15 dezembro 2011

O sem vergonha - parte II

O clima era de festa, daquelas cegas em que todos batem palmas porque os outros também as batem, e nas festas praticam-se sempre vários exageros. Concedida a evidência, não há dúvidas de que a escola do Nobel filósofo parisiense veio para ficar, sobretudo porque o sucessor, seguro da sua sapiência, também quer que aqueles que praticam as boas contas paguem os calotes da irresponsabilidade. Ah, bom Cícero, que falta fazes nos tempos actuais!

20 comentários:

Anónimo disse...

A linha Socrática não iniciou escola.
Em matéria de calotes a coisa é bem mais antiga. Começou pelos 150 milhões de contos deixados por Mota Amaral e passa pelas trafulhices da Madeira, protagonizadas pelo estroina Jardim.

Anónimo disse...

Ainda ontem o presidente do Bundesbank (o Banco Central Alemão) chamou drogados e alcoólicos aos países do sul (endividados).

E ninguém tugiu nem mugiu.

Raça de cobardes é o que são os portugueses.

Fez muito bem aquiele deputado mandar os alemães para a PQP!

Portugal foi grande, mas não foi com cobardolas, queixinhas e totós!

eagle01 disse...

Penso que o PS está a deixar cair a máscara de uma certa impotência para tirar o país do pântano em que o Eng.º Guterres o deixou. Para além de que a linha ideológica do partido apresenta um défice com a realidade, que se resolve desta maneira: não se paga.

É pena que o país esteja representado no fórum da democracia, o Parlamento, por gente deste calibre, produto da politica pós 25 de Abril. Sim, o 25 de Abril não trouxe apenas coisas boas, como liberdade de pensar e de exprimir opiniões. Trouxe também isto que se adivinhava: o caos da opinião, o caos dos valores, o caos da pouca vergonha.

Sou um tipo mais ou menos novo, mas isto incomoda a sensibilidade de qualquer um. Ou devia incomodar. Pelos vistos para os responsáveis do PS, que actuam numa lógica de alcateia, afinal a linguagem é metafórica. E o Seguro até já descobriu que o líder do PSD foi indelicado com o PS; apenas e só para criar um assunto que distraia as atenções.

Para que a pouca vergonha continue.

Anónimo disse...

POUCA VERGONHA É O GOVERNO RASCOFE DE PORTUGAL.

AQUILO É UMA VERGONHA!

Anónimo disse...

O pagode diverte-se, mas o triste é que este escriba José Gonçalves, aproveita palavras certas, mas ditas por pessoas erradas e fora de tempo, para mostrar mais uma vez que a sua opinião não é mais do que seguir a voz do dono...
Até é correcto não pagar despesa que foi feita ao serviço de outros(como os submarinos, que são não só para servir a Nato como servem para desocupar os excedentes alemães...)já alguma vez ouviu falar em usura?
É precisamente o que a Troika esta a fazer, mas mais do que isso, ela tem poderes divinos que nenhum credor tem,pode não só "oferecer" ao desbarato, os bens do País intervencionado,como põe de cócoras os seus governantes...
Tenham alguma dignidade, já se percebeu que o governo do PSD/CDS, está à nora e que o seu chefe, Passos Coelho, não percebe um boi de governação(ele tem a secreta esperança que a troika lhe ensine o caminho)...
De facto independentemente das responsabilidades repartidas do PS, a verdade é que este governo está a desbaratar a possibilidade de Portugal pagar a Divida e os juros e agora só resta não pagar!

Anónimo disse...

A.J. Jardim depois de ter espatifado orçamentos e ter mergulhado a Madeira na maior dívida da sua histtória, continua no poder.

Por escolha livre e democrática dos Madeirenses.

Essa é que é!

Anónimo disse...

As afirmações de Nuno Santos, apesar de desenquadradas da experiência e responsabilidade do PS, nesta crise, fazem sentido, na razão que nas condições usuárias do empréstimo, este se torna impossível de ser comprido.
Esta realidade será comum a grande parte dos Países Europeus colocando em risco não só a continuidade do Euro como moeda comum, como a própria existência da União Europeia.
Este governo demonstra dia a dia que não tem nenhuma estratégia para a governação portuguesa e a sua única atitude é ser subserviente à Alemanha...
Estamos a encher um saco que tem o fundo roto e por mais que seja a austeridade mais pobre ficamos e a resolução proposta pelo governo será sempre mais austeridade até ao desastre total.
Só a luta do Povo poderá alterar o nosso destino.

Anónimo disse...

Anónimo das 01:17 de 20/12 (é tão bom asnear sob esta capa), dispenso justificações de retórica barata sobre frases proferidas, eventualmente, no calor do final de um qualquer repasto por parte de um dirigente socialista. Dispenso, ainda que humildemente e sempre na certeza de que nesta matéria estarei sempre a aprender, lições sobre o conceito jurídico de usura, a não ser que o(a) cavalheiro(a) anónimo(a) o conheça e explique, o que manifestamente demonstra não conhecer, face ao seu escrito.
Quanto à minha voz, de facto ela tem um dono: eu próprio.
Até à data ainda não vi demonstrada a bondade do não pagamento das dívidas pessoais ou públicas. Aliás, afirmo sem qualquer rebuço ou reserva mental (no sentido jurídico) que só por inimputabilidade (ainda que não decretada juridicamente, mas pelo menos político-ideológica) alguém poderá fazer afirmações deste jaez e continuar a sorrir como se nada fosse. Ética e moral são conceitos desconhecidos por quem as profere, mas aí nada posso fazer: não sigo acefalamente qualquer Querido Líder nem acredito que algumas pessoas possam ser ressocializadas.
JG

Anónimo disse...

Não se amofine nem queira voltar ao tempo da "bufaria", o que digo sobe o anonimato diria pessoalmente,(mas ninguém me intimida nem me condiciona com esta pressão) pois não o ofendi, simplesmente disse o óbvio que é o facto de zelosamente defender as posições deste governo.
O que disse, ou quis dizer(salvo algum lapso interpretativo)é que os juros e as condições do empréstimo eram usuárias( e como tal passiveis de crime ou pelo menos de justa indignação).
Uma coisa são a contradição entre as palavras( e a forma)e o partido que as pronunciou, outra coisa(descontada a inépcia e o exagero)é a ideia subjacente a elas, ideia da impossibilidade(e injustiça em pagar dividas usadas ao serviço dos próprios credores(como o caso dos submarinos, que na Alemanha constitui crime) e em condições perfeitamente impossíveis de cumprir e que em muitos insuspeitos PSD e independentes já motivaram apelos à renegociação da divida.
Por outro lado o próprio governo já vai alertando para a eventualidade do não pagamento...
Esta sua pseudo superioridade e fundamentalismo negativista em relação a tudo o que tenha a ver com socialismo é "novo riquismo" direitista que pode ser moda, mas nada mais é que um tique de sinal contrário aos dos que quer atacar(o socialismo)bem como o seu seguidismo aos gurus do neo liberalismo é equivalente aos que seguem, os por si considerados grandes lideres.
A ética e a moral não são justapostos á lei(embora a possam influenciar) e existem vários conceitos sobre ética e moral.
O não pagamento das dividas(ou a sua adequação) é das realidades mais verificadas na vida jurídica, económica e financeira, e é fruto dos tempos económicos que se vivem tanto em termos dos Países(o caso da Grécia é um mero exemplo) como no cidadão( e para isso temos a DECO, entre outras)
Seja como for é a realidade da condução politica económica deste governo que mais facilmente levará ao não pagamento, por manifesta impossibilidade económica e prática.
Já agora que se mostra jurista atento, saberá certamente que a lei e o seu cumprimento tem flexibilidade(não é só para o trabalhador)balizada pela eficácia e pela interpretação(entre outras) da lei.
Já agora esta das pessoas não poderem ser ressocializadas, não casa bem com a sua(eventual) formação juridica.

Anónimo disse...

Caro José Gonçalves
Em que categoria pões os "Queridos lideres" de Angola(que ficaram com o BPN a troco de Milhões) e os Chineses(que deixaram de ser Perigosos "Comunistas") que ficaram com a EDP?
Já sabíamos dos amigos ditadores que passavam de amigos a inimigos por uma indisposição súbita dos "democratas"...
Agora temos a súbita, alegria de estar no clube dos poderosos capitalistas que passam salvos conduto aos "perigosos" "comunistas" de forma a que eles sejam aceites Santa Trindade da Toika...
Em que fica a seu pensamento independente?

Anónimo disse...

BLOGUE FORTE APACHE
Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2011
afinal houve apelo à emigração II
por Rodrigo Saraiva
José Sócrates anuncia envio de 200 professores para Angola

Julho, 2008

e aqui se vê uma das diferenças entre o anterior PM e o actual.
Passos Coelho, quando confrontado com uma pergunta, fala de uma possibilidade em consequência de conversas diplomáticas onde foram apresentadas necessidades em países lusófonos que podem ser satisfeitas com recursos especializados portugueses. Não anunciou. Falou de uma possibilidade.
Já Sócrates anunciava. E dava timings. E depois o tempo encarregava-se de mostrar que não passava de fogacho.

nota: lembrete do André Miguel

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afinal houve apelo à emigração
por Rodrigo Saraiva
We interviewed the Minister of Labor, Maria Helena Andre’, and she told us her suggestion for young people looking for work here was to be “open and flexible.”

She admits that this includes emigrating, as the Portuguese have been doing for decades.
Dezembro, de 2010.
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Anónimo disse...

Não causa urticária a ninguém ler-se, e no mundo real é assim, Karl Schmitt, por exemplo. Ou Marx ou Rousseau ou Burke ou Constant ou Aristóteles ou Santo Agostinho ou Hobbes ou Maquiável ou Hayek ou Keynes, etc. Ou ouvir-se José Sócrates. Aprende-se sempre, e com todos, o que fazer e o que não fazer. É o mundo real. Esclarecido, anónimo das 01:239 horas?
JG

Anónimo disse...

Caro José Gonçalves
Aprender com todos é de facto uma máxima que eu aplico e fico satisfeito que agora(ao contrário de antes)não seja tão fundamentalista contra o social, pois todos os sistemas não podem desprezar(pelo menos como estratégia)esta realidade.
Sem dúvida verá que a realidade lhe irá fazer ver melhor o nosso Mundo e as consequências que as politicas (autistas) neo liberais terão na sociedade.
Boas festas.

Anónimo disse...

Anónimo 16:34
Sempre apliquei isso na vida. No mais, não se esqueça de que eu escrevi que com o que lemos, ouvimos ou vemos aprendemos sempre para fazer ou não fazer. Relativamente ao sem-vergonha é mesmo o não fazer, o que significa que mantenho tudo o que sobre o mesmo escrevi ao longo dos tempos e, quanto a isso, não sou um recém-convertido. Escrevi bastas vezes a pugnar pela sua derrota, e denunciando-o, ainda ocupava o lugar cimeiro. Tive razão. Os "cristãos-molaflex" (ver meu texto de Junho 2011) vieram depois reclamar vitória. De tudo, soe dizer-se, para finalizar, que há convicções pessoais que estão firmemente solidificadas.
Boas festas
JG

Anónimo disse...

Caro José Gonçalves
Em relação ao mal fadado Sócrates já lhe reconhecia dotes de ditador ainda ele era ministro do ambiente, portanto bem cedo sabia o que nos cabia em sorte, no caso de Passos Coelho não é uma questão de ser Ditador, é mais ele ser, uma farsa, não entende nada e ainda deve estar a pensar como consegui chegar a dirigente máximo do PSD...
Eu até compreendo o papel que ele tem de fazer na Europa(moço de recados)mas salvaguardar o seu emprego podia ser em outro sector que não na politica...
Não entendeu ainda o problema que é estarmos nesta crise com políticos (ou incapazes como Passos Coelho, ou suspeitos de estarem implicados em casos crime como Paulo Portas)sem craveira para conduzirem a nau nesta tormenta.
A independência de espírito que eu falo e encontro valor, não é estarmos contra os nossos adversários políticos é termos a dignidade de discordarmos dos nossos correlegionários, como faz JNAS, Pacheco Pereira e outros.
A matriz politica do PSD é a social Democracia, e esta está a léguas deste embuste ideológico que o PSD está a seguir.
Basta pensar um pouco na contradição em apoiar na Comunidade um défice de 0,5% num País que necessita do fundo das pensões para se ficar nos 5 por cento(descontando a intensificação da crise mundial em 2012).
Um bom Natal

Anónimo disse...

anónimo das 01:32

Confunde silêncio com conivência; confunde o comentário e a denúncia de alguém que durante anos pintou Portugal como sendo o paraíso na Terra com aprovação acéfala de todas as medidas que foram tomadas por quem sucedeu ao irresponsável supra. Quer você que eu alinhe no seu tempo político, mesmo não sabendo qual nem esse me interessar. Mas, admitamos que é Outubro e este é já ali. Tempos virão para o efeito, mas esses serão os meus e não os seus.
Finalmente, acho temerário meter Pacheco Pereira e JNAS no mesmo saco. Tenho demasiado respeito pessoal e político pelo JNAS para que considere que a opinião dele encerra uma motivação idêntica à de PP. A Calçada do Quebra-Costas é em Coimbra e, que eu saiba, o JNAS não estudou lá.
JG

Anónimo disse...

Caro JG
Eu compreendo que quem tenha a politica como a "clubite" se preocupe em que posição é que se coloca o A ou o B face às eleições, eu sei que é difícil ter uma posição exclusivamente interessada no bem comum(sobretudo nos dias que correm)eu não tenho o costume de falar no meu caso pessoal e por isso lhe digo que falei no caso de JNAS,(e ele é autentico e não comparável) nem se exactamente por ser um homem do seu Partido(ou pelo menos assim parece)mas, como muitos(penso eu)são pessoas interessadas no seu País e sem uma visão bipolar da politica(do preto e branco).
Infelizmente na politica existem os yes mam, sempre prontos a abanar a cabeça, pode ser que estes sejam importantes para Sócrates ou Passos Coelho, mas certamente não serão para um Partido que quer ter inteligência cidadania e intervenção politica eficaz.
Quem analisa a politica pela visão restrita das próximas
eleições e no posicionamento de cada um, pode estar à procura dum lugar elegível, mas certamente não se preocupa a fundo com os interesses do seu Povo.
Tudo Vale a Pena quando a alma não é pequena, espero que esta dialéctica calha em quem é bem intencionado mas possa compreender, que a politica não é o futebol, das irracionalidades e da Paixão, mas uma coisa muito séria que mexe com a vida das pessoas e não deve ser levado como um jogo em que todos querem ganhar a qualquer preço.
O silencio, quando o País vive uma das suas maiores encruzilhadas da Historia,pode não só ser cobarde como trágico, e como disse de pouco vale sarnirmos contra Sócrates, se não retirarmos as devidas consequências(politicas e criminais) e se pelo contrário continuarmos a mesma politica de austeridade, sem estratégia nenhuma.
Não tenha a visão salazarista que uma critica, é um ataque, que deve ser atacado ferozmente, pelo contrário até pode ser um remédio
precioso...
Há que discutir a politica e a sua aplicação nacional e intrenacional e não só ler uns tantos discursos e aplicar a estratégia cegamente que foi traçada centralmente.
Não se preocupe tanto quem eu sou mas com aquilo que digo.

Anónimo disse...

"anónimo" das 05:53 (grande noite!)
Sejamos claros. Só por espírito natalício estou a trocar mensagens com um "anónimo". No mais, invocando ou imputando-me algo que não cometo (o seguidismo acéfalo ou o interesseiro discurso em busca de um lugarinho) é sinal absoluto de que não me conhece nem prestou atenção ao que venho escrevendo desde que estou neste blogue. Leia e venha cá depois, no primeiro caso; quanto ao segundo, entre outros motivos, por causa do primeiro, não tenho, não alimento, nem busco "lugarinhos" políticos. Se assim fosse, dedicar-me-ia a escrever daqueles textozinhos que se lêem por aí, principalmente nos jornalinhos: sem sal, muitas letras e conteúdo suficientemente indeterminado para ter interpretações diversas. Ou então, se fosse alguém suficientemente importante, sei lá, deputado, por exemplo, refugiava-me no silêncio, aguardando o trabalho de sapa das formiguinhas obreiras, para voltar a ser reeleito(está a ver uma cacha: Gonçalves ataca inércia dos deputados). Basicamente, para tal, há uma chatice. Tenho valores de que não abdico e esses reflectem-se nos meus escritos. E, consequentemente, os meus escritos estarão sempre na defesa desses valores, sem agendas que não tenho nem terei (a não ser de consciência cívica). Good wake-up and sleep well. THE END
JG

Anónimo disse...

Caro José Gonçalves
Mesmo sem espírito Natalício eu ocupava o mesmo tempo que ocupo consigo,com o mesmo anonimato que o meu, pois apesar do seu nome estar escrito ele é-me completamente desconhecido nem eu vou ocupar um segundo em saber quem é, a mim importam-me as ideias e os actos e não os nomes das pessoas, fico satisfeito em não estar interessado em lugares políticos, a qualquer preço( mas também não o disse em relação á sua pessoa, mas sim em atitudes que podiam levar a isso).
A importância de cada um é um conceito não só subjectivo, como vago e indeterminado e que para mim é perfeitamente relativo e de pouca relevância.

Anónimo disse...

Caro José Gonçalves
(continuando)
Sou ferrenho defensor da liberdade, e se se entusiasma a esmiuçar as horas a que se comenta, continue a fazer, mas a verdade é que é dum mau gosto evidente...
Acredito que seja intelectualmente independente(mesmo que partidário, é possível)...
Independentemente disso podia vocacionar um pouco do seu tempo a problematizar as questões mais actuais como o é a prática deste governo e a crise interna e externa, o erro dos governos em Portugal(e dos media) é de passarem para os governos anteriores de todas as culpas, inclusivamente do que se esta a fazer no momento...
Não tenho a pretensão de o fazer pensar nestes temas, pois certamente já o fez, mas quem sabe possa, contribuir para ponderar a sua importância e a possibilidade de a tornar mais abrangente e não exclusivamente orientada pelo diapasão do governo.
Quanto a mim fiquei satisfeito pois transpareceu que,(embora não transparecendo nas suas cronicas) está descontente com o desnorte deste governo.
Saudações