19 julho 2014

(futebol) O rei vai nu...

Portugal 19 de Julho de 2014

Confirmaram-se alguns dos rumores que circulavam nas páginas dos jornais e restante comunicação social. Da equipa campeã que também venceu a Taça de Portugal e a Taça da Liga, e que foi finalista da Liga Europa, confirmam-se as saídas de Garay vendido por 6 milhões de euros, Siqueira com opção de compra de 7 milhões não exercida, Oblak vendido por 16 milhões (valor da cláusula) e Markovic por 25 milhões (cláusula de rescisão de 40 milhões).
Como se sabe, cada um destes jogadores nucleares (Markovic será o menos importante nesta perspectiva) teve uma história de saída distinta. (1) Garay que custava ao Benfica cerca de 3,5 milhões de euros anuais em salários e tinha contrato até Junho de 2015, foi vendido a preço de saldo naquilo que considero ser um “crime lesa futebol benfiquista”. (2) Siqueira, jogador que resolveu um problema com mais de 5 anos na lateral esquerda, não convenceu Vieira ou a Direcção do Benfica, a exercer a cláusula de compra de 7 milhões de euros, havendo duas versões antagónicas para justificar esta opção. O Sr.º Vieira disse que os salários pedidos por Siqueira eram incomportáveis para o clube/SAD (entrevista à RTP no Museu Cosme Damião), e o jogador desmentiu-o mais tarde dizendo que nem sequer chegaram a falar de salários. (3) Oblak tinha contrato até Junho de 2015, foi transaccionado pela cláusula de rescisão. (4) Markovic com contrato mais alongado, cujos direitos económicos repartíamos com um Fundo do empresário Pina Zahivi, foi vendido por 25 milhões, valor abaixo da cláusula de rescisão.
Pode-se concluir que existem diversos motivos para explicar cada uma das saídas, mas todos esses motivos afunilam numa só conclusão acerca da gestão económico - desportiva do Benfica e que se ilustra com a antítese da história do “rei nu”. Na realidade deste Benfica são os adeptos que vêm grande qualidade na roupa do rei, e o rei (mais um numero limitado de acólitos) é o único que sabe que não traz qualquer roupa vestida.
Para tirar estas conclusões baseio-me em dois vectores argumentativos que o Sr.º Vieira, aconselhado pelos seus acólitos, vai “vendendo” nas suas fugazes aparições televisivas: 1) sabemos para onde vamos, o caminho é longo e difícil, mas com a ajuda de todos seremos bem sucedidos, 2) este foi o último exercício em que tivemos de vender jogadores para equilibrar a situação financeira do Benfica.
Dando o crédito que estas mensagens não têm, como venho dizendo há anos, temos de concluir que a gestão do Benfica é uma farsa monstruosa. Uma farsa planeada, executada e publicitada com perversidade, na medida em que não é tido em conta a crença, sofrimento e paixão dos adeptos, mas todos os anos se inventa um qualquer novo argumento para continuar a planear e executar uma estratégia contra os interesses do Benfica, ou seja, contra a confiança, sentimentos e paixão dos sócios e adeptos.
Este tipo de gestão do vender rápido e na primeira oportunidade, só se explica pela mentira sobre a solidez das contas do Benfica e pela mentira sobre o benfiquismo do Sr.º Vieira. Não se pode entender de outra forma este tipo de gestão! O Benfica é campeão, tinha finalmente uma equipa estruturada a partir dos processos defensivos, tinha finalmente um defesa esquerdo consensual e competente, um guarda redes difícil de bater e com margem de progressão, defesas, médios, atacantes, enfim, poderíamos sonhar a passar à fase a eliminar na Champions League, e que faz o Sr.º Vieira? Isto que temos visto...
As perguntas que ficarão sem resposta são: se Enzo Peres renovou contrato antes de sair para o Mundial, como ele referiu, porque razão Oblak e Garay não tiveram igual tratamento quando se sabia que os seus contratos terminavam em 2015? Se a situação financeira do Benfica é equilibrada, o que leva o Benfica a vender Markovic, 19 anos e margem de progressão, por um valor muito inferior à sua cláusula de rescisão, que era de 40 milhões? Se no Benfica é tudo transparente, o que leva Vieira a fazer sucessivos negócios de aquisição de 50% do direitos económicos dos jogadores, sabendo-se que as comissões ganhas pelos empresários nas revendas são enormes e podem ser divididas com quem quiserem e com quem os ajuda a ganhar dinheiro tão fácil? O que leva Vieira a trocar um valor seguro como Siqueira, por um par de incógnitas como Benito e Djavan que custaram cerca de 5 milhões de euros, sendo que Djavan pertencia ao Corinthians Alagoano, clube do qual é proprietário o famoso Araújo da “fruta” e “café com leite”?

Mas para os Sr.ºs Gaspar Ramos e Joe Berardo, o Benfica está a fazer o que tem de fazer. O rei vai nu, mas os súbditos, entenda-se, os sócios e adeptos dizem que não...

5 comentários:

Anónimo disse...

O Oblak tinha contrato até 2018. O Luis Vieira limitou-se a fazer aquilo que melhor sabe, nao perceber o momento em que deverá renegociar um contrato ou efetuar um aumento salarial.

Paqra devolver o Benfica aos socios o melhor é comparecer nas assembleias gerias e patear os notaveis que vao comer e beber no camarote nos dias de jogo e boicotar a compra de jornais sempre que estas figurinhas falarem.

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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eagle01 disse...

Caro anónimo, concordo plenamente, o problema que tu acabas por evidenciar é o porquê de não existir oposição no Benfica. Eles vendem-se por uns comes e bebes, ou umas viagens com a equipa de futebol do Benfica. Este é o Benfica. Grandes em quê? Só nos adeptos e nas conquistas... hoje somos uma merda de clube....