12 julho 2013

Um que lhes diga


Cavaco agrava a crise. Presidente marca eleições para 2014, recusa solução de Governo de Passos e Portas e desafia partidos a firmarem acordo de médio prazo.
É este um dos títulos ou sumários que se lêem na blogosfera.
Não sem a sua razão, convenhamos.
A salgalhada do 1.º magistrado permite estas leituras e piores. Com efeito, dificilmente se viu coisa tão retorcida, mole e frouxa na boca desta ou de outra criatura. Cavaco está no limbo: nem com Passos e Portas nem sem eles, antes pelo contrário, porém mais aquilo do que isto, ou vice-versa. E realmente, porque saem estas luminárias dos mesteres onde foram nados e criados, ou, vá lá, das escolas onde ensinam a dita ciência económica e o livro razão?
Haja um benemérito – um adjunto, um secretário ou subsecretário ou ajudante deste ou daqueles, ou, talvez mais provável e certeiramente, o motorista de qualquer deles – que lembre ao 1.º-ministro e ao vice-1.º o óbvio ululante: moção de confiança em riste, e, ganha, seguida acto contínuo de apresentação de remodelação a Belém. Se o 1.º magistrado, na sua vacilação magistral, não a aceitar, bisar a dose: nova moção de confiança e apresentação da mesma remodelação, etc.
Repetir a dose até o senhor perceber a extensão dos seus poderes presidenciais. O governo depende do parlamento, o presidente não pode ir contra  São Bento. A excentricidade de Sampaio não se pode repetir; aliás, seria preferível mudar para o presidencialismo de uma vez por todas, e apartar e clarificar as águas, tanto quanto possível entre lusíadas, coitados, espécie reconhecidamente de habitat de águas turvas e meias tintas, entre cão e lobo. A espada do Dâmocles presidencial é que não pode pairar suspensa sobre governos apoiados por maiorias.
Sabe-se que o sistema já não se fina excessivamente pela estabilidade: se o 1.º magistrado ajuda à festa, não haverá quem governe.
E logo agora, amigos, que a economia começava timidamente a levantar cabelo... Triste fado, e piores fadistas!
         Um benemérito que lhes diga...

3 comentários:

Salvador disse...

Meu caro Luiz

Depois de ler não posso deixar de subscrever. Os presidentes da republica metem-se onde não devem e deixam andar quando nao devem. Olhe o que fez o Sampaio por exemplo. A sua prosa faz-me lembrar o que faria o PSD de Sá Carneiro, home sem medo e de cara lavada. Nao tenho dúvidas de que Sá Carneiro ou se demitiria de imediato e depositaria o menino no colo de quem o que enjeitar ou como grande político que foi faria aquilo que o Luiz sugere: MOÇÃO DE CONFIANÇA e vamos ver quem tem coragem!

Anónimo disse...

a malta do Forte Apache deu eco a uma ideia semelhante à sua, recorrendo a Sá Carneiro. Sá Carneiro apresentaria uma moção de confiança. Óbvio. Passos deveria fazer o mesmo.

Anónimo disse...

http://forteapache.blogs.sapo.pt/1056729.html