Respondendo á pergunta que dá título a este pequeno post, digo que, Ghandi, houve só um, e que revoluções pacíficas, em que a “arma” era uma política de não-agressão, não-violência, só mesmo a liderado por ele, contra os Britânicos, nas décadas de 30 e 40 do século XX.
Na ex-Birmânia, actual Mianmar, as monifestações de rua em curso - despoletada pela crescente escalada dos preços dos combustíveis, e que rapidamente tomou contornos de confrontação com a junta ditatorial Militar de Governa o país -, tomam já proporções de revolução popular. Encabeçadas por monges Budistas, segunda maior “força” do país, este levantamento popular conheceu, hoje, um dos seus dias mais agitados, com as tropas já nas ruas, a dispararem sobre os manifestantes. Mesmo com monges Budistas, temo que esta revolução tome contornos de "guerra cívil".
A junta Militar no poder, tenta desvalorizar estes “ajuntamentos populares, de uma minoria de Budistas descontentes”, tentando, com os militares na rua, voltar a repor a (perdida) ordem pública.
Na memória dos Birmaneses, estão ainda os 3000 mil mortos da última revolução de 1988, que conduziu os Militares ao Poder.
Todos conhecemos Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz de 1991 e filha do herói da independência birmanesa, o general Aung San. Esta, ganhou as eleições parlamentares de 1990 pela Liga Nacional pela Democracia (NLD) e, desde então, tem passado a maior parte dos últimos 17 anos em prisão domiciliária. É ela a esperança de um povo oprimido, e em Rangoon, onde se situa a sua casa, e onde cumpre pena de prisão, os confrontos entre manifestantes e militares têm atingido o seu auge.
É o Povo pedindo-lhe que saia á rua, para comandar os seus destinos.
Que ela quer não tenho dúvidas. Mas será que a deixarão aparecer em público?
4 comentários:
Os EUA preparam-me para aplicar sanções à Birmânia.
É um governo do mais autoritário e repressivo que há, com enorme controle na informação e que não deve estar a gostar nada dessas manifs. Aliás, como se demonstra pela forma como estão a ripostar
Esperemos melhores noticias e que os confrontos acabem rapidamente, mas com um resultado positivo...
espero que seja desta! Sinto uma irresistível vontade de visitar o país.
"Myanmar: Manifestações não levarão à queda do regime diz ONU"
Aqui: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=297124
Caro Rui, já chegou ao terreno o enviado da ONU, que seguiu de imediato, para o Norte do País, onde se situa a capital militar do país.
Vamos ver no que dá.
Mas o que é certo - e muito mais importante do que aquilo que pensa a comunidade internacional sobre o actual regime militar e da forma como este (des)governa o país -, é que o descontentamento da população é bem patente pelos constantes ajuntamentos de rua e gritos de protesto, e isso fará com que a ONU e a Rússia e a própria China (como referiu, e bem, o Jacobino em comentário ao post supra), se sintam obrigadas a falar sobre a catual siyuação e tomar posição.
Não esquecer a morte do jornalista Japonês, e a retirada da ajuda humanitária por parte do Japão.depois deste incidente.
E, cara SB, eu também partilho desse seu interesse por aquela zona do globo. Gostaria imenso de visitar, por exmplo, a China.
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