... é colocada aos Açorianos uma escolha entre
dois projectos que são totalmente diferentes e uma decisão que vai influenciar definitivamente as nossas vidas a médio e a longo prazo.
Por um lado
temos o Partido Socialista que aposta na continuidade e na manutenção do estado
de coisas que nos trouxe até aqui. Por outro lado, temos o PSD, com novas
ideias, novas soluções, refrescado, revigorado, experiente mas jovem e com um
programa e uma estratégia onde, finalmente, se aposta nos Açores e nas suas
gentes. Onde se aposta no mercado interno, nos nossos produtos, de forma a
criarmos riqueza para, criar emprego e apoiar os que mais precisam.
Existe outros factores que separam os dois principais partidos concorrentes, tenhamos em atenção os vícios que
resultam de muitos anos no poder. O PS criou um sistema de dependências, que
lhe serviu muito bem eleitoralmente durante os últimos anos, mas que custa
muitos milhões ao escasso erário público regional. O PSD, por seu lado, está,
evidentemente, liberto dessa rede de vícios e dependências. Mas não se pense
que o PSD vai seguir a mesma linha, mudando apenas as pessoas, não porque o PSD
já prometeu diminuir o número de políticos a tempo inteiro.
Temos agora
uma oportunidade para mudar. Mas porquê mudar? Mudar, porque senão iremos
manter a mesma política que nos trouxe a este abismo em que nos encontramos. O
PS fez muitas coisas bem feitas nestes últimos 16 anos, mas na sua maioria,
governou-nos mal e os resultados estão à vista. Fez muitas obras de regime,
distribuiu muito dinheiro das mais variadas formas, mas nunca pensou no retorno
económico, apenas pensou no retorno eleitoral. Por isso, a solução do PS, e bem
assim dos governos de Sócrates, foi o de pedir dinheiro emprestado primeiro à
banca e depois, quando já sem dinheiro para pagar os seus compromissos com os
bancos, teve que recorrer a Lisboa, tal e qual como quando Sócrates teve que
pedir à troyka.
Precisamente,
neste momento temos 6 empréstimos contraídos pelo Partido Socialista, mas com todos
açorianos como fiadores. Curiosamente, desses 6 empréstimos, 4 foram contraídos
em Agosto, a tal época em que as pessoas não estão muito ligadas a estes
assuntos. Desses 4 empréstimos, 2 venciam neste mês de agosto de 2012 e o
governo regional do PS não tinha como pagar.
Por isso, o
Governo da Republica lá nos emprestou os 135 milhões mais 50, mas em troca
obrigou o governo regional a assinar um memorando de entendimento, muito ao estilo
daquele que Portugal assinou com a Troyka. Um acordo que prevê cortes nos
ordenados dos açorianos e redução no número de funcionários públicos. Se
pensarmos que uma larga fatia da população açoriana trabalha para a função
pública e se pensarmos que o desemprego nos Açores já é a calamidade que se
sabe, podemos aventar que este acordo poderá ter efeitos ainda mais graves para
a nossa débil economia. Para mais, o acordo ataca fortemente a nossa Autonomia,
pois exige que os mais importantes documentos da política económica açoriana,
como o nosso Orçamento regional, tenham que ser primeiro aprovados por Lisboa,
antes de serem apresentados ao símbolo da autonomia que é a Assembleia
Regional.
Agora,
pasmem-se. Vasco Cordeiro entende este acordo como um triunfo para a nossa
Autonomia, socorrendo-se da sempre fácil comparação com a Madeira. Mas, como
sabemos, nós não nos queremos comparar com quem está pior que nós. Já Berta
Cabral é frontalmente contra o acordo. E novamente demonstrando a sua liderança
forte e aquele seu princípio inabalável de que os Açores estão à frente de
qualquer interesse partidário, disse que nunca permitirá que fiquemos reféns de Lisboa, mesmo indo contra o seu
partido a nível nacional, pelo que irá fazer tudo para que este acordo não seja
concretizado, defendendo, assim, os interesses dos Açores.
As pessoas
são sempre adversas à mudança, faz parte da natureza humana. Mas neste caso,
atingimos todos os limites razoáveis. Este Partido Socialista está todo minado
e dividido por dentro em pequenos grupos que só pensam em si próprios, além disso, ou por isso mesmo, foi o responsável por termos
chegado a esta situação económica funesta, com este aumento de desemprego
angustiante. Por isso, urge mudar, para um novo ciclo, para um novo paradigma,
com novas pessoas, sob a liderança duma pessoa com provas dadas noutras áreas
do exercício do poder. Os Açores não se podem dar ao luxo de continuarem a ser
governados pelos mesmos que nos trouxeram até aqui.
5 comentários:
O socialismo conseguiu mesmo "troykar" a Regiao. Este é um empréstimo do estilo "Berta vai ganhar? Apanhe lá esta pedrada para ver se a corremos daqui a 4 anos". O mito César das boas contas foi-se. E os assessores que foram de Toronto para Londres já pagaram a diferença na continha?
Caro Rui Gamboa
É pena que continue enganado, ou a enganar as pessoas, com uma pseudo escolha, entre dois projectos que não são tão diferentes assim, tanto na forma, como no conteúdo.
Pior do que este engano, está o complexo de avestruz, que teima em meter a cabeça na areia e não ver o óbvio, que se consubstancia no facto de um e outro partido(mas sobretudo o PSD) não colocarem em causa a politica da troika, e com esta, só sobra austeridade e mais austeridade, e nesta realidade qualquer mudança é uma mera quimera sem realização possível.
Dizer como é dito que Berta Cabral se bate com Passos Coelho, por outra politica é não ter memória e não se lembrar da subserviência de Berta em relação a passos e ao Cavaco em todas as politicas e factos que colocaram em cheque os Açores.
Dizer que a responsabilidade da crise e do desemprego é exclusivamente do PS é o mesmo que dizer que a destruição da Costa Marítima é da exclusiva responsabilidade das ondas, sem cuidar, dos factores que originam as ondas e de todos os outros factores que estão na origem do desaparecimento e recuo das arribas e frentes marítimas.
Para sermos eficazes e verdadeiros na análise politica, não podemos nos basear em voluntarismos e em fé partidária, exige analisar a realidade tanto na contemporaneidade como na história e cuidar de todos os factores que nos possam ajudar a construir um cenário, plausível.
Os Açores, os açorianos e o momento histórico que se vive, exige maior transparência e cuidado no pensamento e na acção.
Caro Rui Gamboa
Não é em Outubro que se vai ver o andamento dos Açores é já em Setembro e com esta austeridade acrescida acrescentada, antes do Jogo de Portugal(como se o futebol pudesse apagar este tsunami)...
Não é de admirar que o "Rei do combate aos impostos" ele próprio, a marioneta Passos Coelho,venha com pomba e circunstancia impor mais austeridade aos trabalhadores(com aumento de impostos) enquanto diminui a carga fiscal para os patrões(ver taxa da segurança social)sem taxar as grandes fortunas, nem os trabalhadores liberais...
Se pensarmos que a redução dos escalões fiscais vai trazer mais contribuição para os pequenos e libertação de contribuição para os escalões superiores, perguntamos que futuro tem um governo Açoriano, neste contexto de austeridade?
Será Berta Cabral que irá combater este "Salazarismo" de Passos Coelho?
Pensem e escolham duma vez ppor todas estarem ao lado do Povo Açoriano e não serem seguidistas duma politica completamente contra os Açores.
Boa noite Rui Gamboa,
Disseram-me que talvez me pudessem arranjar o nº de telemóvel do sr. Henrique Gomes da Costa.
Se for possivel, muito agradeço, pois preciso falar-lhe em assunto do seu interesse.
Peço desculpa pelo abuso, mas não encontrei outra forma de o contactar.
Se puder ajudar-me, por favor envie-me mensagem através do facebook.
Obrigado
João Soares Ferreira
João Soares Ferreira, não o sabia frequentador deste nosso blogue. Quanto à sua questão, lamento não o poder ajudar. Não sei de quem se trata.
Cumprimentos
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