Na semana passada, a Secretária Regional do Ambiente e Mar, Ana Paula Marques, deu o arranque para o Parque Integrado da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas.
O dia estava ensolarado, propicio à comunhão com a natureza, como que brindando à abertura deste Parque Florestal, e ao plantio das primeiras árvores que o vão embelezar.
Foram várias as entidades envolvidas neste evento, que representam as parcerias feitas no âmbito deste projecto florestal.
Destaco a Universidade dos Açores, pela mais valia cientifica que pode acrescentar ao projecto, dando, ao mesmo tempo, uma garantia de que este Parque será um pólo experimental por excelência, que visa transportar as boas práticas aqui desenvolvidas para outros locais do arquipélago.
Depois de resolvido o problema que envolveu as pastagens daquela magnifica bacia hidrográfica – compradas pelo GR –, mais concretamente dos pesticidas e fertilizantes que eram utilizados na lavoura, e que agonizavam a lagoa, importava, agora, requalificar aquela zona, aproveitando o seu enorme potencial e dando-lhe a dignidade que ela merece.
Por isso, é de louvar a abertura deste Parque Integrado, que para além do marcado uso agro-florestal, terá outras infra-estruturas de apoio ao visitante, dando primazia á vertente lúdica, com acessos pedonais e pistas “cicláveis”. Foram, como anunciam os promotores, contempladas todas as vertentes necessárias numa intervenção desta ordem e em zona tão sensível, tais como, topografia, hidrografia, floresta, prados, acessibilidades e zonas de recreio.
Será um local de visita obrigatória, que acrescentará – se é que isso é possível –, ainda mais encanto àquele vale, que tem tanto de assombroso como de sinistro.
Um tal de Mendes Guerreiro, que visitou demoradamente os Açores em finais do século XIX, escreveu encantado; “As buttes Chaumont que, para mim é um dos mais bonitos jardins de Paris, e que me vieram á lembrança quando estava em meio do Jardim António Borges, não tem a variedade nem a pujança de essências exóticas que nas ilhas prosperam tanto á vontade.”
Temos condições excepcionais, mas temos tido défice de planeamento e diversidade.
Esta é, portanto, uma excelente iniciativa que acredito tenha um bom seguimento.
2 comentários:
Iniciativa destas são necessárias de facto. Sem dúvida que é necessário conservar a natureza das nossas paisagens. Mas é também necessário equipá-las adequadamente para que possam ser devidamente desfrutadas.
Esperemos que seja esse o espirito e a prática do novo projecto agora anunciado.
Para grandes males, grandes remédios. Uma medida excelente. Pena é que não se tivesse aplicado o regime de poluidor pagador. Não deixa de ser constrangedor que tenha sido um governo a financiar toda a desflorestação e a agora tenha que ser novamente um governo a desembolsar para a sua reparação.
Assim se esbajam recursos.
O que é certo é que em ambas as situações, quem mais dinheiro meteu ao bolso foram os lavadores e proprietários daqueles terrenos, que nas Furnas se podem contar pelos dedos das mãos. Alevá!
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