O título deste meu post, remete propositadamente para o projecto, já em execução, das “Portas do Mar”, mas quer transmitir um desejo, o meu desejo de nos virarmos, sem medo, mas com respeito, pró Mar, para este Oceano que nos rodeia. Temos de assumir a nossa vocação Atlântica, e abrir as Portas pró Mar, para as actividades náuticas, para a promoção dos Açores como Ilhas verdadeiramente Atlânticas, com um Arquipélago que se mistura com o mar que o banha, que vive dele e para ele, que o preserva, que o respeita e valoriza.
Um Arquipélago onde as baleias e aves acorrem para se resguardar dos Invernos mais rigorosos a Norte, um paraíso Atlântico.
São estes os Açores que eu idealizo.
Para tal há que apostar em actividades ligadas ao mar e em projectos que desenvolvam iniciativas de cariz marítimo ou costeiro. A limpeza da nossa orla costeira é essencial para que o primeiro postal para quem chega pelo mar, para quem acostar nas “Portas do Mar” , não fique manchado com os detritos que (ainda) se espalham pelos nossos “calhaus”.
Em relação a actividades desportivas, de lazer ou de investigação cientifica, entre outras, o nosso Governo poderia, a meu ver, encaminhar grande parte das verbas atribuídas a outras duvidosas cuasas (como o último “subsídio” ao CD Lusitânia, para promoção de produtos hortícolas Regionais), e criar rubricas próprias para canalizar verbas que visem a criação de condições para que os Clubes Navais locais, e outras colectividades (ou indivíduos), possam dispor de meios para atrair jovem para a prática da vela ou canoagem, entre outras, dinamizando assim estas estruturas e fomentando o interesse dos jovens por estas práticas.
Temos mar em abundância para a prática de lazer e desportos de mar, pese embora alguns dias bastante invernosos, mas faltam-nos infra-estruturas e equipamentos para que os jovens se sintam impelidos a praticá-las. Os êxitos só se conquistam quando existem condições para treinar e bons meios para uma prática sistemática.
A Secretaria Regional do Ambiente e Mar tem aqui um papel importante, tendo, inclusive, já dado um primeiro passo, ao entregar ao Clube Naval de Santa Maria de uma embarcação a motor, tipo pesca-passeio, de nome “bota-abaixo”, que servirá, nas palavras da Secretária Regional Ana Paula Marques, “para prestar um importante auxílio nas acções de monitorização, fiscalização e observação do litoral e do mar circundante desta Ilha, numa parceria entre o Governo e aquela instituição”.
Nesta área podemos, devemos, ser exímios, ser um exemplo, aqui poderemos marcar a diferença, e conseguir, através do mar, levar longe o nome das nossas Ilhas. Exemplo disto são as regatas que cruzam as nossas águas e as que aqui aportam.
Num mundo onde lugares mágicos, como ainda considero serem os Açores, são cada vez mais raros e são cada vez mais procurados por turistas que procuram um refugio à agitação das sociedades modernas e ao “mundo” de betão que os cerca no quotidiano.
Não contesto que se atribuam alguns apoios ao futebol e ao golfe, o que me custa aceitar é a aparente falta de interesse na aposta “mar”, por parte das entidades públicas.
Pagam para abater barcos de pesca, poderiam financiar embarcações desportivas e outros meios que possibilitem essas práticas, e não dizimam o que de melhor tem o mar, os seres que nele habitam.
12 comentários:
E "mai nada"...
mas haverá interesse? no futebol há de certeza, no golfe há interesse estrangeiro, mas e no mar? interesse local e estrangeiro??
Incentivar o interesse é bom, mas só isso.
Algo inaceitável e imprescindivel é o ambiente, enquanto se continuar a deitar lixo directamente ao mar, nada feito.
Falaste da secretária do ambiente dou-te um exemplo de como funciona: um senhor importante cá da terra queria construir uma casa ou seria um hotel, perto do mar, não podia porque por lei tem de haver 50 mertos desde a construção até ao mar, o senhor decidiu criar mais uns metros de terra, deitando pedras sobre o calhau da praia. a secretária respondeu que, como não era uma obra privada não tinha nada com isso. Houve um abaixo-assinado, houve tv e medias emcima do caso e o sr acabou por ser 'obrigado' a deixar a obra. As pedras estão lá, a orla maritima naquele lugar nunca mais será igual está estragda de vez.
Enquanto situações dessas continuarem, mais vale não investir no mar...
Ó Rui, noto no teu comentário um sentimento derrotista, de desacreditação.
Este caso de que falas, passou-me ao lado. A ser como dizes é, de facto, inaceitável. Não percebi se a posição de "nada podemos fazer" da Secretaria do Ambiente se fundamentou na questão de não haver um alvará de obras. Mas pouco importa. O cerne da questão está no facto do autor de tal a tentado estar identificado, e das duas uma, ou a Secretaria obriga o senhor a retirar o que lá depositou, ou fá-la ela mesma, porque se trata de uma área da sua responsabilidade e de interesse público.
Quanto ao interesse da aposta no mar te levantar dúvidas de interesse, local ou estrangeiro, devo dizer-te que esta questãoes, meramente de "interesse" devem ser deixadas aos privados.
Quanto ao futebol temos a escola do Pauleta e os Clubes com os escalões jovens. O futebol atrai os jovens, e é uma actividade desportiva, por isso defendo que seja apoada, com contenção. Mas defendo que devam ser criadas condições para que os jovens se possam interessar por actividades ligadas ao mar.
O Golf, esta é mais uma actividade que gerou interesse de privados, e devem ser eles a investir, embora tenham incentivos Governamentais (que tu já aqui deixas-te em post).
No que toca ao mar, é uma "arma" que devemos preservar, valorizar e aproveitá-lo a nosso favor.
Futebol e Golf há em todo o lado. Nunca será por aí que seremos recordados ou alvo de interesse especial e estratégico.
Já me referi ás regatas que cruzam o atlÂntico e a Açores -Les Ables que tem a Horta como destino. O mergulho e a observação de cetáceos. Isto não gera interesse nos locais e nos que nos procuram_? Não será por aqui que nos podemos afirmar?
Investir em desportos nauticos para fazermos velajadores oceânicos e velejadores que possam ir aos jogos Olimpicos, por exemplo.
Não custa muito dinheiro e pode levar o nosso nome longe, em modalidades que assentuem a nossa vocação AtlÂntica.
Já tivemos o nosso Pauleta, no Golf nunca ninguém vingou, mas nos desportos nauticos podemos fazer campeões.
Quanto Às questoes costeiras estamos inteiramente de acordo.
Rui, tu que sempre viveste a escassos metros do mar, achas que o mar deve ser visto de uma maneira economicista, de uma Deve e Haver? Muito me estranha.
Eu pessoalmente concordo que o nosso investimento deverá ser feito aproveitando um todo de recursos marinhos que temos.
Quer queira, quer não, vivemos rodeados pelo mar.
Agora não concordo com a degradação que, certos projectos, podem causar á nossa orla Costeira.
Nem sou a favor do progresso "desenforiado", chegando ao ponto de destruir uma harmónia quase perfeita entre a sociedade e meio ambiente.
A situação que eu relato foi exacatmente no local onde moro. O 'calhau' ali nunca mais será o mesmo, está cheio de pedras cortadas a direito e só parou porque nós fizemos 'barulho', porque a secretária do ambiente, sem qualquer interesse no ambiente alheou-se do caso, dizendo que como não era uma obra da responsabilidade do governo não podia fazer nada, ora se estragar o ambiente maritimo não é da responsabilidade do governo e da secretaria do ambeinte, eu não sei o que é então. O sr que ia fazer a obra era alguem, digamos que importante na maquina socialista...
E isso leva-me à minha posição, acho que o grande investimento deve ser na preservação do ambiente, mantendo-o o mais puro possível, ou seja não quero investimentos que tragam cimento para o mar. As portas do mar é uma aposta, chamar-lhe megalomona é um erro, se se quer um turismo de massas para cá, tipo Madeira, onde não haja grande interesse pelo meio ambiente, tendo em vista apenas interesses economicistas, então o projecto é óptimo e até estará obsoleto dentro de alguns anos, agora se quisermos um turismo de qualidade onde o ambiente eo mar sejam protegidos, então este será um projecto assassino.
Falaste em mergulhadores e observação de cetáceo, acho óptimo, invista-se, mas que haja uso. As regatas passam pelos Açores, óptimo também, simplesmente não vejo o que mais investimento possa fazer por essas regatas. Velejadores que cheguem aos J.O.?? Houve um Pauleta porque havia talento, não devido ao investimento ou falta dele, o golfe a mesma coisa, felizmente que esse tipo de desporto não precisam de muito investimento, nem mesmo a vela, basta o mar estra protegido.
Eu defendo exactamente o interesse publico do mar, não quero lucrar em nada com o mar, não quero ter velejadores nos J.O., não quero mais regatas, não quero mais turistas cá, etc se isso tudo quiser dizer alterar as condições naturais existentes, porque, caro pp, o projecto de que te falei aqui ao meu lado tinha o mesmo interesse que tu defendes, seria um pequeno projecto hoteleiro de 'qualidade' virado para o mar e às actividades maritimas, mas só que o preço a a pagar seria destruir a costa, como aliás foi feito. O mar é, de facto, o nosso maior tesouro, 'investir' nele é algo que deve ser feito com muito cuidado e eu posso afirmar isso, tendo por base experiencia própria.
A questão que eu levantei sobre a Batalha, era em relação aos valores, porque o investimento no turismo do golfe é importante. Quanto ao futebol e a escola do Pauleta, penso que nem são situações compraveis, porque não mexe com o meio ambiente. Como tudo há que pesar prós e contras, os prós de investir no golfe são, para mim, maiores que os contras, os prós de investir no mar são ifinitamente menores que os contras, eu quero que os meus filhos conheçam este mar virgem que nos rodeia, e acredita qualquer tipo de investimento que se faça no mar vai, obrigatoriamente, mexer com a actual qualidade. Por isso digo, o único investimento que quero que façam, é o trabalho para que foram eleitos: protejam o meio ambiente, protejam este nosso maior tesouro, mais nada.
Ó Rui, das duas uma, ou eu me exprimi mal, através da escrita do Post, ou tu não entendes-te que o que eu pretendo não são uma "Portas do Mar" (projecto que não me agrada muito, pela localização sobretudo)mas sim uns Açores de Portas abertas pró Mar.
Defendo isto em oposição ao tal turismo de massas.
Qunato ao betão, quero-o longe do mar e dos calhaus.....mas isto não invalida que se construa a 50 metros da costa (local escolhido com rigor)e que esse empreendimento tenha acesso ao mar.
Creio que tu também defendes que a economia é, não só essencial para o "andamento" de uma sociedade, como é um imperativo das sociedades modernas, ao qual não podemos fugir.
Também já te ouvi concordar que a nossa sustentabilidade económica passa por um turismo de qualidade e não de massas. Também partilho essa opinião.
Quanto ao golf e ao futebol, não sou contra apoios a essa actividades, mas gostava de ver apoios a activifdesa de cariz naútico, como desportos, pois penso que é por aí que nos podemos afirmar.
Afirmar não quer dizer atrair desenfreadamente turistas paara cá. Mas só conhecendo a nossa existência (que é amplamente desconhecida, e digo-te por experiÊncia prórpia) podemos atrair jogadores de golf e turistas que procuram qualidade etranquilidade.
Daí também defender a preservação dos nossos recursos naturais e a criação de condiç~ºoes para que quem nos visits apossa levar uma boa imagem.
Não é com equipas de futebol Açoreanas oou jogadores de golf Açoreanos que vamos dar a conhecer o nosso arquipélago e as suas potencialidades.
Mas com a ctividades naúticas todos percebem que "somos" mar.
As regatas (os velejadores são, normalmente pessoas com estabilidade económica e quem andam por todo o mundo, podem levatr o nosso nome e belezas longe) devem ser aproveitadas por empresas de reparação de barcos, que poderiam criar bons serviços, fazendo com que uma paragem nos Açores fosse aproveitada para reparações (que deixam cá dinheiro), e por aí fora Rui....
Consigo sentir no que escreves-te em cima, um certo "orgulhosamente sós", que só servirá para atrofiar a nossa economias, as nossas gentes, e que pouco fará para melhorar o que já existe, criar coisas novas que valorizem as nossas belezas e potencialidades.
Também eu quero que a minha filha possa desfrutar das nossas belezas, paisagens e qualidade de vida, mas não quero que a natureza "cristralize" enquanto tudo o resto apodrece porque não se aproveita (respeitando o meio ambiente)o que de belo temos para mostrar.
Se leres sem o meu post, sem o rancor que te causou o "elogio" a Sevretária Regioonal do AMbiente, vais ver que as nossas opiniões não divergem assim tanto.....se bem entendi!!!
Quanto À qustão que se passou aí no Pópulo, é um atentado ao meio ambiente, e como tal da alçada da Secretaria do Ambiente e Mar.
O alheamento da dita Secretaria em relação a este atentado ecológico, pelos vistos tem o dedo da tal "fidelidade partidária" (referida no ponto 2 do post "Dois em Um")que, pelos vistos, torna os anigos do Poder ininputáveis à luz da Lei.
Estando identificado, como pelos vistos está, deveria ser coercivamnete forçado a repor o lugar como estva antes. Não o fazendo, deverá a referida Secretaria efectuar tal retirada de entulho e mover um processo ao senhor para pagar os custos dessa operação.
È isso que dita a Lei.
No entanto, Rui, a criação de pequenos Resorts junto à costa, respeitando, como já referi, os impactos ambientais e preservando a costa, não é imcompativel com a defesa da nossa orla e manutenção das suas belezas naturais.
Esses empreendimentos, se bem fiscalizados e ordenados, podem até valorizar as nossas costas e locais junto ao mar.
Temos de disponibilizar o nosso mar ao turista que nos visita.
Os atentados dão-se nos nossos calhaus mesmo sem turistas ou sem hoteis junto ao mar. Há 20 anos, quando os turistas eram uma miragem, os nossos calhaus estavem bem mais sujos......o desenvolvimento pode trazer civismo...ou meios para promovê-lo.
Diz de tua justiça, amigo Rui, e podemos continuar com a "conversa".
Admito que existem algumas lacunas e parágrafos semi-completos no que escrevi no post.
Faltou-me uma (ou mais) leitura do post antes de publicá-lo, mas o essencial do que eu queria dizer está lá.
Não creio que possa dar a sensação da minha colagem às "Portas do Mae", antes tento dizer que, em oposição a abrirmos as nossas portas aos que chegam pelo mar, deveriamos abrirmo-nos nós ao mar.
Eu teria muito orgulho em saber que um praticante de uma qualquer modalidade de mar dos Açores, teria assegurado presença nos JO.
Para tal é necessário que os jovens, cada vez mais avessos a modalidades de ar livre, se sintam motivados a praticar actividades náuticas. Para tal é necessário criar condições, mas não betão. Condições que tornem apelativa a escolha por essas modalidades.
Já agora. Rui, as construções nos Açores, atendendo ás nossas especificidades, podem ser erguidas a 30 metros do mar.
Para que não fique a ideia de falta de resposta, eu (PP) e o Rui já trocamos argumentos por outras vias que não esta.
Cumprimentos a todos
.
Já agoram por curiosidade, não existiu um estudo de impacto ambiental pela secretaria.
Tambem o projecto que foi apresentado, existia 30m a mais. Ou seja, a obra não tinha as dimensões para ser colocada naquela zona. Chegou-se ao ponto de a obra estar já a decorrer e ter-se de alterar o projecto, por ter 30 metros a mais.
Enviar um comentário