Roque Santeiro contava a história de Luís Roque Duarte, um habilidoso artesão que fazia imagens de santos como ninguém. Roque acabou virando santo após morrer ao enfrentar sozinho o bandido Navalhada, que prometia arrasar com a cidade. Virou um mártir, um santo milagroso. Bom, mas a história não é exactamente essa. A verdade foi que Roque saiu fugido da cidade. Ficou com medo do bandido.
Mas manter o mito de Roque interessava e muito aos poderosos de Asa Branca. O coronel Sinhozinho Malta enriqueceu explorando a fé do povo e o turismo na cidade. Sua amante, a Porcina também ficou rica sustentando a ideia de que era a viúva de Roque.
Outro que muito se beneficiou foi Zé das Medalhas, dono da fábrica de santinhos e lembranças da cidade. Todas as semanas, centenas de fiéis desciam dos autocarros para se banhar na lama que acreditavam ser milagrosa. Centenas de velas eram acesas ao pé da estátua de Roque erguida na praça central da cidade. As missas de Padre Hipólito ficavam lotadas.
Tudo parecia tranquilo em Asa Branca até Roque decidir voltar à sua terra depois de dezassete anos. Sinhozinho, Zé das Medalhas e Porcina ficam desesperados e fazem de tudo para que o falso santo não conte toda a verdade ao povo.
O Padre Hipólito, que não sabia a verdade, fica chocado ao ver Roque novamente. É ele quem decide por fim à mentira ao tocar os sinos da igreja para anunciar ao povo que Roque estava vivo. Mas no exacto momento, o pai de Roque, o beato Salú, que estava em coma acaba despertando. Pronto. Era mais um milagre de Roque. 'O mito era mais forte que a verdade'.
3 comentários:
SSSSSHHHHHHHHHHHHHHHHHHHIU, Silêncio...
Caro José,
não posso deixar de olhar para este teu post, como um enigma.
Mas aquilo que sei - há tua semelhança -, é que as Telenovelas são o espelho da realidade, ainda que esta última as consiga superar no que toca aos "mitos que são mais fortes do que a verdade".
Ilações? Cada um que retire as suas.
Ou muito me engano ou estas coisa têm a ver com os poderosos burgueses que arranjam pretextos para viajar para irem à loja do Zé arranjar artefactos para mostrarem ao incrédulo povinho que rebolarem-se na lama é para eles e que os artefactados é que podem ir à loja do Zé, onde quer que ela fique, buscar os ornamentos que perpetuarão os seus nomes, por pouco que eles valham, para que o povo julgue que valem muito.
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