03 fevereiro 2009

Crise, Desemprego e Extremismos

Não é só em Portugal que se sucedem os despedimentos. Um pouco por toda a Europa - e restantes continentes - , as empresas sentem-se obrigadas a reduzir despesa, pois as baixas na facturação mensal são uma realidade. A mão-de-obra é, muitas vezes, o encargo fixo mais oneroso para os empresários, por isso, não é de estranhar que sejam os funcionários (ou colaboradores, como alguns gostam de chamar) os primeiros a serem dispensados. O que lamento é que, a reboque, a pretexto das dificuldades actuais e vindouras, alguns patrões menos escrupulosos aproveitem para fazer “reajustamentos”, que é como quem diz, reduzir trabalhadores “à pala” da “actual conjuntura”.

Mas o que mais me preocupa são estes sinais que vêm de Inglaterra. Temo que a onda de despedimentos a que se assiste, e que lança milhares de trabalhadores para situações de pobreza e exclusão que nunca antes experimentaram, faça surgir e empolar sentimentos de revolta contra emigrantes e estrangeiros que trabalham nos seus países, abrindo espaço a actos xenófabos. O que se constata com as noticias que nos chegam Grã Bretanha, é que os desempregados Ingleses passam a olhar para os estrangeiros que trabalham nas empresas em solo Britânico, como fonte da falta de empregos, e como causadores do perpetuar da sua condição de desempregados. As demonstrações de revolta e desagrado por parte dos Ingleses sobem de tom. (e no caso em apreço até são trabalhadores da UE)

Também nos EUA os empregos outrora deixados para os emigrantes, começam agora a interessar aos Americanos, pois na falta de melhor, até se perfilam para apanhar fruta ou limpar estábulos.

Não demorará muito para que alguma Direita mais extremada se coloque ao lado dos “seus” desempregados, exigindo a debandada dos emigrantes. Já os ouço ao longo, com um slogan: “em nosso solo, nossos empregos”… Ai, sim. Nessa altura poderemos dizer que a “Crise Social” chegou, pois o desespero de muitos fará despoletar conflitos latentes, e com eles surgirá um clima de verdadeira “tensão social”, que poderá mesmo explodir sob várias formas………e num Mundo Global, há o perigo do “efeito Dominó”.

4 comentários:

CAVP disse...

Já pensei nisso...

Muitas vezes...

E o sentimento que o desemprego e a angustia dessa situação provoca é perigoso em pessoas de menor formação pessoal...

é com toda a certeza uma hipótese bem perigosa que há que considerar...

João Ricardo Vasconcelos disse...

"Em casa onde não há pão..." e o resto do provérbio todos sabem.

O que se está a assistir em Inglaterra é de facto preocupante.

Blueminerva disse...

Não resisto em partilhar a citação do Pedro Vieira:

"British blowjobs for British suckers."


beijocas

Anónimo disse...

Isto quando há pão em cima da mesa as coisas vão andando mas quando falta...

O regresso do nazismo não está muito longe...