Algo que ainda hoje leva a diferentes interpretações é a razão que levou Hitler a invadir a União Soviética.
Com efeito, podemos questionar a opção de Hitler em abrir uma frente a Leste, que seria necessariamente difícil - como a História aliás o demonstrara. Duas opções colocavam-se aos alemães: por um lado a URSS, de onde, em principio, não viriam grandes ameaças, uma vez que estava em vigor o pacto Molotov-Ribbentropp; por outro lado fechar o Mediterrâneo. E é relativamente fácil concluirmos que Hitler cometeu um erro, seja estratégico, seja de percepção, mas cometeu um erro ao optar pela URSS.
Numa fase da guerra em que os Aliados ainda estavam enfraquecidos e em que os alemães se encontravam nos Pirinéus, seria de esperar que Hitler optasse por realizar uma caminhada – que seria muito facilitada – pela Espanha fora até atingir o norte de África, fechando o Mediterrâneo. Esta opção teria tido um efeito devastador nas aspirações dos Aliados, que sendo potências marítimas, ver-se-iam impedidos utilizar aquele importante Mar, como aconteceu por exemplo para entrar na Itália pelo sul. Convém acrescentar que se tal tivesse acontecido, Portugal seria arrastado para a guerra.
No entanto, Hitler optou por tentar invadir a URSS. De facto, à partida parece ser incompreensível. Mas se tivermos em atenção alguns pormenores podemos, pelo menos, tentar explicar essa opção. Em primeiro lugar havia o elemento psicológico de conseguir fazer algo que nem Napoleão tinha conseguido; este factor é tanto mais relevante se levarmos em linha de conta a facilidade com que os alemães tinham levado a cabo as suas invasões até esse momento. O ego militar de Hitler estaria certamente muito elevado e isso terá influenciado a sua decisão. Mas há outro factor que deve ser aqui mencionado: toda a estratégia de Hitler tinha-se baseado no pensamento dos geoestrategas da escola de Munique, particularmente Karl Hausoffer, que por sua vez tinha grande admiração pela obra do inglês Halford Mackinder e a sua tese do Heartland sintetizada na célebre premissa: “quem controla a Europa controla o Heartland, quem controla o Heartland controla a ilha-mundo, quem controla a ilha-mundo domina o Mundo”. Para Mackinder uma aliança entre Alemanha e Rússia seria devastadora para a sua Inglaterra.
Hitler terá pensado que facilmente tomaria Moscovo e controlaria o Heartland, dominado o Mundo. Errou certamente, mas o seu erro foi de percepção, pois não anteviu que não seria tão fácil invadir a Rússia. Porque em termos geoestratégicos a sua opção é totalmente compreensível.
Com efeito, podemos questionar a opção de Hitler em abrir uma frente a Leste, que seria necessariamente difícil - como a História aliás o demonstrara. Duas opções colocavam-se aos alemães: por um lado a URSS, de onde, em principio, não viriam grandes ameaças, uma vez que estava em vigor o pacto Molotov-Ribbentropp; por outro lado fechar o Mediterrâneo. E é relativamente fácil concluirmos que Hitler cometeu um erro, seja estratégico, seja de percepção, mas cometeu um erro ao optar pela URSS.
Numa fase da guerra em que os Aliados ainda estavam enfraquecidos e em que os alemães se encontravam nos Pirinéus, seria de esperar que Hitler optasse por realizar uma caminhada – que seria muito facilitada – pela Espanha fora até atingir o norte de África, fechando o Mediterrâneo. Esta opção teria tido um efeito devastador nas aspirações dos Aliados, que sendo potências marítimas, ver-se-iam impedidos utilizar aquele importante Mar, como aconteceu por exemplo para entrar na Itália pelo sul. Convém acrescentar que se tal tivesse acontecido, Portugal seria arrastado para a guerra.
No entanto, Hitler optou por tentar invadir a URSS. De facto, à partida parece ser incompreensível. Mas se tivermos em atenção alguns pormenores podemos, pelo menos, tentar explicar essa opção. Em primeiro lugar havia o elemento psicológico de conseguir fazer algo que nem Napoleão tinha conseguido; este factor é tanto mais relevante se levarmos em linha de conta a facilidade com que os alemães tinham levado a cabo as suas invasões até esse momento. O ego militar de Hitler estaria certamente muito elevado e isso terá influenciado a sua decisão. Mas há outro factor que deve ser aqui mencionado: toda a estratégia de Hitler tinha-se baseado no pensamento dos geoestrategas da escola de Munique, particularmente Karl Hausoffer, que por sua vez tinha grande admiração pela obra do inglês Halford Mackinder e a sua tese do Heartland sintetizada na célebre premissa: “quem controla a Europa controla o Heartland, quem controla o Heartland controla a ilha-mundo, quem controla a ilha-mundo domina o Mundo”. Para Mackinder uma aliança entre Alemanha e Rússia seria devastadora para a sua Inglaterra.
Hitler terá pensado que facilmente tomaria Moscovo e controlaria o Heartland, dominado o Mundo. Errou certamente, mas o seu erro foi de percepção, pois não anteviu que não seria tão fácil invadir a Rússia. Porque em termos geoestratégicos a sua opção é totalmente compreensível.
1 comentário:
caro Rui,
a historiografia mais recente dá algumas pistas para o que se pode ter passado: julga-se que os russos se preparavam para invadir a alemanha. parece corroborar esta teoria o facto de a rússia ter a maioria da sua força aérea em bases junto à fronteira, o que era inexplicável no maior país do mundo. também as divisões de tanques se encontravam na mesma situação. por isso, acha-se hoje que os alemães, antevendo uma invasão, atacaram primeiro. o problema é que não contaram com os reforços que se encontravam já libertos da guerra a oriente; é uma explicação plausível para tamanho erro.
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