O manso-tanso escandaliza-se com o salário de António Mexia, por acaso a presidir uma empresa que gera 1000 milhões de euros de lucro, pouco importando discutir, agora, a posição monopolista da mesma.
O manso-tanso pouco se importa com a dívida astronómica da RTP, por acaso paga por ele, uma empresa inserida numa área económica onde não se distingue das concorrentes naquilo que em que o deveria fazer - os conteúdos -, distinguindo-se delas naquilo em que não o deveria fazer - os custos -.
Porém, as empresas privadas, mesmo dando prejuízo, serão sempre privadas (bom, em princípio... não venha aí um qualquer camarada Vasco), incluindo o prejuízo. A RTP será sempre pública, incluindo o défice.
Olhando para os conteúdos das televisões portuguesas, alguém será capaz de enumerar uma razão válida que sustente a existência da RTP?
Doutro modo, a RTP apresenta alguma mais-valia, a nível de conteúdos, que não pudesse ser igual ou melhor realizada pelas televisões privadas, frete político incluído?
(A Diáspora, dirão uns; as relações com África, dirão outros. Pois, pois, direi eu, face à estopada que é a RTP-I e a RTP-África)
Do que é conhecido, a RTP não tem razão de existência, por exactamente não cumprir o interesse público, conceito suficientemente vago e abstracto no respectivo estatuto, para poder concorrer deslealmente com as demais estações, face aos inesgotáveis recursos financeiros postos à disposição pelo Estado, a que acresce, ainda, a suprema ignomínia que é a taxa audio-visual.
Os mansos sabem e ocultam. Os mansos-tansos, carneiros que são, só olham para aquilo que os mansos lhes ordenam que vejam.
Merecem-se!
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