Lemos no Público, de 10 de
Agosto de 2013, sobre o camarada Urbano Tavares Rodrigues: «Ainda naquele dia
falou também do amor por Ana Maria, a actual mulher. E de um ou outro amuo com
Cunhal, da desilusão com o actual estado do país, do desprezo aos políticos, da
noção de que esta esquerda pode pouco. Cruzou o presente com o passado» («O
homem que via os deuses ao lado», Isabel Lucas, p. 3).
Ah! se Álvaro Barreirinhas fosse vivo, se se mancomunasse com
Francisco Anacleto, se a sinistra pudesse ainda mais, é que o bom do
Urbano teria falado com ilusão do estado do país!
Espera-se que os continue a ver ao lado -- aos deuses,
entenda-se. Agora é que dava jeito.
*
Lemos mais por aí que como escritor era um bom homem, terno, afável e
muito humano. E ocorre-nos logo o juízo da história sobre o bom Luís XVI: como
rei, também bom pai de famílias e com grande jeiteira para o torno e a
marcenaria, e, claro, muito humano.
Mas até nas obras do nosso camarada se topará algo que se
aproveite, a saber: a versão que fez do Decameron
de Bocácio, esse rabelaisiano avant la
lettre, e talvez os contos da sua primeira mulher, Maria Judite de
Carvalho: tanta ironia nas coisas humanas, Urbano!
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