01 novembro 2006

Sócrates (afinal) também falha

Desde que voltou das férias que José Sócrates anda a perder alguma da sua força. O que parece é que Sócrates quer implementar políticas que são claramente de direita, mas está preso pelas promessas socialistas que fez na campanha eleitoral, afinal de contas ele só podia fazer as promessas que fez porque é do PS.

A introdução de portagens em algumas SCUT’s é um exemplo disso. A verdade é que essa é uma política que se imponha, porque são estradas que não estão pagas e uma solução tinha que se encontrar. Aliás esse é um exemplo que os Açores devem olhar com atenção, pois estão projectadas SCUT’s para S. Miguel que ainda ninguém percebeu como vão ser pagas. Sócrates vai fazer o que tem de ser feito, mas está ir contra os princípios do PS e pior está a quebrar as promessas que fez na campanha eleitoral. A forma encontrada para a escolha das estradas que vão receber as portagens também deve ser levada em linha de conta. Tratou-se de uma jogada política clara.

Outro exemplo foi a decisão de um tribunal que deu razão a uma aluna que se sentiu lesada no caso dos exames nacionais do 12º ano. Muito resumidamente, e como nos lembramos bem, a Ministra da Educação decidiu que se realizariam repetições de alguns exames, o que criou uma situação de desvantagem. Ou seja, de facto há razão para os alunos se sentirem injustiçados. Há que realçar, também, que o sistemas funciona. Os Tribunais têm o seu poder e podem usar, mesmo indo contra decisões ministrais, outra coisa não seria de esperar, mas fica o registo.

A oposição, deve, então, perceber que Sócrates e o seu Governo não são infalíveis ou inatacáveis. Erram e podem ser contestados. É preciso, no entanto, união pelo menos dentro de cada um dos Partido da oposição.

4 comentários:

Pedro Lopes disse...

Caro Rui, já tive oportunidade de escrever aqui, que estou com Socrates na implementação destas duras medidas de contenção económica. Também lhe vejo defeitos de governação; o primeiro erro foi aumentar o IVA, ainda mais sabendo que viriam aí tempos de conteção orçamental.
Quanto ás SCUT serem agora CCUT, para mim era inevitável. Se estiverem assugeradas alternativas aceitáveis e mais no litoral e próximo de grandes centtros urbanos do que no interior.

Pedro Lopes disse...

Mas continuo a ser muito critico em relação ao TGV...agora o Ministro das obras públicas pôs o nome a concurso, visto que TGV é uma marca comercial.

A previsão de custos actual, fonte oficial, são agora de 9,200 milhões de euros...isto sem contar com a linha Porto vigo que custará mais 1, 200 milhões de euros...enfim, uma soma astronómica, e ainda sem derrapagens

Pedro Lopes disse...

Quanto á oposição temos um probema a no Psd nacional, semelhante ao PSD Açores; ou seja ambos os seus lideres, Marques Maendes e Costa Neves, são politicos capazes, pessoas com boa formação, mas que não tÊm o carisma necessário para conquistar o eleitorado e não tÊm o apoio total de todos os membros do partido.
Costa Neves está ainda pior, na medida em qiue nem tem voz na Assemblei L R, o que lhe tira ainda mais voz e poder de fiscalização e cointraposição.....do memsmo mal enferma Riberiro e Castro(rande benfiquista por sinal).....são os trÊs lideres a prazo.

SDócrates, estou certo, gostaria de ter melhor oposição, talvez assim pudesse justificar, dentro do PS, algumas politicas mais destras

Rui Rebelo Gamboa disse...

Como disse no post a introdução de portagens imponha-se, mas teria muito interesse em saber como é que foram escolhidas. Por exemplo sei que a Via do Infante no Algarve é um das escolhidas e no entanto foi quase toda paga por fundos europeus, assim não se justificava, ainda por cima porque há outras que ainda não estão pagas. Foi uma jogada política, para minimizar a contestação. Os critérios de escolha para saber quais as estradas que iam ter portagens foram: Pib da região, Pib da cidade e vias circundantes, portanto parece-me que foram feitos a pedido.

Nós já falamos do TGV aqui. Eu não tenho informações para ter uma opinião formada, no entanto com o qeu dizes parece ser um projecto demasiado dispendioso, sem haver (à 1ª vista) retornos significativos. Ainda mais com a proliferação de companhias aéreas low-cost. Deve haver mais qualquer coisa, digo eu.

O facto do Ribeiro e Castro ser do Benfica deve ser a única coisa que tem do seu lada neste momento. Numa era onde a TV é o meio por execlencia dos políticos chegarem aos eleitores ter líderes sem carisma (parece que não têm garra, mas têm) é meio caminho andando para perder. Às vezes mais vale ter um testa-de-ferro que dê a cara, não tendo tantas capacidades, mas tendo esse tal carisma, estando por trás homens como o Marques Mendes, que é um execlente num. 2, nada mais.