26 setembro 2013

A "sondagem da Norma Açores"


16 de Setembro de 2013, pouco depois das 20 horas, toca o meu telemóvel e o que se seguiu foi quase ipsis verbis assim:

- Boa noite, daqui fala C… da Norma Açores. Poderia responder a 4 perguntas?
- Boa noite. Sobre o quê?
- Sobre as eleições autárquicas.
- Está bem.
- Qual o seu concelho de residência?
-  (resposta)
- Qual a sua freguesia de residência?
-  (resposta)
- Qual a sua idade?
-  (resposta)
- Quais as suas habilitações literárias?
-  (resposta)
- Destes candidatos: A, B, C… qual é o melhor para Ponta Delgada?
-  (resposta)
- Destes candidatos: A, B, C… qual acha que vai ganhar as eleições?
-  (resposta)
- Destes candidatos: A, B, C… em qual vai votar?
-  (resposta)
- Em 2009, em que partido votou?
-  (resposta)
- Finalmente, e só para garantia de (imperceptível) qual o seu primeiro nome?
-  (resposta)
- Obrigada e boa noite.
- Boa noite.


Desde o início da conversa, começaram a surgir no meu espírito perguntas várias, entre as quais:
1)   Como obtiveram o meu telemóvel?
2)   Quem encomendou a sondagem?
3)   Onde e quando vai ser publicada ou a quem vai ser entregue?
4)   Porque queriam saber o meu primeiro nome?! 
5)   Já teriam o meu apelido ou nome completo entre mãos?!
6)   Se assim fosse, como garantiam o anonimato?

Decidi não colocar qualquer destas perguntas à pessoa que me entrevistou. Obviamente, poderia ter recusado colaborar na “amostra”, mas decidi participar porque uma vez alguém tinha questionado a forma como eram realizadas estas sondagens e, além disso, queria confirmar se as minhas interrogações tinham algum fundamento. Fiquei esclarecido.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro José Gonçalves
Independentemente das legitimas questões que uma mente livre possa colocar sobre estes inquéritos telefónicos e mesmo duma eventual teoria conspiratória sobre os mesmos, considero(e nisto sou claramente minoritário)que as sondagens são duma forma ou doutra, uma maneira de condicionar ou influenciar erradamente umas eleições.
É interessante que a maioria pense que as forças que concorrem ao acto eleitoral não devam ter as mesmas oportunidades de aparecerem nos debates e reportagens dos órgãos de comunicação social, mas será esta desigualdade(para além das que já existem)a forma melhor de defender a democracia?
Talvez tenha permitido a governação a três que tão maus frutos tem dado, mas se distancia em muito, duma participação plena e plural dos eleitores e dos seus representantes.
Talvez sejam casos como este e as condicionantes mais ou menos misteriosas, na escolha de candidatos, as tais amarras para que a politica tenha tão má imagem e os eleitores se sintam tão mal representados.
Açor