16 março 2009

Estranho

De alguma forma, as primeiras palavras de Paulo Casaca, enquanto candidato à CMPD, deram para estranhar. Falou da Educação, área na qual os socialistas [de cá e de lá] não têm sido felizes. E foram palavras que comprovaram, de forma algo excessiva, o desconhecimento que Casaca tem da realidade dos Açores e de Ponta Delgada.

O ensino de outras línguas, como árabe, chinês e russo, piscinas em todas as Escolas, etc, são medidas muito boas, sem dúvida. No entanto, qualquer pessoa que viva por cá sabe que antes disso há um longo caminho que deve ser percorrido. Num quadro onde cada professor tem um máximo de 25 alunos, onde há falta de auxiliares, onde muitas escolas nem têm as mais básicas condições de trabalho, onde a segurança nas imediações das escolas é mentira, falar do ensino de árabe na primeira aparição não é normal.

E estas afirmações são ainda mais contraproducentes politicamente se tivermos em linha de conta que foi exactamente devido a questões derivadas do árabe que Paulo Casaca foi afastado do seu cargo no PE. Dá que pensar, porque todos sabemos que o ainda eurodeputado não é nenhum anjinho político. Se fosse adepto de teorias da conspiração, diria que haverá aí um qualquer prato que se serve frio. Mas como não sou, digo apenas que, desta forma, a luta pela CMPD está cada vez mais desnivelada.

4 comentários:

Anónimo disse...

Começo a concordar consigo, Rui. Mas cautela e caldos de galinha... Não se esqueça de que o povo é cada vez mais sereno mas ainda vai, cada vez menos, mas às vezes vai em cantigas. Estou a lembrar-me de expressões, por mim bastas vezes ouvidas nesta cidade, aquando das últimas eleições regionais do estilo meu querido Carlos César, deu-me uma casa e o rendimento, vou votar nele". É contra as promessas demagógicas e contra o povo do subsídio (este povo não é o anónimo, pode ser o pseudo intelectual, o artista, os "...ólogos", enfim todos os que se pense que possam ajudar em troca do tachinho da praxe - é há tantos, senhor!-)que qualquer político sério terá de se preparar para lutar. E lá stá nunca umas eleições estão ganhas antes do encerramento das urnas.

Maria Brandão disse...

Há um longo caminho a percorrer na educação, mas continua-se a esbanjar milhares para manter o povo ignorante e satisfeito!

Rui Rebelo Gamboa disse...

Maninha, se pudesse desenvolver um pouco esse tema, eu agradecia. Isto sem qualquer tipo de segundas intenções [e quando falo de segundas intenções, quero dizer que não há nada na manga ;)] é que trata-se de algo que me interessa e sobre qual tenho uma opinião. Mas gostava de ouvir [ler] primeiro a sua.

Toupeira,
A eleição autárquica ainda vem longe e não fosse a memória curta [a minha não é, aviso já] esta saída de Paulo Casaca teria de ser levada seriamente em conta pelos eleitores quando forem à urna. A luta pela seriedade na vida pública é algo que faço aqui, modestamente, há muito tempo. Quer ver? Uma vez que ainda há pouco começou a comentar aqui, eu deixo umas ligações.

http://maquinadelavax.blogspot.com/2009/02/curar-o-sistema.html

Há mais, mas agora o tempo escasseia, depois mostro outras, se assim o desejar...

Anónimo disse...

Antes de se leccionar o àrabe ou o russo nas escolas açorianas, deveriam era lutar por mais policias nas ruas e videovigilância nas escolas e nas ruas das cidades. Só desta maneira é que os criminosos começam a ter medo de roubar e atacar em qualquer lado e a quaquer hora do dia ou da noite. Já não respeitam nada nem ninguém, é tudo a eito e fé no advogado par não ir prá cadeia. Muitos até gostam da cadeia, dizem que é o hotel da Boa Nova, com vista pró mar, cama e comida todos os dias. é uma alegria, até droga há lá dentro.
Enquanto for desta maneira, os ladrões vão estar sempre á frente da policia.