25 fevereiro 2010

Cartão de cidadão, invenção perigosa!

Sempre disse que não queria e que resistiria, até ao limite, à respectiva adesão.

O cartão de cidadão, contrariamente ao que o fogo fátuo da sua criação quis fazer crer, não trouxe qualquer vantagem para o dito. Ao invés, revela-se uma monstruosa criação do Estado que permite, por ser composto por uma parte visível e por uma outra parte apenas acessível por meios electrónicos, através do chip, a intromissão indesejada e indetectável a todos os dados ali constantes, por todos aqueles que deveriam, apenas, ter acesso a um. E tudo por causa do malfadado mal-protegido chip, pois "...mesmo nos casos em que o titular consente na reprodução por cópia do cartão do cidadão (ainda que a liberdade desse consentimento, face à necessidade e exigência em determinados casos, seja duvidosa: caso da celebração de contratos e prática de actos bancários, comprovação da identidade por fotocópia do cartão de identificação civil, apenas por mero exemplo), frequentemente o receptor da cópia do cartão do cidadão fica com a posse de mais dados pessoais de identificação do que aqueles que necessita para os seus propósitos. Nestes casos, não deixa de verificar-se que esse receptor dispõe de uma porta de acesso a dados pessoais que não se mostram pertinentes, nem necessários, mostrando-se, aliás, excessivos (ao contrário do disposto na alínea c) do nº 1 do artigo 5º da LPD), potenciando o risco de utilização abusiva. ".

Esta terra, com a mania das modernices, excepto naquilo que é efectivamente relevante para todos, orgulha-se de ser a primeira a obrigar os seus cidadãos a usarem, sem opção, tão orweliano cartão, impondo-o, à falta de melhor pretexto, na renovação do bom e velhinho Bilhete de Identidade.

E, se não for assim, consegue-o, por exaustão, usando outras entidades.

Olhe-se a SATA, por exemplo. Se eu exibir o prateadinho, sem mais, faça favor pode passar: é residente; se mostrar o Bilhete de Identidade: olha este!, não é de cá, com que então quer viajar como residente?! Seu malandro, ahã, com os nossos impostos. Ah, é residente? Isto diz Lisboa (num tom a soar Cuba). Ah, pois, Administração Central (outra vez, Cuba), tem a declaraçãozinha, tem?! Esqueceu-se?!!! Já não viaja! Ah, pois temos cópia nos nossos ficheiros. Bom, assim...(lá temos de te gramar, cubano) E tudo dito com o seráfico sorriso.

Que raio!, em vez de me darem viagens baratas, gastam milhões a implementarem o Big Brother.


Naquele tempo, dizem os de agora, uma coisa destas não era mais do que a pidesca ditadura a intrometer-se na vida dos cidadãos.


Pois, nada como a comedida concessão de liberdades concretas, em nome da defesa do "interesse público".

6 comentários:

Anónimo disse...

vocemessê quer mas é viajar mais barato na sata. Não, não e não!!! A tarifa de residente é, e muito bem, para os residentes. Se vocemessê não tem a dita declaração e se na sua identificação diz cuba, então não tem tarifa de residente. O que é que queria, que se acreditasse na sua palavra?!?! Mas isto é o cúmulo.

Anónimo disse...

O homem parece que é da administração central, por lei é residente. cubano mas residente.
Tem razão sobre o cartaõ de cidadão. é sabido que os Bancios têm acesso a todos os dados que estão nele e só precisam do numero do bilhete de identidade. eu tenho cartão de cidadao porque fui obrigado.

Anónimo disse...

«Ah, pois, Administração Central (outra vez, Cuba), tem a declaraçãozinha, tem?! Esqueceu-se?!!! Já não viaja! Ah, pois temos cópia nos nossos ficheiros. Bom, assim...(lá temos de te gramar, cubano)»

E lá viajou!

Anónimo disse...

Porra também estou farto desse carão de cidadão. Sou da maldita administração pública central e estou farto de andar com a declaração para trás e para diante quando bastava fazer prova documental da qualidade de funcionário, o que é fácil.
E não é só na SATA que se passa. Tente lá ser eleitor nesta ilha. Cartãozinho de cidadãozinho. UFA, só com os socretinos se passa isto.

Anónimo disse...

Ó sr. José Gonçalves, tem bom remédio: mude a sua residência para cá.

Ou será que manter residência em "cuba" lhe trás proveitos?

Tou a ver! Quer ter o melhor de dois mundos.

RCF

Continental disse...

Acha que o homem teria o melhor de 2 mundos? Já sustenta os Açores e por lá paga mais impostos para sustentar os gastos do César