20 maio 2009

Ambiente - Contradições

Parece-me evidente que se está a entrar num estado de paranóia relativamente a legislação sobre Ambiente. A regulamentação é exagerada e as obrigações descabidas. Em muitos casos, a UE legisla de forma horizontal, ou seja de igual modo para todos as regiões, o que, frequentemente, resulta em legislação desnecessária, para não dizer, contraproducente.

Por outro lado e apesar disso, o Ambiente nos Açores é muito maltratado. Por exemplo, temos legislação do mais avançado no que toca a inspecções de aparelhos de ar condicionado, mas não temos legislação que se oponha a ataques devastadores à Natureza, como foi/é a Fajã do Calhau.

4 comentários:

CAVP disse...

Infelizmente isso só reflecte o desnorte em que andamos na nossa relação com a Terra

O nosso desiquilibrio é tão grande que a depauperamos de uma forma que se começa a tornar irremediavel e já estamos tão afatsados da mesma que não percebemos que as palavras "crise", "aleterações climáticas" traduzem-se em realidades que as palavras não conseguem traduzir...

Isto só com legislação não vai lá...é só atirar areia para os olhos...

rui raposo disse...

Legislar deve ser das coisas mais difíceis que pode ter de fazer, principalmente quando se trata de um assunto como o ambiente.
para dar um exemplo, reporto-me ao post escrito pelo pedro há uns dias atrás, em que deixava claro um certo "mau estar" com o edifício do hotel casino da seguinte forma:

"Obra que, em minha opinião, representa um verdadeiro atentado arquitectónico e paisagístico na cidade de Ponta Delgada."

ao que respondi:

-"em que é que o Casino é diferente dos outros dois hoteis da marginal para merecer o estatuto de atentado paisagístico?"

resposta do pedro:

"o local onde este se encontra, e a sua altura e arquitectura pouco consequente com aquele local, são, na minha modesta opinião, um atentado paisagístico.

O Hotel Marina e o Açores Atlãntico - penso que é a estes que te referes -, são, para mim, o limite nascente de construções deste tipo e volumetria.

(...)

O Hotel Casino, é uma autêntica parede que faz "sombra" à marina de PDL, causando uma espécie de claustrofobia a quem lá se enconra."

agora pergunto eu novamente: - e o hotel açores atlântico? o que fez à igreja de s.pedro? e o marina à Rua do Calhau? Embora não tenho sido entendido, era esse o sentido da minha primeira pergunta. Se o casino é um atentado, será então o terceiro atentado, e isso se falarmos só de hoteis...

Falando de arquitectura, temos de falar de palaneamento, o que obriga a falar de ambiente.

Nós (não só os portugueses, mas todas as sociedades com algum poder económico) temos por hábito não respeitar o que nos foi deixado. De um dia para o outro temos recursos para fazer o que levava décadas a ser feito há um século atrás. É só preciso haver "clima favorável".

Finalizando, o problema não está na legislação, mas sim nas assinaturas. Na assinatura do político que paga, e na assinatura do técnico credenciado que dá legitimidade e legalidade. Juntam-se as duas e, pronto!

cumprimentos

rui raposo

Unknown disse...

Rui Gamboa,

Já imaginaste se aplicassem a legislação do ar condicionado, rígida e inflexível, à fajã do calhau? Das duas uma: ou o projecto não avançava, ou teríamos vento encanado... Hehehe

Pedro Lopes disse...

Caro Rui Raposo,

se reparares, eu deduzi que fosse as esses dois Hóteis que te referias, por isso escrevi:
"O Hotel Marina e o Açores Atlãntico - penso que é a estes que te referes -, são, para mim, o limite nascente de construções deste tipo e volumetria."

Quanto ao Açores Atlântico, este foi construído há já muitos anos, e - se bem te recordas -, no local onde estava uma ruína de uma grande casa antiga. Não creio que este tape, assim tanto, a Igreja de S. Pedro.

Quanto ao segundo - O Marina -, eu preferia que ali não estivesse, mas dado que já lá está, escrevi que deveria ser "o limite nascente de construções deste tipo e volumetria."

Um aspecto muito importante nesta temática, é que as sociedades ao evoluirem, também as sensibilidades crescem, e se desenvolvem e aperfeiçoam as noções de estética, atentado paisagistico e ambiental.

E nos dias que correm, também se deveria dar mais relevo a um bom planeamento, ainda mais numa Região que quer primar por um turismo de qualidade e envolvência e respeito pelo ambiente.

Por isso - e por este hotel Casino estar muito em cima da estrada e ter uma dimensão desmesurada e uma arquitectura, em minha opinião, de baixo nível estético -, e por outras razões que te expus na minha primeira resposta, sou totalmente contra esta construção, logo, contra o seu licenciamento.

O bom gosto e a estética, são alvo de várias leituras e opiniões, e esta é a mimha.

Em suma, penso que em vários aspectos, são muitos os pontos de vista que nos unem.

Cumprs.