Sempre disse que não queria e que resistiria, até ao limite, à respectiva adesão.
O cartão de cidadão, contrariamente ao que o fogo fátuo da sua criação quis fazer crer, não trouxe qualquer vantagem para o dito. Ao invés, revela-se uma monstruosa criação do Estado que permite, por ser composto por uma parte visível e por uma outra parte apenas acessível por meios electrónicos, através do chip, a intromissão indesejada e indetectável a todos os dados ali constantes, por todos aqueles que deveriam, apenas, ter acesso a um. E tudo por causa do malfadado mal-protegido chip, pois "...mesmo nos casos em que o titular consente na reprodução por cópia do cartão do cidadão (ainda que a liberdade desse consentimento, face à necessidade e exigência em determinados casos, seja duvidosa: caso da celebração de contratos e prática de actos bancários, comprovação da identidade por fotocópia do cartão de identificação civil, apenas por mero exemplo), frequentemente o receptor da cópia do cartão do cidadão fica com a posse de mais dados pessoais de identificação do que aqueles que necessita para os seus propósitos. Nestes casos, não deixa de verificar-se que esse receptor dispõe de uma porta de acesso a dados pessoais que não se mostram pertinentes, nem necessários, mostrando-se, aliás, excessivos (ao contrário do disposto na alínea c) do nº 1 do artigo 5º da LPD), potenciando o risco de utilização abusiva. ".
Esta terra, com a mania das modernices, excepto naquilo que é efectivamente relevante para todos, orgulha-se de ser a primeira a obrigar os seus cidadãos a usarem, sem opção, tão orweliano cartão, impondo-o, à falta de melhor pretexto, na renovação do bom e velhinho Bilhete de Identidade.
E, se não for assim, consegue-o, por exaustão, usando outras entidades.
Olhe-se a SATA, por exemplo. Se eu exibir o prateadinho, sem mais, faça favor pode passar: é residente; se mostrar o Bilhete de Identidade: olha este!, não é de cá, com que então quer viajar como residente?! Seu malandro, ahã, com os nossos impostos. Ah, é residente? Isto diz Lisboa (num tom a soar Cuba). Ah, pois, Administração Central (outra vez, Cuba), tem a declaraçãozinha, tem?! Esqueceu-se?!!! Já não viaja! Ah, pois temos cópia nos nossos ficheiros. Bom, assim...(lá temos de te gramar, cubano) E tudo dito com o seráfico sorriso.
Que raio!, em vez de me darem viagens baratas, gastam milhões a implementarem o Big Brother.
Em tempo de renovar o B.I., não consigo deixar de pensar que "Em 1972, a Câmara Corporativa explanava sobre as vantagens da atribuição de um número nacional único a cada cidadão, elencando, em suma, a da melhor avaliação das características demográficas para efeitos de planeamentos sectoriais (saúde, educação, segurança social, etc), a do incremento da eficiência da administração pública e a oferta aos cidadãos de maior comodidade nas suas relações com o Estado.
Não existia, para esta Câmara, qualquer risco de despersonalização dos indivíduos."
Não existia, para esta Câmara, qualquer risco de despersonalização dos indivíduos."
Naquele tempo, dizem os de agora, uma coisa destas não era mais do que a pidesca ditadura a intrometer-se na vida dos cidadãos.
Agora, dizem os de agora, é "um grande processo de modernização da Administração Pública a favor da cidadania, que se tornará mais autónoma. ".
Pois, nada como a comedida concessão de liberdades concretas, em nome da defesa do "interesse público".
6 comentários:
vocemessê quer mas é viajar mais barato na sata. Não, não e não!!! A tarifa de residente é, e muito bem, para os residentes. Se vocemessê não tem a dita declaração e se na sua identificação diz cuba, então não tem tarifa de residente. O que é que queria, que se acreditasse na sua palavra?!?! Mas isto é o cúmulo.
O homem parece que é da administração central, por lei é residente. cubano mas residente.
Tem razão sobre o cartaõ de cidadão. é sabido que os Bancios têm acesso a todos os dados que estão nele e só precisam do numero do bilhete de identidade. eu tenho cartão de cidadao porque fui obrigado.
«Ah, pois, Administração Central (outra vez, Cuba), tem a declaraçãozinha, tem?! Esqueceu-se?!!! Já não viaja! Ah, pois temos cópia nos nossos ficheiros. Bom, assim...(lá temos de te gramar, cubano)»
E lá viajou!
Porra também estou farto desse carão de cidadão. Sou da maldita administração pública central e estou farto de andar com a declaração para trás e para diante quando bastava fazer prova documental da qualidade de funcionário, o que é fácil.
E não é só na SATA que se passa. Tente lá ser eleitor nesta ilha. Cartãozinho de cidadãozinho. UFA, só com os socretinos se passa isto.
Ó sr. José Gonçalves, tem bom remédio: mude a sua residência para cá.
Ou será que manter residência em "cuba" lhe trás proveitos?
Tou a ver! Quer ter o melhor de dois mundos.
RCF
Acha que o homem teria o melhor de 2 mundos? Já sustenta os Açores e por lá paga mais impostos para sustentar os gastos do César
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