Na SIC Notícias, a entrevista de Mário Crespo a Manuel Maria Carrilho.
O professor Carrilho, conhecia ou não as regras do jogo antes de jogar? Se não as conhecia então está alheado da realidade, se as conhecia então tem que estar calado. Até é verdade que as coisas não funcionam bem e não são, longe disso, perfeitas, mas são como são.
Exemplo: o caso do filme de campanha onde o filho surge. O Prof. diz que aquele filme tem 13 minutos e que os media só deram atenção àquele pedaço. Pois claro que foi. Os media vivem de vender e o que vende é aquele pedaço e não o resto, ele não sabia disso? Outro exemplo: ele diz que os media só deram atenção a uns incidentes sobre os seus cartazes; que estavam invertidos, ou que caiu na cabeça de um transeunte (?), outra vez, é claro que sim e outra vez, é disso que eles vivem.
As regras estão feitas e criadas e a partir daí cada um joga com os meios que tem. Se o outro lado (Carmona) usou agências para ganhar a eleição e se isso não é ilegal, então fez muito bem. O Prof. Carrilho pode achar que as coisas não funcionam bem e tem razão, mas não pode usar isso como desculpa pela sua enorme derrota.
Foi uma entrevista muito interessante, quase uma batalha e um esgrimir de ideias de duas pessoas muito capazes. Mário Crespo, fantástico e único, como sempre, insistiu muito no ponto da derrota de Carrilho ser enorme, esmagadora, etc. e do Prof. em todo o seu livro nunca assumir nenhuma quota-parte dessa derrota. E isso é que é estranho.
Como já aqui dissemos, os princípios do Prof. Carrilho até são louváveis, mas não neste contexto. Ele esperou 6 meses para publicar esse livro (que eu não li, entenda-se), isso quer dizer que se trata de uma pessoa vingativa, rancorosa, que não esqueçe e que prepara, friamente, a sua resposta. Eu pelo menos não sou assim, eu esqueço rapido o que não me interessa.
Caro Prof. Carrilho, esta é a nossa realidade e o Prof. sabia-o, portanto não se faça tão surpreso sobre o comportamento dos media.
No rescaldo do combate eu daria uma vitória de Mário Crespo por 11-10, porque se é verdade que Mário Crespo ganhou em termos de conteúdos, o Prof. supera essa falha com a sua, bem elaborada, forma de apresentar as suas ideias. É um filósofo.
5 comentários:
Bem, às tantas ele andou a escrever o livro durante os seis meses...? Caro Rui, talvez fosse aconselhável ler o livro! Eu assisti à campanha. Os processos , eventos, que Carrilho descreve no seu livro são factuais. E é aqui que reside a vitória. Além disso, o Crespo parecia uma histérica descontrolada, uma postura muito imprópria para um (verdadeiro) jornalista.
Ele estava a defender mais a sua classe e o seu patrão do que a ser jornalista, por isso é que eu comparei aquilo que se passou a um combate de boxe. E neste sentido acho que ele ganhou, lá está sem ter lido o livro, só me reportei àquele encontro de ontem.
Eu não tenho intenção de ler o livro nem tão cedo, não porque não me interesse, mas porque tenho outras prioridades, que nem essas eu consigo ler. Por exemplo gostava muito de ler a biografia política de Álvaro Cunhal pelo Pacheco Pereira, mas 1) é caríssimo, são cerca de 30 euros cada volume e são tres e ainda falta ele escrever o quarto e 2) porque não há tempo.
Concordo com o Rui, mais do que a ser um entrevistador o MC estava a defender a classe e o patrão. Ambos se encontravam numa situação díficil. O Carrilho estava na casa do inimigo a atacá-lo.
MC é nosso conterrâneo.
concordo.
OKapa.
Parece-me que esta página está encerrada. Os tais concensos alargados.eheheh
Quem vai às festas do Senhor Santo Cristo?
Enviar um comentário