O José Gonçalves disse-o e assino por baixo: Queiróz não serve para seleccionador nacional. Mas porquê? Onde falha Queiróz?
Antes de mais, vamos aos aspectos tácticos. Queiróz tem uma abordagem defensiva ao jogo, que deriva da ausência de confiança nas suas próprias capacidades e nas dos jogadores. Daí que dê preferência a não sofrer golos. Marcar, fica sempre para depois, na sua maneira de entender o futebol.
Na verdade, perdemos muita qualidade nos últimos anos na Selecção. Os onze que entraram em campo no Sábado contra a Bósnia estão muito distantes, em termos de qualidade, dos onze que, por exemplo, jogaram o Euro 2004, o Mundial 2006 e o Euro 2008. Porém, será indiscutível para a generalidade dos adeptos de futebol de todo o mundo, que Portugal é muitíssimo mais forte que a Bósnia.
Queiróz monta a equipa [quase] sempre tendo por base o já muito batido 4*3*3*. Usa laterais ofensivos, um médio defensivo mais fixo e dois mais móveis. Na frente, joga sempre com apenas um avançado de área e com dois alas. Mas a questão não reside tanto no desenho táctico, mas sim nos intérpretes que Queiroz escolhe, num em particular. Pepe. Não está, como é evidente, em causa a qualidade de Pepe, enquanto defesa central. Aliás, nessa posição Pepe está, sem sobre de dúvidas, entre os melhores 5 do mundo. Não, o problema está em jogar com Pepe como médio [trinco].
Vemos todas as semanas um jogador que ocupa exemplarmente aquela posição, Javi Garcia no Benfica. E já vimos, durante anos, Costinha fazer o mesmo pelo Porto e pela Selecção. Por isso sabemos bem que aquela posição exige um jogador com escola e experiência. Não basta por um central que até é bonzinho tecnicamente. Não, aquela posição exige inteligência, que permita ler o jogo em antecipação. O jogador que ocupa aquele espaço não dá mais que dois toques na bola, mas mesmo assim é capaz de ditar os ritmos ofensivos e defensivos da sua equipa. É um jogador que dá sempre uma linha de passe aos colegas. Como normalmente se diz, esse jogador é um pêndulo do conjunto, não dá nas vistas, mas a sua presença é imprescindível. Pepe não tem, definitivamente, as qualidades para jogar naquela posição e todo o conjunto sofre fatalmente com isso.
Queiróz joga com Pepe naquela posição porque é a única forma de meter na equipa três excelentes centrais. O que é um péssimo princípio para montar uma equipa. Mas é também uma garantia inconsciente [quero crer] para Queiroz, pois jogar com Pepe é jogar com mais um defesa, é mais uma garantia de não sofrer golos. Aliás, quando não teve os três disponíveis [nos últimos jogos da fase de grupos], viu-se obrigado a colocar na equipa Pedro Mendes. As diferenças foram abissais, como sabemos.
Depois temos outras questões, como o guarda-redes. Este Eduardo tem a escola toda dos guarda-redes portugueses: bom entre os postes, desastroso em saídas a cruzamentos. O jogar com um ou dois avançados. O porquê de Tiago não ser aposta. Duda. No entanto, parece-me que estas são questões secundárias, quando comparadas com o cerne da questão.
Um Seleccionador nacional é, acima de tudo, um gestor de recursos humanos. Tem pouco de treinador, pois não trabalha diariamente com os jogadores. O que um Seleccionador tem a fazer é garantir que os jogadores entrem em campo com total confiança nas suas capacidades e para vencer. E neste sentido a comparação com Scolari é obrigatória. Tacticamente, Scolari sempre foi fraco, aliás Portugal perdeu a Final de 2004 por sua culpa, devido a uma péssima decisão técnica que, curiosamente, envolveu Pauleta e Ronaldo. Mas o brasileiro tinha essa inata capacidade de garantir que cada jogador desse o seu máximo a favor dum conjunto que tinha sempre um único objectivo: ganhar, nem que fosse por meio a zero. Queiroz tem um único objectivo: não perder. Faz toda a diferença.
Antes de mais, vamos aos aspectos tácticos. Queiróz tem uma abordagem defensiva ao jogo, que deriva da ausência de confiança nas suas próprias capacidades e nas dos jogadores. Daí que dê preferência a não sofrer golos. Marcar, fica sempre para depois, na sua maneira de entender o futebol.
Na verdade, perdemos muita qualidade nos últimos anos na Selecção. Os onze que entraram em campo no Sábado contra a Bósnia estão muito distantes, em termos de qualidade, dos onze que, por exemplo, jogaram o Euro 2004, o Mundial 2006 e o Euro 2008. Porém, será indiscutível para a generalidade dos adeptos de futebol de todo o mundo, que Portugal é muitíssimo mais forte que a Bósnia.
Queiróz monta a equipa [quase] sempre tendo por base o já muito batido 4*3*3*. Usa laterais ofensivos, um médio defensivo mais fixo e dois mais móveis. Na frente, joga sempre com apenas um avançado de área e com dois alas. Mas a questão não reside tanto no desenho táctico, mas sim nos intérpretes que Queiroz escolhe, num em particular. Pepe. Não está, como é evidente, em causa a qualidade de Pepe, enquanto defesa central. Aliás, nessa posição Pepe está, sem sobre de dúvidas, entre os melhores 5 do mundo. Não, o problema está em jogar com Pepe como médio [trinco].
Vemos todas as semanas um jogador que ocupa exemplarmente aquela posição, Javi Garcia no Benfica. E já vimos, durante anos, Costinha fazer o mesmo pelo Porto e pela Selecção. Por isso sabemos bem que aquela posição exige um jogador com escola e experiência. Não basta por um central que até é bonzinho tecnicamente. Não, aquela posição exige inteligência, que permita ler o jogo em antecipação. O jogador que ocupa aquele espaço não dá mais que dois toques na bola, mas mesmo assim é capaz de ditar os ritmos ofensivos e defensivos da sua equipa. É um jogador que dá sempre uma linha de passe aos colegas. Como normalmente se diz, esse jogador é um pêndulo do conjunto, não dá nas vistas, mas a sua presença é imprescindível. Pepe não tem, definitivamente, as qualidades para jogar naquela posição e todo o conjunto sofre fatalmente com isso.
Queiróz joga com Pepe naquela posição porque é a única forma de meter na equipa três excelentes centrais. O que é um péssimo princípio para montar uma equipa. Mas é também uma garantia inconsciente [quero crer] para Queiroz, pois jogar com Pepe é jogar com mais um defesa, é mais uma garantia de não sofrer golos. Aliás, quando não teve os três disponíveis [nos últimos jogos da fase de grupos], viu-se obrigado a colocar na equipa Pedro Mendes. As diferenças foram abissais, como sabemos.
Depois temos outras questões, como o guarda-redes. Este Eduardo tem a escola toda dos guarda-redes portugueses: bom entre os postes, desastroso em saídas a cruzamentos. O jogar com um ou dois avançados. O porquê de Tiago não ser aposta. Duda. No entanto, parece-me que estas são questões secundárias, quando comparadas com o cerne da questão.
Um Seleccionador nacional é, acima de tudo, um gestor de recursos humanos. Tem pouco de treinador, pois não trabalha diariamente com os jogadores. O que um Seleccionador tem a fazer é garantir que os jogadores entrem em campo com total confiança nas suas capacidades e para vencer. E neste sentido a comparação com Scolari é obrigatória. Tacticamente, Scolari sempre foi fraco, aliás Portugal perdeu a Final de 2004 por sua culpa, devido a uma péssima decisão técnica que, curiosamente, envolveu Pauleta e Ronaldo. Mas o brasileiro tinha essa inata capacidade de garantir que cada jogador desse o seu máximo a favor dum conjunto que tinha sempre um único objectivo: ganhar, nem que fosse por meio a zero. Queiroz tem um único objectivo: não perder. Faz toda a diferença.
A Selecção de Portugal é de longe melhor que a da Bósnia. Só por isso, acredito que estaremos na África do Sul.
1 comentário:
Caro Rui
Falei de Queiroz porque, por muito que eu quisesse, não sou totalmente indiferente à Selecção Nacional, apesar das mediocridades que mandam no futebol em Portugal. Se fosse só por esses, nenhum português, sofreria pela equipa nacional.
Havia muitos e bons treinadores para seleccionadores: foi escolhido aquele que teve melhor imprensa (sim porque essa também não é alheia ao facto, uma vez que parecia que os campeonatos do Manchester eram ganhos pelo Queiroz, o grande estratega, o cientista nos treinos, o psicólogo na cabina e o Ferguson era o bom velhote que por ali andava). Manuel José apontou em entrevista erros vários na renovação da selecção, até agora indesmentiveis.
Pessoalmente, até deveria estar agradecido a Queiroz. É que nunca me esqueço daqueles 6-3 que fomos dar a Alvalade (e ganhamos o campeonato)e desse rasgo táctico que foi tirar o Paulo Torres para deixar o Vitor Paneira e companhia fazerem gato sapato daquele lado esquerdo do scp. Para sempre a minha gratidão!
Finalmente, o que não fiz no meu post, deixar uma palavra ao público que encheu a Luz para apoiar incondicionalmente a selecção: 60515 espectadores. Ainda te lembras onde o cavalheiro queria jogar? E, uma vez eu não sei, qual a razão?
Enviar um comentário