(esta foto foi recebida por email e diz ser o efeito que a obra SCUT está a ter no Monte Escuro, fica a dúvida se é, de facto, assim)
Um projecto adjectivado como “estratégico” e que representará um encargo de 325 milhões de euros, as SCUT estão a transformar, definitivamente, a paisagem da ilha de São Miguel.
Numa breve retrospectiva ao investimento público regional dos últimos anos, chegamos rapidamente à conclusão que a prioridade tem sido a obra vistosa de infra-estrutura. O regime do cimento e do betão, dito por outras palavras. E esta não é uma opção necessariamente errada, antes pelo contrário, até porque existiam debilidades evidentes nas nossas ilhas que tinham que ser colmatadas, aproveitando-se os largos fundos comunitários que foram postos ao dispor da região para esse fim. Uma estratégia que, do ponto de vista do partido do poder, trouxe benefícios evidentes, uma vez que as inaugurações dessas obras do regime foram sempre devidamente inauguradas com a pompa e o timing certos. Porém, a gestão pública do bem comum não se esgota nas infra-estruturas, longe disso. Paralelamente, mas sem o impacto público/eleitoral do betão, há uma série de áreas de importância capital para a sociedade que deveriam ter tido outra prioridade governamental. Falo, desde logo, da Educação, que tem sido totalmente descurada pelos sucessivos governos PS, aliás, como o próprio secretário-geral dos socialistas açorianos reconheceu no último congresso rosa. Mas, a Educação é apenas a ponta do icebergue, a segurança, a exclusão social (principalmente na ilha de São Miguel), a toxicodependência, a economia privada, etc., estão também, e há muito, fora das prioridades governamentais. E além dessas, há ainda as áreas que viram fortíssimo investimento público fracassado, como o turismo ou os transportes marítimos.
Dito isto, pode-se compreender a opção para construir as SCUT em São Miguel. Ou seja, a partir de certa altura as infra-estruturas básicas ficaram todas construídas e não tendo a capacidade para investir nas áreas que não dão direito a corte de fita, o governo decidiu seguir em frente e cortar a eito com o cimento e betão. Foi assim com as Portas do Mar, um investimento manifestamente dúbio, não só do ponto de vista da estratégia de turismo dos Açores, bem como do ponto de vista da manutenção que acarreta. E está sendo assim com as SCUT.
Seriam 325 milhões de euros, mas, tendo em conta o historial, o melhor é esperarmos por um valor perto do dobro, ainda mais porque há, claramente, um pressing para ter a obra pronta antes de 2012, na óptica, lá está, da inauguração antes de eleições. Para além do facto de que esta obra está a ter um efeito terrível nas empresas de construção civil micaelenses, para além do facto de que este é um investimento que, depois de pronto, não trará qualquer posto de trabalho (ou, se sim, será irrisório) – ainda para mais quando o desemprego é um flagelo que, por muito que o governo tente mascarar os números, está a afectar a nossa sociedade, o mais grave mesmo será o crime ambiental que está a ser cometido em São Miguel com esta megalómana obra. Aquilo que sempre nos destacou foi exactamente a nossa Natureza intacta, o nosso verde puro. A obra SCUT está a ter um efeito devastador e terrível no meio Ambiente micaelense, não só em termos gerais do território, mas em termos particulares, onde tantas e tantas famílias estão a ver as suas terras devassadas por estranhos. Valerá a pena? A Fajã do Calhau é brincadeira de crianças quando comparado com as SCUT.
Numa breve retrospectiva ao investimento público regional dos últimos anos, chegamos rapidamente à conclusão que a prioridade tem sido a obra vistosa de infra-estrutura. O regime do cimento e do betão, dito por outras palavras. E esta não é uma opção necessariamente errada, antes pelo contrário, até porque existiam debilidades evidentes nas nossas ilhas que tinham que ser colmatadas, aproveitando-se os largos fundos comunitários que foram postos ao dispor da região para esse fim. Uma estratégia que, do ponto de vista do partido do poder, trouxe benefícios evidentes, uma vez que as inaugurações dessas obras do regime foram sempre devidamente inauguradas com a pompa e o timing certos. Porém, a gestão pública do bem comum não se esgota nas infra-estruturas, longe disso. Paralelamente, mas sem o impacto público/eleitoral do betão, há uma série de áreas de importância capital para a sociedade que deveriam ter tido outra prioridade governamental. Falo, desde logo, da Educação, que tem sido totalmente descurada pelos sucessivos governos PS, aliás, como o próprio secretário-geral dos socialistas açorianos reconheceu no último congresso rosa. Mas, a Educação é apenas a ponta do icebergue, a segurança, a exclusão social (principalmente na ilha de São Miguel), a toxicodependência, a economia privada, etc., estão também, e há muito, fora das prioridades governamentais. E além dessas, há ainda as áreas que viram fortíssimo investimento público fracassado, como o turismo ou os transportes marítimos.
Dito isto, pode-se compreender a opção para construir as SCUT em São Miguel. Ou seja, a partir de certa altura as infra-estruturas básicas ficaram todas construídas e não tendo a capacidade para investir nas áreas que não dão direito a corte de fita, o governo decidiu seguir em frente e cortar a eito com o cimento e betão. Foi assim com as Portas do Mar, um investimento manifestamente dúbio, não só do ponto de vista da estratégia de turismo dos Açores, bem como do ponto de vista da manutenção que acarreta. E está sendo assim com as SCUT.
Seriam 325 milhões de euros, mas, tendo em conta o historial, o melhor é esperarmos por um valor perto do dobro, ainda mais porque há, claramente, um pressing para ter a obra pronta antes de 2012, na óptica, lá está, da inauguração antes de eleições. Para além do facto de que esta obra está a ter um efeito terrível nas empresas de construção civil micaelenses, para além do facto de que este é um investimento que, depois de pronto, não trará qualquer posto de trabalho (ou, se sim, será irrisório) – ainda para mais quando o desemprego é um flagelo que, por muito que o governo tente mascarar os números, está a afectar a nossa sociedade, o mais grave mesmo será o crime ambiental que está a ser cometido em São Miguel com esta megalómana obra. Aquilo que sempre nos destacou foi exactamente a nossa Natureza intacta, o nosso verde puro. A obra SCUT está a ter um efeito devastador e terrível no meio Ambiente micaelense, não só em termos gerais do território, mas em termos particulares, onde tantas e tantas famílias estão a ver as suas terras devassadas por estranhos. Valerá a pena? A Fajã do Calhau é brincadeira de crianças quando comparado com as SCUT.
8 comentários:
Embora eu não saiba se estão a obter material do Monte Escuro para as SCUT, nem a data da foto, a última vez que lá fui foi ainda antes das SCUT e ele já estava sensivelmente assim, talvez entretanto a área de exploração tenha crescido algo mais, mas isso é natural se a saibreira estiver em normal laboração.
Quanto ao resto não me pronuncio.
Caro Rui, considero também crime ambiental ter de urinar em plena cidade em dias de festa porque a Câmara Municipal fecha os sanitários! Isto sim é crime ambiental e contrariamente as SCUTS coloca nos muito proximo do terceiro mundo.
Zeze, o que lhe apraz dizer sobre as SCUT? Porque, isto de argumentar indo buscar outros assuntos, não é nada interessante.
E, que diabo, que comparação disparatada!!! Uma situação pontual, para a qual não estou de todo a par para falar, e que, a ser verdade, resolver-se com um rodar de chave, comparada com um crime ambiental da dimensão daquela que vemos na foto?!?!
Era brincadeira, Zeze, não era? Diga-me que era, por favor...
Esse Zeze se não fosse um eunuco devia ser obrigado a mijar nas calças todos os dias. Que comparação mais idiota.
Este crime das scut não devia passar impune. Não me admirarei nada se quem render o sr. Dom César não alegue a necessidade de cobra portagens para fazer face aos encargos que só vão aparecer depois da obra pronta.
Quanto à foto, em lado nenhum do mundo se assiste à destruição de uma chaminé vulcânica! Até pelo perigo que representa. DEVIA DAR CADEIA!!!
Subi ainda há pouco tempo ao Monte Escuro e pareceu-me que essa situação além de não ser recente (do "tempo" das SCUT) que essa exploração já se encontrava inactiva.
Caro Rui,
O que me apraz dizer sobre as SCUTS é o seguinte: Em boa hora o projecto foi em frente. Aliás, tanto as SCUTS como as Portas do Mar, digam o que disserem, a verdade é que são essencias para o futuro dos Açores.
Claro que estava a brincar quando comparei aquilo que chamas de crime ambiental referente as SCUTS e a falta de sanitários na Avenida. Foi a brincar e para veres o que dizias sobre o assunto que já é velho em Ponta Delgada e pelo que me parece, este blogue ataca tanto os socialistas e protege quanto basta a acção dos Sociais Democratas. Se estou enganado, perdoem-me, mas estou em crer que estou certo.
Agora se ha efectivamente crime, deve este ser denunciado. Já agora, onde estão as associações ambientalistas?!
Os nossos filhos haverão de pagar a factura. Isto se até lá esta nação ainda existir...
O Zeze faz uma pergunta que merece resposta: onde andam as associações ambientalistas?
O mais novo dos Nascimentos Cabrais anda metido em tanta merda que depois acaba por não fazer nada em nenhuma delas....bem, sempre dá para pagar os seus luxos com tanto ordenado.
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