Passou ontem, na RTP-Açores, uma reportagem da autoria de Nuno Neves, jornalista da nossa televisão - e de quem sou amigo -, sobre o Corvo e a vida dos corvinos.
O Nuno esteve seis dias no Corvo na companhia de um repórter de imagem, para captar e apresentar um pedaço da vida nesta Ilha Açoreana.
Há alguns meses atrás, o jornalista da SIC, Pedro Coelho, também se deslocou á mais pequena Ilha Açoreana, para dela esboçar um retrato.
Em jeito de comparação – pois o objecto a retratar foi o mesmo –, devo dizer que o “nosso” retrato do Corvo, me pareceu mais condizente com a realidade vivênciada pelos corvinos, do que aquele, muito romanceado, da autoria de Pedro Coelho. (que não deixa de ser um dos bons jornalista da SIC)
Há alguns meses atrás, o jornalista da SIC, Pedro Coelho, também se deslocou á mais pequena Ilha Açoreana, para dela esboçar um retrato.
Em jeito de comparação – pois o objecto a retratar foi o mesmo –, devo dizer que o “nosso” retrato do Corvo, me pareceu mais condizente com a realidade vivênciada pelos corvinos, do que aquele, muito romanceado, da autoria de Pedro Coelho. (que não deixa de ser um dos bons jornalista da SIC)
Isto será, até, lógico, pois o Nuno é Açoreano, e como tal terá mais sensibilidade para ver, ouvir e transmitir, o pulsar daquela Ilha.
Na altura que visionei a reportagem da SIC, fiquei com a sensação que Pedro Coelho, veio ao Corvo recolher as imagens e os testemunhos que queria, para compor a sua peça jornalística, o seu retrato, talvez demasiado predefinido, das gentes do Corvo e do seu quotidiano. Tal facto, causou alguma celeuma e mal-estar aos corvinos, pois quase demonizou a utilização da Internet nesta nossa Ilha, e, talvez, tenha empolado algumas quezílias entre habitantes, passando, arrisco eu, uma imagem distorcida e apressada daquela orgulhosa vila e Ilha do Corvo.
Ao invés, Nuno Neves foi ao Corvo sentir o pulso ás suas gentes, embrenhar-se no quotidiano das 425 pessoas que “teima” em habitar aqueles 17 quilómetro quadrados, dando voz a quem dá vida àquele grande rochedo, no extremo Ocidental da Europa. O Nuno foi mais coerente, fez uma aproximação, na minha perspectiva, mais humanizante, mais quente, ao passo que Pedro Coelho, apostou mais na narração da estória, embalado por uma música algo melancólica, entristecendo a imagem da Ilha.
A condição de Ultra Periferia, deve ter aqui a sua maior expressão, disso não tenho dúvidas. Foi isso que disseram os corvinos, gente como nós, mas ainda mais dependente da localização do anticiclone a quem demos nome, e que “manda” nos Barcos e no avião.
Parabéns amigo, apreciei muito o teu retrato do Corvo e a imagem que dele deixaste.
5 comentários:
Não vi a dita reportagem, mas quero dizer que, nos dias que correm, o poder da TV é muito grande e quem está "atrás das câmaras" (como é evidente, não estou a falar dos cameramen) detém a capacidade de fazer de uma qualquer história aquilo que bem entender. Não será preciso ser um grande mago nas salas de montagem para conseguir adulterar um conteúdo. Não estou a reportar-me, obrigatoriamente, ao jornalista da SIC e à peça do Corvo, estou só a constatar um facto que é preciso reconhecer.
De acordo, Rui.
As imagens são como as palavras, quando tiradas do contexto, ou apresentadas em pedaços, podem passar uma ideia distorcida daquilo que é dito ou visto.
O Poder dos média reside, também, neste aspecto, pois "há imagens que valem por mil palavras".
Tive pena de não ver a reportagem da RTP.
O jornalista hoje manipula as imagens da forma que lhe dá mais jeito, é como por exemplo os Big Brothers, em que a produção é que faz as personagens das pessoas que lá estão. Se querem, por exemplo, uma personagem preguiçosa, passam apenas as imagens das horas que a pessoa está a descansar ou a dormir ou sem nada para fazer. Moldando a pessoa da forma que lhes mais convém.
Tive a oportunidade de passar meio-dia na ilha do Corvo e de lá almoçar. Digo-lhes que gostei, agora temos de admitir que não há condições que são essenciais para a permanência da população na ilha. Daí verificar-se o decréscimo da população nestas ilhas mais pequenas.
E pensar que a grande maioria dos corvinos, nunca leu Edgar Allan Poe.
E que tal mandar para lá mandar 425 fotocópias.
Enviar um comentário