07 maio 2012

A Máquina de Lavar e os tempos políticos

Perguntaram-me hoje, em plena rua, qual a razão que me tem impedido de escrever assiduamente aqui na Máquina. Respondi com a habitual sinceridade.

E disse que, entre outras razões, o trabalho (sou funcionário público da administração central, numa área de ritmo 200 à hora) me tem impedido de acompanhar “em cima” os acontecimentos, de forma a, oportunamente, escrever sobre qualquer tema que me interesse, antes que alguém o faça e que mereça o meu acordo.
Depois, a isso ou por causa disso, alia-se alguma fadiga, sobretudo quando se descobre que não há nada de extraordinariamente novo por este recanto.
Com efeito, durante os últimos anos, aqui na Máquina fomos lançando a discussão e a opinião sobre um conjunto de temas que nos pareceram pertinentes para o futuro, antevendo que mais tarde ou mais cedo os mesmos iriam começar a escaldar no momento político.
Como demonstração disto, verifica-se que nos últimos dias, por exemplo, o deputado Artur Lima, líder do CDS-Açores, descobriu que a SATA era uma empresa low-cost fora dos Açores. Quantas vezes aqui na Máquina foi abordado o tema SATA, em diversas vertentes, incluindo o tratamento iníquo prestado aos açorianos e a sua atitude em mercado concorrencial?! Os nossos textos estão aí!
Afinal, os açorianos e o respectivo bem-estar devem ser lembrados sempre ou apenas na conveniência do tempo eleitoral?
A Máquina de Lavar nunca teve agenda política. A política da Máquina de Lavar é estar ao serviço dos açorianos sempre e em todo o tempo. E muito a Máquina lavou em tempos que eram de silêncio medroso, para uns, de silêncio cúmplice, para outros, ou de silêncio oportunístico, para mais uns tantos.
A Máquina de Lavar sempre emitiu opinião sem tabus nem medo. Opusemo-nos ao actual governo regional, naquilo em que dele discordávamos (quase tudo), da mesma maneira que denunciávamos, por exemplo, situações pouco claras no desporto português, boa montra do estado da Nação. Nada se deixou aqui de tratar.
Fomos pioneiros no combate directo e frontal contra o actual estudante José Sócrates, de triste memória para o País, alertando tudo e todos, quase panfletariamente, sobre as suas diatribes governativas, esperando que os nossos ínfimos e insignificantes textos contribuíssem para pôr termo à “chavização” do País, num momento em que a “omertà” era geral, políticos incluídos (Foi até engraçado alguns desses virem a terreiro após a derrota daquele clamar por vitória). Humildade de parte, a vitória também foi nossa e não apenas no segredo da urna.
A Máquina de Lavar tem, pois, cumprido o seu papel. Hoje, os seus escribas podem dar-se ao luxo de estarem tempos indefinidos sem escrever uma linha ou de escolherem temas menos mediáticos para reflexão. Eu optei pelo primeiro, o meu companheiro de jornada oferece-nos brilhantes textos semanais para ganharmos o futuro.
E é disso que se trata: hoje, é tempo de construir; hoje, é tempo de oferecer alternativas; hoje, é tempo de um melhor amanhã.
Venham, então, as ideias e propostas dos bravos homens bons da terra, já que nós estamos, e aqui continuaremos, sequiosos para reflectirmos sobre elas.
A Máquina de Lavar estará sempre ao serviço dos Açores.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro José Gonçalves
Não tenho dúvida que ataca o governo Açoriano que actualmente(representa o adversário PS)o que tenho dúvidas é
que use o mesmo critério critico, contra os seus correlegionários do PSD, quer nas muitas autarquias de cor laranja nos Açores, quer em relação ao governo PSD/CDS do Governo central de Portugal.
Como Funcionário público não seria normal que se debruça-se sobre a retirada dos subsídios do Natal e férias?
E (como julgo acontecer)se por uma situação anti-igualdade de tratamento, não se lhe aplica-se o corte dos subsídios, não seria normal levantar a questão, para quem é tão defensor da austeridade?
Quanto ao seu desafio penso que um tema como a relação, Europa Comunitária, versus Portugal e Açores e a sua interligação, politica e económica seria um tema fundamental, numa altura onde se questiona as politicas Europeias e a possibilidade de as alterar a bem da salvação da Europa, enquanto comunidade de Países e de Povos.