Anda
tudo num alvoroço por causa de umas afirmações de Sócrates, o da tortura, sobre
ter visto ou ouvido o jogo Coreia do Norte-Portugal no Mundial de 1966 na
escola primária. Este último facto, parece-me normal. No alto dos seus 9 anos,
o então rapazinho estava na idade escolar. Era natural que frequentasse a
escola primária. Alías, como na idade adulta frequentou a universidade. Também
normal. Quando se vai para a universidade, entra-se na idade adulta. E
frequenta-se, durante o tempo certo ou durante mais tempo a dita. Natural, tudo
natural. O facto de ter ido para a escola no dia 23 de Julho de 1966, por mero
acidente de calendário, um sábado, e por mera coincidência, férias grandes, e
ter aulas, parece-me normal. Da mesma forma que, num qualquer dia 4 de Agosto
de 1996, também por mero acidente de calendário, um domingo, e também por
mera coincidência, férias grandes, e realizar um exame de inglês técnico que o
catapultou para o clube dos doutores-engenheiros, também me parece normal. E
tudo isto é normal porque pode ter várias explicações, as quais deveriam ser
pedidas ao próprio antes de o apelidarem de Fletcher Reede. Deixo uma
hipótese entre milhentas possibilidades: o jovem primário poderá ter
sido um cábula ou um miúdo com necessidades educativas especiais ou, pelo
menos, alguém que precisou de apoio escolar - hoje é comum - e, se calhar e por
isso, o precursor do moderno programa Oportunidades, e por bondade tutorial,
visionária até nesse capítulo, de um professor mais austero na exigência que
terá decidido cortar-lhe a veia de Tom Sawyer poderá ter sido obrigado a fazer
aquilo que eventualmente não terá conseguido realizar durante o ano lectivo:
estudar para ser um homem. «O menino olhe
que o Salazar não dura para sempre! Se estudar, um dia poderá ser ministro ou
até presidente do Conselho», imagino-o a dizer-lhe. Que importa a
semelhança, trinta anos depois? Nada! Os homens, o jovem universitário e o austero professor, tinham
importantes funções que lhes carcomiam o relógio todo e provavelmente só
arranjaram agenda para esse dia. Não parece lógico? Para quê comparar Sócrates ao
mentiroso compulsivo interpretado por Jim Carrey? O curso nem sequer era Direito... À semelhança de tanta coisa
na sua recheada vida, tratar-se-à apenas de uma mera e simples sequência de
coincidências, mesmo que as Alcinas Lameiras desta vida digam que aquelas não
existem. São as cartas da sorte, dirão elas, depois de as lançarem. Como não
poderia deixar de ser, direi eu, para as calar. Mentiroso compulsivo! Mentiroso
compulsivo! Como pode alguém ter o topete de dizer tal ou sequer pensá-lo?!
Bah!, não havia nexexidade, como diria o
cónego Remédios.
4 comentários:
Você tem cá uma refinaria! e quando se pronuncia sobre Soares e a hist´ria do Panteao?
Você tem cá uma refinaria! e quando se pronuncia sobre Soares e a hist´ria do Panteao?
na entrevista de Sócrates ele diz isso mesmo, que foi à escola, nunca referiu que ia às aulas.
E foi isso mesmo que disse Jorge Patrão, entre muita outra palha. Mas houve uma frase sobre a localização da escola que me chamou a atenção. Disse a testemunha :"Nós morávamos no centro histórico da Covilhã e a escola ficava a muito poucas centenas de metros das nossas casas." Tão poucas centenas de metros que, imagino eu, se chegue lá em 5 minutos. E um Zé Sócrates com 9 aninhos nem 5 minutos demoraria! Pois, mas na entrevista, o Zézinho disse preto no branco que saíra de casa quando Portugal estava a perder 3-0, foi ouvindo os golos na rua e, quando chegou à escola, já Portugal estava a ganhar. Isso significa que o "arguído" só poderia ter saído de casa entre os minutos 25 e 27 ( a Coreia marcou o 3 aos 25, tendo Eusébio reduzido aos 27. Por outro lado, para ter chegado à escola e Portugal já estar a vencer, teria que ter chegado depois do minuto 59, o que com intervalo e tudo dá uns belos 47 minutos na melhor das hipótese para que o nosso narigudo tenha percorrido os ditos escassos metros que separavam a sua casa da escola!
Ficha do jogo Coreia do Norte 3 - 5 Portugal
http://www.zerozero.pt/jogo.php?id=4148
Vou colocar de parte qualquer falha de memória do Zé, porque como Jorge Patrão diz e bem na entrevista, "essas coisas a gente não esquece". Assim sendo julgo que fica aqui provado que Sócrates mentiu sobre um assunto onde não tinha qualquer necessidade de mentir. E isso é que me preocupa. O Zé não está afastado das próximas presidenciais e seria grave ter à frente da nação um mentiroso compulsivo, ainda por cima a seguir a outro que se julga Deus.... mas não é! Era tão mais simples o Zé ter simplesmente dito que não era um grande fã de futebol mas que ainda assim admirava e respeitava o nosso King. Mentir gratuitamente, e com tanta convição e até uma ponta de emoção é para mim de uma enorme gravidade
Ao Sabado, na Francisco Arruda, tinha Mocidade Portuguesa ao Sabado, e ao Sabado, da parte da tarde eu via Andebol na Ferreira Borges com o fabuloso Brito que foi só o melhor jogador de todos os tempos na modalidade.
Nesse sabado de tarde, eu vi o jogo numa coletividade.
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