A ministra da Saúde, Ana Jorge, aposta agora nos médicos reformados para preencher o vazio de novos clínicos, bem como colmatar as graves carências em algumas especialidades, tais como os médicos de família ou os anestesistas, por exemplo.
Ou seja, a aposta para o futuro da medicina em Portugal, passa por chamar as “reservas” pois os tempos são de “guerra”. Seguramente que a larga experiência destes profissionais, é um factor a ter em conta, mas a ausência de actualização formativa, aliada a uma eventual carência motivacional, são, por outro lado, aspectos negativos. Mas a maior incongruência desta medida é querer resolver um corte profundo, com um pequeno penso. Ou seja, enquanto um jovem licenciado em medicina tem uma carreira de 35 ou mais anos pela frente - eventualmente no SNS -, o recrutado reformado, apresenta um horizonte temporal de apenas 3 a 5 anos de re-exercicio da medicina, digo eu.
Cavaco, ao lado de Ana Jorge, em cerimonia oficial, lá mandou o recado à ministra da Saúde, afirmando que "é preciso renovar (os médicos)", e que os "novos devem aprender com os mais velhos", que se vão reformando, presumo.
Porque não apostar em mais vagas para medicina? Porque não baixar as médias de acesso a este curso? (que deixam de fora muitos jovens com o sonho de ser médicos - quiçá brilhantes -, mas que não tiveram 18 ou 19 de média no secundário.)
Há outras formas de colmatar a actual falta de clinícos, tais como aproveitar emigrantes com o curso de medicina, ou recrutar clínicos de outros países.
Há alguns meses, escrevi este post, que dava conta de um número elevadíssimo de jovens portugueses que, por não conseguirem vaga em medicina nas Universidades portuguesas, tiveram de emigrar para poderem concretizar esse desejo. Quantos voltarão para exercer em Portugal?
3 comentários:
a Ordem é quem + ordena.
Quem devia pôr ordem, era o Governo. Pôr em ordem as Unoversidades. Financiá-las como deve ser.
Caso contrário, aquilo a que assistimos, são Universidades a abrirem e a formarem centenas de jovens, em áreas/ cursos sem saída profissional.
Ou seja, alimentam-se sonhos, criam-se ilusões, os próprios ou os pais, investem na educação, pagam propinas, e, no final, espera-lhes o Centro de (des)Emprego ou um Caixa de Supermercado.
Continuamos a formar professores nas mais diversas áreas, sabendo que não há mais vagas para leccionar, e que o número de alunos decaí todos os anos, originando uma menor necessidade de docentes.
com tanta estatística que se produz, não poderiam começar a fazer estudos de mercado de modo a sondar as carências e excessos de determinadas àreas no mercado de trabalho, obrigando e incentivando as Universidades a diminuirem ou aumentarem as vagas nas suas licenciaturas em função destes estudos e indicaddores.
Mas têm preferido atalhar caminho, utilizando as estatísticas para alimentar o ego dos nossos Governantes, à custa do número de licenciados que saem das Universidades.
Enfim, a Educação, a Saúde e a Justiça, continuam a ser os "enteados" da Governação.....desconheço quem são os "filhos"!?!?....bem, talvez a economia e a alta finança!!
Esta nova medida é um espanto. Em 2005 o governo faz uma lei,nova formula de aposentação, em que dos anteriores 36 anos e desconto 60 de idade, passou a ser de 40 anos e desconto 65 de idade. Ora se isto é possível a meio da "corrida", nada me garante que ganhando outra vez, não volte a mudar as premissas, nomeadamente para os 70 anos.
Explicando melhor, esta lei foi um encostar a espada parede de muitos, e foi o meu caso. Com comecei a trabalhar com 12 anos de idade , aos 50 anos tinha 38 anos de descontos, logo as condiçoes para a aposentação.Meti os papeis e sou médico aposentado com 1002,47 centimos. Mas como diz o ditado mais vale um passaro na mão que 2 a voar.
Pobre Portugal que faz leis, e depois se arrepende.
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