09 abril 2014

Hipocrisia a (foice) martelo

Kim Jong-Un é apenas o sucessor de uma longuíssima linha de criminosos e genocidas que cometeram os mais bárbaros crimes contra a Humanidade sob a bandeira do Comunismo. No entanto, temos um PCP que anda por aí como se nada fosse, vai a eleições e até elege “camaradas” para os diferentes órgãos de soberania. Pessoalmente, não tenho nada a objectar, porque sou contra proibições por uma questão de princípio, por isso acho que o PCP ou outro Partido qualquer podem defender as ideias que quiserem e sob os símbolos que entenderem, desde que se fiquem pelas ideias e não cometam crimes, ou incitem a violência, evidentemente. No entanto, a nossa sociedade tem dois pesos e duas medidas, o que a torna hipócrita: se for um partido fascista ou que use símbolos nazis por exemplo (não devia ser necessário, mas devo ressalvar que não estou a defender nada nem ninguém), é imediatamente banido sob um coro em uníssono de indignação, no entanto partidos comunistas podem existir sem qualquer problema. E como nisto de crimes contra a Humanidade ou genocídio, a quantidade e os números contam, Estaline, Mao, Pol Pot, esta rapaziada da Coreia do Norte e demais tiranos comunistas do último século não têm paralelo.

7 comentários:

José Gonçalves disse...

Entre outras razões, é o que dá ter a Constituição "socialista" que temos!

Rui Rebelo Gamboa disse...

Que proibe expressamente os partidos fascistas.

Anónimo disse...

Caro Rui Gamboa
Considerações precipitadas não são bons palpites...
Em primeiro lugar(como muito bem diz) a liberdade de pensamento admite as mais disparatadas ideias, mesmo que sejam criminosas, aliás não é crime o pensamento criminoso é sim a acção ou em determinadas situações a omissão criminosa(isto claro quando a lei obrigar a certa conduta)por isso(e não só)não entendo esta confusão entre a ideologia comunista e a prática que alguém em nome dela pratica ou praticou numa determinada realidade, se toma-se este critério como método, desqualificava toda e qualquer ideologia,pois alguém em seu nome já praticou as mais abjectas atrocidades ou até simples erros históricos...
Eu sei que é bem informado e formado, por isso estranho esta analise menos cuidada:
Em 1º. lugar tenho a informa-lo que não tenho especial apreço pelas realidades por si apresentadas como experiências socialistas ou pelos partidos ditos comunistas que citou, como não tenho (por maioria de razão, consideração meramente subjectiva...) pelas experiências capitalistas de Pinochet do Chile de vilela da Argentina e de outras experiências por este mundo fora, tanto como colectivo que foram, como experiências individuais, por exemplo considerações deste tipo, poderiam levar a generalizações como esta, se Dias Loureiro, e mais uns tantos do BPN, eram do PSD, logo todos os do PSD, são caloteiros, ou se este ou aquele dum partido matou, todos os do mesmo Partido são criminosos...
Dizer que os partidos comunistas deviam ser banidos era dar um tiro no principio basilar da democracia, diz que se for um Partido fascista o critério é outro, em parte é verdade, mas só na medida que a constituição manteve um principio desactualizado que é datado dum tempo em que saiamos duma ditadura fascista e por este motivo era lógico que esta mesma proibição existisse, lógica esta que esta desactualizada e se na teoria não desapareceu da constituição, na prática foi ultrapassada, mormente com a existência do PRD, partido que professa uma doutrina pró fascismo e que na minha ideia(que é a sua)é uma forma de na prática restituir um principio democrático por si enumerado.
Existe um exercício de prova mais ou menos diabólica de tentar provar que um regime é mais sanguinário do que o outro, mas salvo melhor opinião é uma perda de tempo, as realidades devem ser combatidas por aquilo que são e as teorias pelo que dizem e não por aquilo que alguém faz com elas, mal comparado, não há instituição mais nobre que a família e no entanto no seio das famílias se cometem as maiores atrocidades, sem que se possam justapor estas mesmas desgraças à teoria sobre a instituição familiar...
No fundo penso que a sua ideia era boa,( com a sua autorização e com a devida vénia) penso que seria a de salientar que o pensamento deve ter curso livre.
Para acabar tomo a liberdade de dizer que um ou outro sistema é aplicado por homens com os defeitos que caracterizam os homens e por isso muitas vezes a bondade das ideologias(para os seus apoiantes) é desfeita pela razão das características negativas da humanidade é por isso que eu considero que o caminho da evolução do homem é longo e sinuoso, mas desejável e possível, mesmo no seio de regimes sociais e políticos distintos, esta consideração levarmos-ia por exemplo a considerar se não seria possível dentro do mesmo regime fazer melhor do que faz Passos Coelho, eu penso que sim...
Saudações
Açor

Anónimo disse...

Caro José Goncalves
O "direitismo" é a doença infantil da "extrema direita" como o esquerdismo é a doença infantil da extrema esquerda(leia-se extremos aqui, como a vontade de ser mais papista que o papa de querer ultrapassar como bom aluno o instituído, ou seja querer tirar a conclusão que a culpa da proibição dos partidos fascistas é da constituição ser socialista é esquecer que a Constituição consagra este principio não por ser socialista(pois senão proibia o capitalismo)mas sim por ter saído duma ditadura "fascista" e como todas as revoluções existem proibições sobre as realidades que possam fazer regressar ao tempo de que se saiu, já escrevi na resposta ao comentário que este considerando esta desactualizado, mas este medo(de acabar com este preceito) não é forçosamente dos socialistas, pois como sabe a Europa comunitária tem fundados receios do recrudescimento das ideologias fascistas e não me admirava nada que o PSD e o CDS, não apostassem na retirada deste preceito, que eu considero que deve ser retirado pois a liberdade de pensamento deve ser livre, não obstante os riscos de desenvolvimentos de ideias Nazis e fascistas, francamente indesejáveis na minha opinião, mas a liberdade tem os seus riscos e vale a pena aceita-los em nome da democracia e do pluralismo.
Por isso penso que é importante reconhecer que tanto os elementos da esquerda como os da direita têm assomo da verdade única esquecendo-se que a principal virtualidade do debate politico e ideológico é por um lado a diversidade e por outro, parar para pensar se o outro não terá ideias válidas e não o radicalismo de por em causa tudo o que o outro apresenta ou defende só por ser de ideologia diferente.
Açor

Anónimo disse...

Açor

Escrevi socialista entre comas, tal e qual como como você escreveu "fascista" e não fascista, presumo que com a consciência de que é academica e politicamente discutível se existiu fascismo em Portugal. Se não o foi, fica, ao menos, o esclarecimento de que o socialismo a que me referi é um eufemismo para comunismo, ainda que mitigado por normas democráticas. E democrática, ou pelo menos democrática tal e qual como é configurada neste post e neste blogue, é que ela não é. Bastam os dois exemplos: proibe-se a existência de um partido fascista (só falta criminalizar a afirmação e identificação de um cidadão com tal ideiologia) e permite-se o comunismo. Contradição insanável que a história da época ajuda a explicar mas inconcebível actualmente. É altura de a mudar, nesse e noutros aspectois, inclusive quanto ao regime, ao modo de eleição e aos limites à revisão. Quanto a "FASCISTAS" e quejandos, dada a sua insignificância, são menos perigosos do que comunistas (quantos seres humanos foram dizimados em nome da ideologia? 100 milhões? Pois, é isso mesmo, pelo menos). De tudo, isto acaba por parecer outro famoso pseudo-democrático princípio desta constituição: o referendo. Está lá previsto, é muito bonitinho, mas sempre que alguém o propõe é sempre inconstitucional. Talvez por isso, sejamos o país que somos, discutimos nos cafés, nos blogues, no "facebook" e o pagode continua. E depois, os suiços é que são atrasados...

JG

Anónimo disse...

Caro J.G
Antes de mais agradeço a pronta resposta, atitude que aprecio, ainda mais quanto sei que esta muito ocupado.
Começando pelo fim; de facto eu escrevi "fascismo" porque sei que é discutível a atribuição ou não de fascismo ao regime de Salazar/Caetano, não me irei reter a este conceito, o que importa é que a discussão politica(por culpa ou deficiência de Direita e Esquerda) esta muito limitada pelo fanatismo, não se discute as questões com a liberdade e a independência intelectual(se isto é possível)que os temas exigiam, por exemplo a questão do referendo, se é certo que este é uma forma de democracia, também é certo que tem limitações que nos levaria muito longe, o referendo é sem dúvida uma forma de discussão e exercício da democracia, mas como sabe tem limitações como têm os resultados eleitorais, facilmente se manobram os resultados de uns e outros, seja como for deviam ser mais usados, começando pela nossa entrada na então C.E.E, no Euro e nas revisões dos tratados...
Outra coisa seria o entendimento e o aproveitamento da democracia directa que a Suíça é um exemplo.
Não entendo que considere o Fascismo como tendo aspas por não ser Fascismo e o Socialismo com aspas por ser Comunismo, mas será que o nosso Socialismo será no mínimo Social Democracia?
É claro que nem Social democracia é, basta ver o ataque ao estado social que o governo de Passos faz, mas com a devida vénia esta enganado em pensar que a proibição dos partidos fascistas tem qualquer coisa a ver com a Constituição ser Socialista, na Europa Comunitária, existem proibições de partidos fascistas e nada têm de socialistas, eu no meu comentário tento explicar a razão de ser da proibição, mesmo outros conceitos constitucionais mais abertamente "socialistas" pouco têm de socialismo ou se quiser de limitação do capitalismo, são formulas que até Sá Carneiro utilizou e que tem a ver com o período histórico do Prec.
Mas o conceito de liberdade(ou de falta dela) não é exclusivo do PCP ou de outros partidos de esquerda, a disciplina de voto o seio do PSD e CDS é o que?
Eu disse e julgo que não estou longe da verdade, que é uma prova diabólica tentar encontrar a contabilização de quem foi mais terrível, aliás já discuti salvo erro isto consigo(se calhar sem a abertura que hoje analiso o caso)mal comparado será sempre como os erros dos árbitros, os erros contra o nosso clube será maior e mais grave do que os erros contra os nossos opositores, para mim um erro é tão grave qualquer que seja a vitima e uma morte será sempre um cataclismo para a família que a sofre, mas comparar a nossa realidade com comunismos é muito mais grosseiro que chamar fascismo ao Salazarismo e desde logo porque o Comunismo, nunca tendo existido no Mundo, pressupõe um estádio económico e social utópico onde desaparece a propriedade privada e as classes sociais, isto já aconteceu em algum momento Histórico?
Dizer que o fascismo é insignificante é antes de mais ignorar que esta ideologia tem aumentado na Europa mormente nos Países da ex URSS, e depois julgar que o que é hoje insignificante não pode vir a ser importante a curto prazo é esquecer as lições da história mormente da implementação do Nazismo.
Outra coisa é o risco de não compreender que só despindo o nosso subjectivismo parcelar podemos entender o sentido e alcance da liberdade.
Saudações Açor

Anónimo disse...

Caro José Goncalves
Gostava de saber que entendimento tem em relação aos pontos que cita, a revisão Constitucional seria feita como, para satisfazer os caprichos de cada governo?
Que modo de eleição propunha?
Se fosse um que reflectisse a verdadeira opção dos votantes, eu concordava, ou será uma forma para reforçar o governo por uma minoria?
Julgo que sabe que o somatório dos votantes da oposição são por norma muito maior que os votos dos partidos do Governo(qualquer que ele seja).
No fundo se pensar com honestidade, confirmará que os processos eleitorais têm favorecido os Partidos do PS/PSD, sem esquecer de todos os apoios dos media etc, etc...
Enfim a democracia e a liberdade nunca será defendida pelos partidos que ao longo destes 40 anos têm governado o País, pela simples razão que o sistema que os tem favorecido não é consentâneo com esta liberdade.
Será o aumento da democracia no acesso à informação que faz correr estes Partidos(PS/PSD)que se têm dado tão bem com este sistema, será mero acaso a defesa intransigente que eles fazem na salvaguarda dos seus militantes prevaricadores?
Enfim, só acredito quando estes partidos fizerem uma autocrítica ao seu papel em todos os erros dos quarenta anos de democracia, até lá será sempre um teatro para conseguirem os lugares e as mordomias que auferem nos cargos que irregularmente(ou não) lhes são atribuídos.
Saudações
Açor