:
Esclarecimento
Uma simples leitura do Diário da República desmistifica a frase. As leis estão lá à disposição de todos. Não há nada escondido nem há benesses escondidas ou para além da lei.
Uma simples leitura do Diário da República desmistifica a frase. As leis estão lá à disposição de todos. Não há nada escondido nem há benesses escondidas ou para além da lei.
Em segundo lugar, sempre poderá dizer-se que a única maneira de ter funcionários especializados em determinadas áreas na Região, e que ela não tem nem poderá ter, face aos poderes em causa e à insuficiência de meios humanos especializados, será com alguma compensação e que, desde já lhe confirmo, é bastante insuficiente. Aliás, até parece que ficou "assanhado" por se tratar da administração central, face à omissão, por exemplo, das benesses dadas aos funcionários da SATA, autonomicamente esquecidos.
Em terceiro lugar, se há problemas com a Saúde na Região, sector na exclusiva dependência do governo regional, ou se quiser da Autonomia, devem-se apenas à inércia e incapacidade do governo regional, algo que tange também os transportes e a política que define a sua estruturação. Não é por acaso que o governo regional, mesmo oferecendo muitos subsídios e outras compensações, não consegue atrair médicos para a RAA. Nisso, sofrem os açorianos e os que se deslocaram de outras zonas do país para aqui trabalhar e viver com prazer, porque também eles são açorianos. Termino, dizendo-lhe que a autonomia também deve ser solidária para com o todo nacional. Impõe-no a Constituição mas, sobretudo e antes, impõe-no a ética e a moral, ambas muito arredadas da política actual, nacional, regional e local. E os fazedores de opinião regionais, sabem-no.
Pessoalmente, não sendo fazedor de opinião nem submisso a qualquer um, continuarei a pensar pela minha cabeça os Açores e o País e a fazer o melhor que puder por eles, mesmo quando discorde das acções dos decisores políticos, cá e lá, como agora, cá e lá.
Cordiais saudações
O jornalista CP 536 nada me retorquiu, nem tinha de fazê-lo, porque é livre.
No passado domingo, o filho do presidente do governo regional escreveu no AO que " Em primeiro lugar, os funcionários públicos [regionais] que auferem, mensalmente, menos de 1500 euros não vão ter cortes de vencimentos, recebendo alguns, inclusive, outro tipo de complementos e de apoios ao seu vencimento. "
Não vi, até ao momento em que escrevo, o jornalista CP 536 vir a público insurgir-se contra estes putativos subsídios dados aos funcionários regionais.
Não vi, até ao momento em que escrevo, o jornalista CP 536 vir a público perguntar "Por que se escondem essas regalias e os governantes que as autorizaram?"
Será que o jornalista CP 536, até por ter sido assessor de imprensa do presidente do governo regional, sabia da existência destes subsídios? Se sabia porque os omitiu na sua comunicação? Se não sabia, porque razão está agora calado quanto aos mesmos? Já não são discriminatórios? Ou, afinal, já não se enquadram no tal direito à diferença?
Finalmente, porque razão não interpela o jornalista CP 536 o governo regional quanto ao exercício das suas competências, relativamente à Saúde, e ao fiasco que tem sido a execução da política do sector? Não o incomodam os alegados contratos milionários com especialistas vindos do continente para fazer urgências, por exemplo? Ou a sua incapacidade para conseguir trazer médicos para a RAA?
Não fica incomodado com a incapacidade que o governo regional revela para conseguir cumprir a Autonomia nos sectores que são da sua exclusiva competência estatutária?
Citando Cristóvão de Aguiar: "É temerário reverter-se três ou quatro mil vozes, por mais berreiro que façam, na voz de um povo inteiro...".
O resto é água, muita água. E não é da chuva.
5 comentários:
O jornalista CP 536 nunca foi assessor de imprensa do presidente do Governo Regional. Ficou-se pelo Largo do Colégio!
Correcção feita. Assessorou na Secretaria Regional da Habitação.
Num governo de Carlos Cesar!
O Natal faz-te bem, José. Isto está excelente!
Li o que o homem escreveu. repetiu o que Cesar disse na altura.
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