27 fevereiro 2010

A Verdade Por Detrás do RSI

Segundo notícia do Diário dos Açores, o número de beneficiários do RSI (Rendimento Social de Inserção) subiu em todos os meses de 2009. De 17.279 beneficiários em Dezembro de 2008, passou-se para 20,068 no final de 2009.

Em comparação com os restantes distritos do país, a situação torna-se verdadeiramente reveladora de como o RSI tem sido utilizado para tudo menos para o combate à pobreza. Na nossa região, 8.2% da população é beneficiária RSI, enquanto que no resto do país esse valor anda sempre à volta do 2% ou 3%.

Na sua essência o programa RSI tem um objectivo claro: ajudar as pessoas em momentos de crise, através do cumprimento dum plano pessoal que é delineado para cada beneficiário. O objectivo principal é, como o próprio nome indica, reinserir cada beneficiário no mercado de trabalho, tornando-os auto-suficientes. Por cá, pelo menos, há uma perversão na aplicação do RSI, passando a ser o principal objectivo o de manter os beneficiários reféns do dinheiro que recebem ao final do mês. Em troca, existe a garantia do prolongamento da situação. Os números comprovam-no, o constante aumento do número de beneficiários é, duma perspectiva eleitoralista, um sucesso, da perspectiva do objectivo teórico do RSI, um fracasso.

Em vez de combater as injustiças sociais, como seria expectável na sua génese, o RSI nos Açores agrava-as, pois em qualquer lugar destas ilhas existem situações de trabalhadores e beneficiários a viverem lado a lado com qualidade de vida semelhante, mas com actividades diárias muito diferentes. No fim de contas, incita ao facilitismo.

Do ponto de vista do Estado (neste caso a Região), a aplicação do RSI deveria ser entendida como parte de todo um processo mais vasto e abrangente de, por um lado, combate à pobreza e, por outro lado, de desenvolvimento social e económico. Deste modo, é no fortalecimento da economia privada que o sucesso do RSI encontrará eco. Assim, torna-se evidente, mais uma vez, a ausência duma estratégia global, pois aquilo que vê é o governo sistematicamente a querer açambarcar e envolver-se em todas as áreas da economia e sem quaisquer tipo de mecanismos de resposta eficazes para ajudar as empresas.

Nos últimos anos nos Açores tem-se vindo a assistir à constante fuga para a frente. Gastam-se milhões com o objectivo único da manutenção do poder, em vez de se investirem milhões com o objectivo único do desenvolvimento da Região.

11 comentários:

Toupeira Real disse...

Mê queride Carles Cesa que dê a minhe casinhe e o rendemante. ê vote nele!

Isto foi ouvido em público numa instituição pública. Sintomático

Kik disse...

E porque não exigir serviço comunitário a todos os beneficiários do RSI, faziam algo pela comunidade enquanto não estavam empregados, em vez disso estamos a fomentar uma preguiça remunerada.

Toupeira Real disse...

KIK

O César não quer!!!! Quere-os sentadinhos à porta das tascas, sem fazerem nada, para no fim colher os votos. Quem trabalha que pague.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Kika,

E há tanto para fazer, vejam-se as Juntas de Freguesia, o apoio a idosos, etc.

De resto, a toupeira real coloca a razão de forma bem explícita.

João Bruto da Costa disse...

Na mouche!

O turista disse...

Concordo plenamente com este artigo. O RSI neste momento só serve para dar votos. As pessoas estão de tal forma instaladas e habituadas que à mínima falha no cumprimento do processo de RSI correm logo para o seu presidente de junta ou de câmara.

É uma vergonha aquilo que se passa neste momento nos Açores. Posso e para vos dar um exemplo: existem famílias que já recebem RSI à 10 anos.

Trabalho comunitário, existe algum, são obrigados quando vão para as acções de formação e mesmo assim muitos faltam, mais não digo.

Andamos nós a trabalhar para muitos "malandros" estarem em casa sem fazer nenhum.

Isto anda mal!!!

Toupeira Real disse...

Visto hoje:
2 rendimentos mínimos de €1200. Quem quer trabalhar assim?

Anónimo disse...

visto onde, toupeira?

Toupeira Real disse...

Pois, eu sei onde, mas não se pode dizer. No entanto, é cá, S. Miguel - Açores - Cesarolândia.

Anónimo disse...

Não se pode dizer porquê?
É segredo de Estado, ou atiras-te esse número pró ar?

É que a toupeira é cega, por isso quando dizes "visto hoje", eu pergunto, t-shirt ou camisa?

Toupeira Real disse...

Segredo profissional, ou és um anónimo obtuso?