Pedro Santana Lopes, é um autêntico escoteiro, porquanto na política abraça o lema do “sempre pronto”, divisa dos escoteiros da AEP - Associação de Escoteiros de Portugal. Mas enquanto no movimento criado por Banden Powell este lema tem um sentido puramente altruísta, no caso de PSL estou seguro de que visa em exclusivo os seus interesses individuais. Ele fez um pacto com o partido; não o partido com ele.
No que toca à tradicional “boa acção diária” praticada pelos escoteiros, PSL, sem tempo para os outros, deve traduzi-la num mimo pessoal quotidiano, algo para elevar a auto estima, qualidade indispensável para quem é alvo de repetidos e prolongados “maus-tratos” por parte da imprensa.
O mediático PSL, segurou o apoio da distrital de Lisboa, e logo anunciou que está pronto para liderar a CML por dois (!) mandatos. O facto de ser arguido em processo judicial, por delito praticado durante a sua anterior gestão nesta mesma autarquia, não o impedem de se auto nomear como o melhor candidato do PSD ao lugar. Bem, se outros há, nem tempo tiveram para pensar, ou divulgar a sua disponibilidade.!!
O pequeno ex-lider do PSD teve, pelo menos, uma virtude; defendeu – embora conhecendo as consequências de tal decisão – que nenhum arguido poderia ser candidato autárquico com o apoio do PSD.
Não creio que Manuela Ferreira Leite tenha a coragem que teve Marques Mendes.
Ferreira Leite até desabafou que era “lamentável” que a um ano das autárquicas, e em altura de discussão do OGE estivessem “alguns” a falar de possíveis candidaturas, sendo ela a presidente do partido. Mas Manela parece resignada em submeter-se à estratégia do “sempre pronto” Santana Lopes, pois esta noticia do “Sol”, deste fim-de-semana, assevera que o candidato à CML será divulgado em “pacote” com outras candidaturas autárquicas do PSD, e que este foi "um ponto acertado entre ambos".
A presidente do PSD com esta cedência aos Santanistas, mostra que prefere ganhar o partido do que ganhar a opinião pública; os eleitores.
O “sempre pronto” de Santana soa a imposição. É uma atitude de quem procura servir-se do partido, em vez de esperar que o partido decida se se quer “servir” dele, para, como isso, servir também o país. (ou, no caso concreto, a autarquia da capital)
Pode ser que uma "tareia" em Lisboa lhe faça bem........e ao PSD também.
1 comentário:
A função de líder de um grande partido será sempre difícil, pois tem sempre que trabalhar com as diferentes facções internas, que muitas vezes detêm poder legítimo, nas concelhias e mesmo nas Assembleias Legislativas. No caso em apreço, MFL, tal como os outros líderes passados, terá sempre que lidar com o santanismo. Duas hipóteses se lhe colocam: ou deixa fora PSL e terá que aguentar critícas internas, passando a imagem de um partido desunido, que a oposição irá aproveitar; ou inclui PSL e ouve críticas da oposição e das sociedade em geral (como aqui), por ter um candidato que está a ser investigado pela Justiça, exactamente por práticas enquanto edil da capital.
Sem querer entrar na discussão que tivemos há uns tempos sobre quem está nos partidos, penso que se pode, no entanto, fazer aqui uma ligação. Porque as pessoas que, dentro dos partidos, fazem jogos maquiavélicos de apoio a projectos-de-líder, acabam por minar o próprio futuro do seu partido e, por consequência, do seu próprio interesse e, em última análise, da sociedade em geral, pois sem partidos fortes e coesos, seja no poder ou na oposição, a tendência será sempre para um avanço lento da sociedade, quando não mesmo retrocesso, por via da ausência de discussão de ideias, que dão lugar à politiquice baixa, inflacionada por ser interna. Deste modo, a ligação que faço é porque se há gente dentro dos partidos que não é capaz de apoiar as posições dos líderes, mesmo que não sejam os seus preferidos, preferindo intriga para os "queimar", não terá seguramente capacidade e qualidades para estar na vida pública.
Um líder que tem internamente, e em lugares eleitos e com poder, quem deseja o seu fracasso, tem, à partida um trabalho mais difícil, ainda mais se estiver na oposição. Mas não é impossível fazer um trabalho positivo que o leve, eventulmente aos seus objectivos, onde poderá re-estruturar o partido. À partida, é uma tarefa que exige um trabalho selectivo e de alguma ponderação, com o apoio dos seus círculos mais próximos, que terá de dar lugar a um alargamento, que poderá até ser na sociedade civil, por forma a legitimar essa re-estruturação, com a justificação de incluir novos talentos, que acabarão por alienar as partes indesejáveis. No final de contas, a solução, sendo simples, é muito complicada: exige ideias novas, estudo a fundo dos dossiêrs, por forma a fazer uma oposição séria e apresentar soluções para o evoluir do bem-estar da sociedade onde estão inseridos. Isso conseguido e consegue-se, também, o reconhecimento público, que, no fim, é o que conta.
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