A maior parte de nós tem alguém na família que esteve no Ultramar. Ainda assim, este é um assunto que ainda não está completamente resolvido e estudado (como bem se viu no Prós e Contras).
Por isso a série documental, "A Guerra", da autoria de Joaquim Furtado, a ser transmitida na RTP1, é aguardada - pelo menos por mim - com grande expectativa.
10 comentários:
1º Episódio absolutamente indispensável com três lições para a história :
1ºO ódio racial dos negros em relação a tudo o que era branco ( incluindo flores e galinhas !!! )
2º Existia de facto um Portugal ultramarino e multiétnico.
3º Não se pode nunca confiar piamente no "amigo" Americano.
JNAS
Eu acrescento mais uma:
- a má preparação em relação aos movimentos que começaram a surgir em meados de '60. Havia que prestar alguma atenção aos sinais.
O Prof. Adriano Moreira disse-o da melhor forma: "foram crimes contra a Humanidade" aqueles massacres. Foi um bocado revoltante vê-los a falar da forma como mataram tudo e todos, bebés incluídos. Enfim, nada justifica.
Devia ser horrível viver a juventude tendo no futuro o espectro de uma comissão no ultramar. A pior medida do antigo regime, a guerra. Ainda por cima depois de nos terem conseguido livrar da segunda grande guerra.
Caro Pedro Rocha, quase me apetece dizer que o nosso mal foi não termos integrado, ao lado da França e Inglaterra, entre outros, as forças aliadas na II grande Guerra.
O regime da altura foi hábil, mas afastou-nos do plano Marshall, e do arranque e modernização que os países envolvidos conheceram no pós-guerra.
Quanto à nossa guerra colonial, começam agora a ser afastados os fantasmas, e a dar espaço a uma informação mais livre e descomplexada. Ainda bem, pois é com a História que se aprendem as lições para o futuro.
Já é tempo de desenterrar fantasmas e falar verdadeiramente do que aconteceu.
Vi o 1º episódio, e achei a série absolutamente fascinante, não só pelo rigor jornalístico, mas também pela inclusão das duas partes no conflito. Joaquim Furtado e toda a sua equipa, estão de parabéns.
Cumptos
Caro Pedro Lopes, agora é fácil querer ter marchado ao lado da França e da Inglaterra, agora que sabemos o desfecho do conflito.
E na altura o que pensar? E se a Hitler tem completado a sua frota de submarinos a tempo? E se Hitler não tem optado pela campanha na Rússia? E se Hitler tem deixado as questões puramente militares aos militares? (Estas interrogações seriam intermináveis)
Não me parece justo desejar um conflito para aqueles que a ele sobreviveram terem aproveitado o plano Marshall.
A verdade, meus caros, é que Portugal participuo mesmo do Plano Marshall, a partir de 49 ou 50 (não tenho a certeza). Porque Portugal era membro-fundador da OECE (org. para a coop econo. euro.) que foi criada exactamente para gerir as ajudas do Plano Marshall.
Não posso precisar, mas acho que Portugal beneficiou poucos anos das ajudas do Plano (dois ou três anos) e mesmo em termos de valor foi relativamente baixo.
Em relação às escolhas de Portugal no decurso da IIWW, acho que não foi tanto escolhas, mas sim um seguir ao sabor daquilo que ia acontcendo. De facto, quando a Alemanha chega aos Pirinéus não avança mais, porque Hitler deve ter achado que se podia concentrar noutras frentes, porque Espanha e Portugal não constituiam uma ameaça.
Penso que a questão do "orgulhosamente sós" acaba por ser um pouco um mito. Porque Portugal fez parte de todos os movimentos de integração europeia, OECE, EFTA. Não entrou para a CECA e EURATOM (embriões da CEE) porque eram sectores que não existiam em Portugal, portanto não fazia sentido.
Porém, e principalmente a partir da segunda metade dos anos 50, a descolonização poderia, de facto, ter sido feita de outra forma e, assim, poderia-se ter mantido algumas vantagens sobre os territórios africanos e ao mesmo tempo beneficiar de acordos comerciais, que eventualmente não foram feitos, devido ao envolvimento de Portugal na guerra colonial e até (talvez) acautelar as guerras civis das ex-colónias.
Caro Pedro Rocha, que não restem dúvidas que, para mim, a escolha na altura seria demasiado obvia; alinhava ao lado dos aliados contra o regime nazi que vigorava na Alemanha sob os comandos de um louco, Hitler.
Mas como por cá tb dominava o fascismo, foi fácil "entenderem-se", e de uma forma ou de outra, acabamos por ser úteis a Hitler.
Se Hitler apostava nos submarinos, já os aliados testavam os motores a jacto para os seus aviões.
A viragem para a Rússia, foi feita, felizmente, em má altura. O rigorosos inverno Russo, deu cabo das aspirações de Hitler, e não esquecer a forte resisitência de todo o povo russo.
Não esquecer o Ouro nazi que, ainda, enche os cofres do banco de portugal.
E, mais importante, o "quase me apetece dizer", tem exavctamente essa conotação de não ser justo desejar o que houve de bom no pós guerra, sem ter experimentado as amarguras de um conflito tão violento e mortal.
Relembro o escudo dos Açores que diz; "Antes morrer livres, do que em paz sujeitos".
Camarada, Hitler era um louco, mandava a policia perseguir os que se lhe opunham e tinha uma preocupa�o tremenda com a imagem. Gra�as a Deus que j� n�o existem pessoas dessas.
Eu acho que não se colocou nunca uma opção; de escolher entre os aliados ou países do eixo. A "neutralidade cooperante" foi de facto uma política muito habilidosa de Salazar, que lhe valeu continuar no poder dps do final da guerra.
Era do interesse dos aliados que Portugal se mantivesse neutral, porque circunscrevia o teatro de guerra a norte dos Pirinéus. E, como é evidente, não nos podemos esquecer do pacto de 43 (penso eu) que permite aos britênicos o uso dos Açores como base atlântica, por isso Portugal esteve mesmo cooperante com os aliados. Também para a Alemanha a neutralidade de Portugal era conveniente, mas sem dúvida que a viragem a Leste por Hitler é que "safou" Portugal da invasão pelos alemães. Invasão essa que já estava planeada e tinha um nome: operação félix. A superioridade britânica no mar mediterrãneo era a sua grande vantagem, por isso os alemães queriam acabar com isso, e isso fazia-se invadindo Espanha e, se necessário, Portugal.
A partir de '43 com a frente leste e a abertura de novas frentes, pelos aliados, no norte de africa, leva a que o perigo de invasão nazi a portugal desapareça e isso acaba por forçar Salazar a ceder mm os Açores aos britânicos. Os amricanos ficavam com Sta Maria, onde fariam um aeroporto, que dps da guerra ficaria para Portugal.
Portanto, acho que, como disse antes, Portugal não teve essa opção de entrar na guerra. E também acho que a recuperação económica dos países aliados dps da guerra ficou a dever-se, em grande parte, a outros factores, que não só a ajuda marshall. São as mesmas razões que levam ao crónico atraso de Portugal em relação à Europa.
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