25 outubro 2013

Critérios e reflexões...



Portugal, 25 de Outubro de 2013

Concluída a 1ª volta da Champions League, a prova mais importante do calendário futebolístico, com 2 jogos em casa, obtivemos 4 pontos estando empatados no 3º lugar com o último adversário, Olympiakos. Temos os mesmos 4 pontos que na época de Koeman, tínhamos 1 ponto com Fernando Santos, tínhamos 3 pontos com Camacho, 3 pontos também na 1ª vez de Jesus, 7 pontos na 2ª vez de Jesus e 1 ponto na 3ª vez de Jesus. Como se vê, apenas por uma vez tivemos uma pontuação de grande nível. Todas as outras participações deram pontuações baixas e até ridículas (com Fernando Santos e na 3ª vez de Jesus).
Claro está que a comunicação social, com destaque para a sedeada em Lisboa, propagandeou a mensagem que o FCP perdeu mas jogou “bem”, o Benfica empatou mas jogou “mal”. Os habituais critérios, servis ou bota abaixo, que tenho apontado em vários textos...
A imagem de Roberto nas 3 páginas dos 3 diários desportivos (bingo) com títulos que salientam o seu contributo para a “não derrota” do Benfica (foi assim que eles viram o empate), pode ser interpretado como um truque para evitar que os adeptos percebam o que o Benfica teve de trabalhar para merecer esse golo, para que os adeptos não percebam que o árbitro era do mesmo país do treinador da equipa adversária, para que os adeptos não percebam que houve 1 penalty flagrante sobre Siqueira (tal como o nosso golo nasce de 1 canto inexistente) numa altura em que havia muito jogo pela frente para se poder lutar por algo mais que o empate, para que os adeptos não percebam que houve 2 foras de jogo mal tirados ao nosso ataque, quase a fazer lembrar as arbitragens de encomenda que vemos por cá, para os adeptos se levantarem contra a “má” exibição do Benfica.
Ou seja, mais uma vez, e assim será até que alguém da Direcção do Benfica perceba que deste modo não vamos a lado algum, pois estas mensagens da comunicação social põem os adeptos contra a equipa e protegem as equipas que efectivamente fizeram maus resultados, da critica dos seus adeptos (neste caso, o FCP). De forma simples, a comunicação social consegue transformar os adeptos do Benfica numa parte do problema e não numa parte da solução.
A falta de esclarecimento assim criada, por imperativo comunicacional de uma estratégia que é evidente e não uma qualquer fantasia minha, leva os adeptos ao caos e desordem no pensamento. E quando assim é, os seus actos serão a condizer e não ajudarão a equipa a funcionar melhor. Bem pelo contrário.
E assim tem sido desde a derrota com o Guimarães na Taça, pelo que me parece notável o que já foi conseguido em termos desportivos. Sim, porque com arbitragens isentas, o Benfica estava claramente em 1º lugar do campeonato, jogando, ou não, como a critica (e os adeptos hiper exigentes e autistas) mais gostam.
Mas afinal há alguma razão para criticarmos a “exibição” da 1ª parte contra os gregos, já que na 2ª parte com aquela chuvada não foi possível jogar futebol? A pergunta é teórica e tem resposta teórica. Acho que há um motivo sim: porque razão o Benfica jogou em 4-4-2 losango contra os gregos, quando contra os belgas, o adversário teoricamente mais fraco do grupo, jogamos com 1 avançado, em 4-2-3-1, tal como em Paris contra o PSG? Que se passou para JJ mudar de opinião e insistir num modelo que ao longo dos anos, com vários treinadores diferentes, tem dado maus resultados nesta prova tão difícil?
Alguma imbecilidade que campeia por aí nas críticas a JJ (eu acho que é mais “dor de cotovelo” pelo seu ordenado) esquece coisas tão simples como estas. Quando Koeman alterou sistema de 4-3-3 para 4-4-2 (retirando Karagounis para entrar Mantorras) estávamos 0-0 com o Villareal e a seguir perdemos 1-0. Quando Fernando Santos jogou com 2 avançados frente ao MU, perdemos 1-0. Quando Camacho jogou com 2 avançados frente ao Shacktar Donetsk, perdemos 1-0 e levamos um banho de futebol. Tudo derrotas em nossa casa. Quando JJ jogou com 2 avançados fora contra o Shalke04, perdemos 2-0. Com o Hapoel foram 3-0. Já tínhamos perdido 4-1 com o Liverpool. E na final da Liga Europa contra o Chelsea. O Celtic ganhou-nos sempre que lá jogamos com 2 avançados, curiosamente não ganhou quando jogamos lá com 1 avançado, mas também, não por acaso, JJ foi acusado de ter arriscado pouco.
Será que mudamos do 4-2-3-1 dos dois primeiros jogos, para o 4-4-2 losango com os gregos, por causa das críticas de Paris, onde JJ – para variar – foi acusado de ter jogado a “medo” com o PSG? Será que JJ é influenciado pela crítica da Direcção? Da comunicação social? Dos adeptos “ruidosos”, embora não muito inteligentes? Porque mudou afinal de um modelo que privilegia o equilíbrio no meio campo, 4-2-3-1, para um modelo marcadamente ofensivo e facilmente anulável por equipas de gabarito?
Como bem se percebeu, ninguém na comunicação social quis enfatizar este assunto, preferindo o “fait-divers” do Roberto do mn 86, não o Roberto do mn 3 ...

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