Perguntava-me um amigo como poderia eu, um crítico da República, monárquico não dogmático, pensar em ir votar no dia 23, lembrando-me uma frase que costumo usar: “deixo essa questão para os republicanos.” Não seria contraditório? Com efeito, parecendo-o, não o é.
Primeiro, mesmo resultando a minha preferência pela Monarquia, em parte, da incapacidade de bom exercício do cargo que os sucessivos presidentes demonstraram, revelando-se inabilmente mais interessados em si próprios e na sua família política do que no bem-estar do País, não deixa de ser relevante e, porventura, essencial que eu, cidadão português, prefira, in casu, preocupar-me com o País em vez de fazer um auto de fé sobre o regime.
Em segundo lugar, olhando o actual estado global da Pátria, que é de cada um de nós, na qual nos inserimos e que nos afecta, mesmo quando passivos, não poderia ficar indiferente, atilhado pelo meu credo, vivendo, em plena crise política, social, económica e ético-moral, de uma forma amorfa e acéfala e deixar que a esperança na alteração deste estado de coisas a que o socialismo nos conduziu, e que já classifiquei de twilight zone, pudesse continuar ou ser agravado com a ascensão ao mais alto cargo da Nação de um qualquer dandy, por mais letrado e democrata que invoque ser. Por isso, irei votar no dia 23 de Janeiro.
Contrariamente a muito boa gente, não fiquei surpreendido com a campanha eleitoral, se é que se pode assim chamar ao tempo dedicado à iliteracia sobre a função presidencial continuamente demonstrada pela maioria dos candidatos. É esta falta de conhecimentos básicos sobre as regras constitucionais que regem a Presidência da República, aliada à incapacidade de perceber, face às mesmas, qual o papel reservado à função e consequente actuação no respectivo exercício que, rápida e certeiramente, nos fazem afastar de candidatos instrumentais, cuja única justificação para existirem nada tem a ver com o cargo a exercer.
José Coelho é um daqueles patuscos cidadãos que animam qualquer festa e que também tinham uma função na corte do rei Artur, mas que fica bem como exemplo de abertura democrática a todos os cidadãos. Nada mais.
Francisco Lopes aparece em nome do Partido, para pregar a crença proletária do Partido, marcar o ponto do Partido, para no fim o Partido merecer a subvenção pelo mérito da cassete já roufenha a tocar para a brigada do reumático estaliniano. Missão cumprida.
Defensor de Moura se alguma vez pensou, na sua extrema vaidade, que seria o outsider socialista, depressa demonstrou que apenas existia para fazer o trabalho sujo que outrem não poderia fazer. É o exemplo pérfido dos candidatos.
Fernando Nobre encarna a ingenuidade política. Embarcou, ou fizeram-no embarcar, nesta aventura como se fosse uma lufada de ar fresco, por não ter passado político e ter presidido à AMI, apresentando-se como um novo paradigma. Parecendo querer mudar o mundo, apenas revelou a inocente ignorância da função. Dizem-no instrumento do clã Soares na guerra inter frates o que, provavelmente, não mereceria.
Manuel Alegre é o expoente do radicalismo vindo da I República. Vive e respira aquele tempo ditatorial, encapotado de democracia, até à sofreguidão da permanente contradição. Candidato do Bloco de Esquerda, o que, por si só, diz tudo, foi aproveitado pelo Partido Socialista para ser definitivamente exorcizado das suas entranhas. Usou e abusou de leviandades sem nexo, mostrou ser factor de instabilidade, apropriou-se da Democracia, não se demarcou das torpes insinuações e acusações que os seus apoiantes ou Defensor de Moura permanentemente tentavam inculcar nos eleitores contra Cavaco Silva. Tristemente, dividindo os portugueses, apresentou-se como o presidente do povo de Esquerda. Guilhotinou-se. Sai pela porta dos fundos, directamente para as pantufas e lareira de sua casa.
Cavaco Silva é o único dos candidatos que sabe como funciona o planeta Terra e a União Europeia, em particular. Foi o único candidato que se apresentou ao eleitorado com a perfeita noção do que é ser Presidente da República. E não foi por exercer o cargo. De todos os presidentes da República, foi aquele que melhor o exerceu. Patriota, percebeu e conseguiu mostrar que, em Democracia, é possível o respeito e a colaboração institucional entre órgãos políticos, sem o escrutínio permanente da lança. Mesmo que não se concorde com todas as suas acções, e eu não concordei, é, no presente, o fiel da balança. Tem noção precisa do sentido de Estado. Traz a credibilidade e respeitabilidade de que o País precisa nos momentos atribulados. É confiável. Dele não se espera qualquer traição ao juramento que prestará na tomada de posse. Acima de tudo, é a pessoa mais lúcida do actual espectro político, sendo ele quem poderá transmitir a necessária calma, externa e internamente, quando as circunstâncias políticas, sociais e económicas se agravarem ainda mais.
Por tudo isto, vou votar e vou votar Cavaco Silva.
Primeiro, mesmo resultando a minha preferência pela Monarquia, em parte, da incapacidade de bom exercício do cargo que os sucessivos presidentes demonstraram, revelando-se inabilmente mais interessados em si próprios e na sua família política do que no bem-estar do País, não deixa de ser relevante e, porventura, essencial que eu, cidadão português, prefira, in casu, preocupar-me com o País em vez de fazer um auto de fé sobre o regime.
Em segundo lugar, olhando o actual estado global da Pátria, que é de cada um de nós, na qual nos inserimos e que nos afecta, mesmo quando passivos, não poderia ficar indiferente, atilhado pelo meu credo, vivendo, em plena crise política, social, económica e ético-moral, de uma forma amorfa e acéfala e deixar que a esperança na alteração deste estado de coisas a que o socialismo nos conduziu, e que já classifiquei de twilight zone, pudesse continuar ou ser agravado com a ascensão ao mais alto cargo da Nação de um qualquer dandy, por mais letrado e democrata que invoque ser. Por isso, irei votar no dia 23 de Janeiro.
Contrariamente a muito boa gente, não fiquei surpreendido com a campanha eleitoral, se é que se pode assim chamar ao tempo dedicado à iliteracia sobre a função presidencial continuamente demonstrada pela maioria dos candidatos. É esta falta de conhecimentos básicos sobre as regras constitucionais que regem a Presidência da República, aliada à incapacidade de perceber, face às mesmas, qual o papel reservado à função e consequente actuação no respectivo exercício que, rápida e certeiramente, nos fazem afastar de candidatos instrumentais, cuja única justificação para existirem nada tem a ver com o cargo a exercer.
José Coelho é um daqueles patuscos cidadãos que animam qualquer festa e que também tinham uma função na corte do rei Artur, mas que fica bem como exemplo de abertura democrática a todos os cidadãos. Nada mais.
Francisco Lopes aparece em nome do Partido, para pregar a crença proletária do Partido, marcar o ponto do Partido, para no fim o Partido merecer a subvenção pelo mérito da cassete já roufenha a tocar para a brigada do reumático estaliniano. Missão cumprida.
Defensor de Moura se alguma vez pensou, na sua extrema vaidade, que seria o outsider socialista, depressa demonstrou que apenas existia para fazer o trabalho sujo que outrem não poderia fazer. É o exemplo pérfido dos candidatos.
Fernando Nobre encarna a ingenuidade política. Embarcou, ou fizeram-no embarcar, nesta aventura como se fosse uma lufada de ar fresco, por não ter passado político e ter presidido à AMI, apresentando-se como um novo paradigma. Parecendo querer mudar o mundo, apenas revelou a inocente ignorância da função. Dizem-no instrumento do clã Soares na guerra inter frates o que, provavelmente, não mereceria.
Manuel Alegre é o expoente do radicalismo vindo da I República. Vive e respira aquele tempo ditatorial, encapotado de democracia, até à sofreguidão da permanente contradição. Candidato do Bloco de Esquerda, o que, por si só, diz tudo, foi aproveitado pelo Partido Socialista para ser definitivamente exorcizado das suas entranhas. Usou e abusou de leviandades sem nexo, mostrou ser factor de instabilidade, apropriou-se da Democracia, não se demarcou das torpes insinuações e acusações que os seus apoiantes ou Defensor de Moura permanentemente tentavam inculcar nos eleitores contra Cavaco Silva. Tristemente, dividindo os portugueses, apresentou-se como o presidente do povo de Esquerda. Guilhotinou-se. Sai pela porta dos fundos, directamente para as pantufas e lareira de sua casa.
Cavaco Silva é o único dos candidatos que sabe como funciona o planeta Terra e a União Europeia, em particular. Foi o único candidato que se apresentou ao eleitorado com a perfeita noção do que é ser Presidente da República. E não foi por exercer o cargo. De todos os presidentes da República, foi aquele que melhor o exerceu. Patriota, percebeu e conseguiu mostrar que, em Democracia, é possível o respeito e a colaboração institucional entre órgãos políticos, sem o escrutínio permanente da lança. Mesmo que não se concorde com todas as suas acções, e eu não concordei, é, no presente, o fiel da balança. Tem noção precisa do sentido de Estado. Traz a credibilidade e respeitabilidade de que o País precisa nos momentos atribulados. É confiável. Dele não se espera qualquer traição ao juramento que prestará na tomada de posse. Acima de tudo, é a pessoa mais lúcida do actual espectro político, sendo ele quem poderá transmitir a necessária calma, externa e internamente, quando as circunstâncias políticas, sociais e económicas se agravarem ainda mais.
Por tudo isto, vou votar e vou votar Cavaco Silva.
11 comentários:
Vais votar Cavaco por que és burro.
Respeita a Bandeira dos Açores!
Não há palavras para tanta traição!
Cavaco até como «professor» é fraca rês.
Lembram-se dos dez anos de cavaquismo a estarraçar subsídios da então CEE, roubalheiras no fundo social europeu, privatizações combinadas, betão podre por todo o país, aumento exponencial do Estado e da Função pública, valorização do escudo que fez rebentar com a economia.
Aliás o FMI esteve em 1983 em Portugal para tapar a bancarrota da AD, sendo ministros das finanças Cavaco Silva e João Salgueiro (1979-1983).
Vocês não se lembram ou ainda andavam a chuchar no dedo?
E quanto aos Açores nem se fala!
Vão falar com o Gualter Furtado, o Engº Bastos, o Mota Amaral, o Alvaro Dâmaso, Reis Leite, Álvaro Monjardino,etc.etc. e eles explicar-vos-ão todas as sacanices que Cavaco fez contra os Açores, deixando a Região na bancarrota em 1996!
Tenham respeito pelas vítimas da longa noite cavaquista!
E as «permutas» na Aldeia da Coelha?
Já leram a Visão?
Ou só acreditam quando é o Socrates a vítima?
Em Argel lutava-se não se bufava. queria o homem ser comandante supremo das forças armadas.
Em Paris vivia-se à fartazana e iniciava-se o ciclo dos diplomas académicas de pacotilha.
A bananeira do 25 de Abril deu tacho para sempre.
Gostei. Sim senhor. Ficou-lhe bem o elogio ao Nobre - e melhor ainda a sua ligação ao clã Só-ares.
Não gostei, aliás detestei o facto de alguns bons amigos, pessoas que tinha (e vou continuar a ter - lá para segunda-feira) admiração. Só porque tiveram que engolir um enorme sapo. Aliás um cavaco! Porquê, meus amigos José, Rui e JNAS. Cavavo irá sobreviver com os 10.042€. Aliás esse dinheiro até vai dar - se calhar com alguns sacrifícios, para ajudar a Maria Cavaco que sobrevive com os seus 800€. Como ele referiu, num momento repleto de machismo, que fica sempre bem e é bem capaz de ter feito ganhar um ou outro voto. "Homem que é homem ganha mais do que a mulher!" Pensam muitos da geração dele e pior: alguns da minha!
voces andam é cheinhos de medufa da bertinha, cheinhos... No outro dia quando a trupe foi a camara, aquela superioridade dela, foi por demais. Sozinha contra todos, limpou os a todos. E depois, do alto da sua superioridade, ainda disse eu nao tenho nada pessoal contra o carlos cesar. É isso que vos faz ficar de cabelos em pé. A bertinha dá cabo de voces todos.
Uma mulher que já lutou contra tudo e todos, contra todas as piores adversidades da vida, mas sempre com o Povo Açoriano como a sua principal prioridade. Lutou contra um cancro, foi para a america para se tratar e ate naquela situaçao aproveitou para estudar, tirar um curso de ingles, para estar sempre melhor preparada para servir os Açorianos.
Uma mulher de fibra.
Força Berta Cabral!
Votar Cavaco, após as atrozes manifestações que este nutre pelos portugueses no decorrer da sua campanha (o episódio da pensão de 800€ da esposa num país onde o governo reduziu o Rendimento Mínimo de 240€ para 140€ e a nossa terceira idade vive no limiar da pobreza chocou-me particularmente, bem como o apelo a que não votassem "nos medíocres").
Choca-me alguém com a sua inteligência votar em tamanho personagem, pior só se votasse no Coelho.
Caro Flávio
Estamos a falar de eleições presidenciais. O que invoca, esquecendo o acessório populista referente a pensões, é do foro do poder legislativo. Esse ficará para outro momento, que vaticino, ou pelos menos desejo, como próximo porque também eu fico chocado com os montantes das pensões baixas que refere. É a igualdade na pobreza a que 15 anos de socialismo nos votaram. Confio que outros virão que melhor farão.
Gosto em Lê-lo
Estamos ainda a pagar a pesada herança do cavaquismo, onde uma vasta corte de amigos do Cavaco encheu-se bem.
Quanto aos Açores, o Cavaco mandava o Bosco levar na «anilha»!
Lembram-se, seus totós?
éh pá se vais votar no Cavaco, leva uma albarda!
Mais valia explicar aqui ao "povo do blog" porque é que se considera Monárquico e foi votar nesta tristíssima III República. Não há concessões para a crise ; há cem anos que a treta é a mesma.
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