22 fevereiro 2012

Mãos à Obra pelo Trabalho

A notícia veio apenas comprovar aquilo que todos já sabíamos. 15.1% de taxa de desemprego. Mais de 18 mil desempregados nos Açores no final de 2011. Hoje, no final do mês de Fevereiro, são mais, de certeza. Um número que encerra uma realidade dramática para muitos açorianos. Uma situação que urge alterar.

Este governo regional do PS é directamente responsável por esta trágica situação a que se chegou. Durante anos gabaram o facto que os Açores não tinham um problema de desemprego. Mas os mais atentos sempre disseram que a situação estava era encapotada e escondida, como agora se comprova. O governo açoriano não foi capaz de gerar as condições necessárias para o crescimento económico nos Açores. E teve todas as condições para isso. Senão vejamos, o PS chega ao poder em 1996, altura em que na União Europeia começa a vingar a política de coesão regional, que se traduziu em muitos milhões de euros transferidos para os Açores. Na mesma altura, o governo da república criou a Lei de Finanças Regionais, que assegurou também muito milhões, transferidos anualmente, para os cofres da região. Ao todo, os governos do Partido Socialista tiveram ao seu dispor 25 mil milhões de euros, que deveriam ter sido usados para dinamizar a nossa economia, de modo a que a nossa economia se tornasse autosuficiente e capaz de assegurar emprego e prosperidade para os açorianos quando chegasse um momento de crise. Ora, este momento de crise chegou agora e o que se comprova é que o governo açoriano falhou.

Penso que é, pois, uma evidência e uma certeza que os Açores precisam de novos actores políticos. Precisamos de mudança. E não é, de certeza, Vasco Cordeiro que representa essa mudança. Porque quando Vasco Cordeiro nos diz que vai inverter a actual situação de crise e desemprego se ganhar as eleições de Outubro, sinto que só pode estar a brincar connosco. É que Vasco Cordeiro está no governo! Se tem alguma capacidade de mudar alguma coisa, que o tivesse feito nos últimos 16 anos em que esteve no governo. Ou, pelo menos, que o faça já.

Tal e qual o que se passou no continente, como Sócrates deixou o país, os Açores precisam também de uma mudança de verdade. Uma mudança que deve ser feita em duas fases. Para já, precisamos de liquidez. De dinheiro. Novamente como Sócrates, a política socialista açoriana fez-nos totalmente dependentes de transferências de dinheiro externas. É uma dependência que importa terminar, mas para já, precisamos mesmo de ver liquidez injectada na nossa economia, de modo a podermos continuar a funcionar. Para tal, temos que reorientar os fundos comunitários para a ajuda as empresas e para a criação de emprego. O governo socialista prefere, como sabemos, ter os fundos para a construção de infra-estruturas, que lhes permite fazer grandes festas com inaugurações para inglês ver. Os Açorianos precisam, portanto, de renegociar com Bruxelas a finalidade dos fundos comunitários. Os trágicos números do desemprego são argumento suficiente para fazer essa reorientação de fundos.

E depois, a médio e longo prazo, temos que usar esses fundos, com responsabilidade. Não podemos seguir a lógica socialista de os usar para o imediato. Temos que os usar pensando no futuro, na certeza que quando acabarem as ajudas externas, seremos capazes de ser auto-suficientes. Só conseguiremos ser uma região economicamente sustentável, quando formos uma região económica. Para tal, há que baixar os preços dos transportes e dar espaço e condições ao sector privado para produzirem bens para o nosso consumo. Se uma empresa açoriana for capaz, por exemplo, de produzir os produtos hortícolas que os açorianos consomem, já não teremos que os importar de fora, como acontece actualmente. E assim, dinamiza-se a nossa economia, faz-se toda uma linha de criação riqueza interna, que cria postos de trabalho.

Temos que rejeitar o actual modelo económico que o partido socialista nos deixou. Temos que mitigar a nossa dependência do exterior, tanto ao nível de bens de consumo, como de fundos. Temos que incentivar uma cultura de valorização da açorianidade, dos bens e produtos açorianos. Estes 15.1% de taxa desemprego tem que nos servir como despertador, como uma toca a reunir. É a prova que o governo PS chegou ao fim. Temos que mudar. Temos que sair deste buraco em que nos meteram.

2 comentários:

Anónimo disse...

O oportunismo tem limites, esquecer que são as politicas de Cavaco Silva, 1º. Ministro, que desarticulam(ao serviço da CEE)toda a económica Portuguesa(e por arrasto a Açoriana)é das duas uma, ou ignorância, histórica e politica, ou fanatismo totalmente alheado da realidade.
Pensar que o desemprego dos Açores, tem causas diferentes das causas do desemprego de Portugal é igualmente meter a cabeça na areia e pensar que uma mentira por muito repetida, deixara de ser o que é(mentira)para passar como grande "ideia", pobreza de argumentação e oportunidade perdida para se apresentarem como uma possível e credível alternativa.
O desemprego não só irá aumentar no reinado do Passos Coelho(PSD/CDS) como irá igualmente aumentar nos Açores qualquer que seja os eleitos, com a agravante do PSD, Açores seguir as politicas neo liberais de Portugal e aí, não serão 15%,de desemprego mas muito mais.

Bandeira Açores disse...

Eu gostava que alguém do PSD, CDS/PP e PS com o minimo de honestidade politica me disesse quem são os culpados do estado da nação.
Convém muito dizer ao PSD Açores que a culpa das actuais taxas de desemprego é culpa do PS Açores, mas e na Madeira de quem é a culpa é do Sócrates e não do Alberto João Jardim...
Já agora o que é feito do Paulo Portas, o Paulinho das feiras and desaparecido, já esqueceu o povo...
A falta de verticalidade fica-vos tão mal...