20 maio 2014

Prós e Contras: Racismo


Fátima:
- Perguntou se é racismo usar a palavra “preto” e a senhora com nome estrangeiro da Comissão para a Igualdade disse que não, apesar de muitas pessoas na plateia discordarem subtilmente, usando sempre e apenas a palavra “negro”. Ficou meio mau ambiente.
- Em tom apaziguador, disse que, no fim de contas, todas as raças são iguais: brancos, pretos, amarelos, etc. Depois disseram-lhe, no entanto, que não há raças entre os homens.
- E sobre a Fátima ficamos por aqui, para sermos simpáticos.

Francis Obikwelu:
- Disse que em África não há racismo.

Sr. Que Trabalha Numa Escola Multiétnica
- Disse que além do racismo há outro problema muito grave que é quando os miúdos gozam com o gordo da turma
- Disse que não há racismo, só há pessoas que se dão bem e outras que se dão mal

Mamadou Ba, SOS Racismo
- Disse que o Monumento dos Descobrimentos é racista
- Disse que o maior insulto racista que ouviu em Portugal foi o Marinho Pinto dizer que o Brasil o mais que exporta são prostitutas

Cônsul do Brasil
- Disse que conhece muitas prostitutas que trabalham em Portugal.

Senhora espanhola
- Disse que é preciso reescrever a História de Portugal toda

Abel Xavier
- Apesar de ter sido o culpado por Portugal não ter passado à Final do Euro 2000 (e não é por uma questão racista), disse que casos como o #somostodosmacacos reflectem apenas o sentimento de uma minoria (mas mesmo muito pequena), de modo que não vale a pena falar muito nisso.

Conclusão:
- É incrível que o gajo que fez mais sentido no programa foi o Abel Xavier. No entanto, Abel, não, não estás perdoado em relação à Final do Euro 2000
- Não foi um daqueles Prós e Contras clássicos com a malta aplaudir a apupar de cada um dos lados e com a Fátima a dizer no seu tom reprovador “não façam isso”. Era tudo contras, não havia prós.
- Acabou com a Fátima a dizer um poema.

Palavra de honra que isto é tudo verdade.

11 comentários:

Anónimo disse...

o "mamadu" disse ainda que o termo raça não se aplica tecnicamente à espécie humana.
a "senhora espanhola" disse que é necessário modificar a narrativa da histótia, não reescrever a história, porque os factos não se reescrevem.

Anónimo disse...

Foi para variar. Normalmente, aquilo é Prós e Prós, ao critério da Fátima.

Rui Rebelo Gamboa disse...

para o primeiro comentário anónimo, eu digo ah corajosa

Anónimo disse...

Fico mais feliz, pois estava a sentir-me quase um ser humano desprezível, por considerar que aquilo tinha sido uma coisa surreal e que eu era o único que estranhava aquilo, para alem obviamente dos radicais de extrema direita!
Agora as palavras do Mamadou são simplesmente deploráveis e muito infelizes e esteja ou não no SOS Racismo, o mesmo é um radical!
Os Açores, a Madeira, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe que eu saiba eram despovoadas, foram descobertas e povoadas, a não ser que tenhamos colonizado as arvores!
E a Espanhola??!!! Meus Deus como é possível que uma cidadã Espanhola faça aquele tipo de comentários se o Imperio Espanhol dizimou civilizações!!!Que legitimidade têm ela para exigir seja o que for a Portugal?!!! Se Espanha trata-se de restituir a Portugal Olivença é que fazia bem, devia essa senhora era falar de Olivença!!
Porque é que temos de ser politicamente corretos, para não sermos confundidos com racistas, mas que sociedade!!!
Colonização, sim fomos colonizadores, mas que eu saiba Angola ainda é um pais colonizador, Cabinda ainda não é independente! Angola é um pais colonizador!
E os portugueses no Brasil, não são vitimas de racismo no Brasil!!?? Nã!!! De forma alguma!!!!

Mas isto anda tudo doido ou que??!!!!!!
Nem tanto ao mar nem tanto à terra!!

Anónimo disse...

Caro Rui Rebelo Gamboa e anónimos
Estou certo que um tema como "prós e contras" nunca será pacifico, mesmo num formato preparado, condicionado e orientado por uma televisão muito pouco dada a "excessos" ou a "radicalismos" e a uma apresentadora muito conciliadora....
Dito isto, temos que entender o racismo como um sentimento muito abrangente e que reflecte por um lado a estranheza com o novo e diferente e por outro lado com questões de poder.
A verdade é que não lidamos muito bem com a temática do racismo e isto não é uma questão só de radicais de direita, é uma questão do mais comum dos mortais.
Não é necessário sermos estruturalmente racistas, para manifestarmos ideias erradas sobre o outro e este sentimento pode e manifesta-se em qualquer grupo étnico, mas tem força e maior expressão nos grupos dominantes que no nosso País serão os branco(como é óbvio)duma forma geral estes sentimentos são formatados por uma deficiente educação e informação, mas tornam-se mais difíceis de alterar quando são resultado de formas de poder, dos mais fortes sobre os mais fracos.
O último anónimo ficou um pouco baralhado com os seus sentimentos, compreendo, não é politicamente correcto deparar-se com a ideia de ser "racista" ou tão só ter-se ideias erradas ou preconcebidas com uma ideia tão negativa como é o racismo, não se sinta assim, eu próprio nem sempre me sinto confortável com o tema, por exemplo nunca me tinha confrontado com a questão dos descobrimentos ser uma forma de domínio e subjugação dos Povos, mas a verdade é que o foi, não no sentido de que alguns lugares como os Açores, Cabo Verde e Madeira, não terem população quando foram descobertas, mas na acepção de que os interesses que tiveram na origem destes descobrimentos foram a exploração dos Povos indígenas e das suas riquezas(não temos que ficar incomodados com este facto, pois esta de acordo com os tempos)bem como a escravatura que se seguiu na maior parte dos lugares dominados.
Que ideia é esta de uma pessoa não poder expressar a sua ideia sobre um tema, pelo facto do seu País estar implicado negativamente neste assunto?
Assim não podíamos falar(ou criticar)o Fascismo a colonização a escravatura, etc,etc.
Mas o tema era Olivença ou o Racismo?
A questão não é sermos politicamente correctos, mas sim, tão só correctos, com as ideias que são discutidas, e acima de tudo verdadeiros e de acordo com a analise mais consentânea com o tema que se discute.
Será pelo facto de uns serem objecto de racismo, que ficam ilibados se forem racistas?
O racismo não é certo se não for coisa de brancos, o racismo é errado ponto final.
Gostei sobretudo da ideia que estamos todos doidos se quisermos acabar com comportamentos errados e ainda mais com este meio termo no racismo como se ele fosse bom ou mau consoante a graduação do mesmo, seria uma coisa boa mas moderadamente como o álcool, o sal ou o Açúcar.
Eu pessoalmente me confesso, fiquei momentaneamente bloqueado com a ideia "dos descobrimentos serem uma forma de racismo" mas depois compreendi que de facto os descobrimentos embora enquadrados no seu tempo, como as cruzadas, foram por um lado uma forma de domínio e de exploração, mas também um estado de desenvolvimento histórico, económico e social, uma realidade histórica tem que ser lida de forma abrangente de acordo com os factos as conjunturas e as estruturas que as ajudam a compreender.
Seja como for, este é um tema que é para ser debatido de forma livre e abrangente, só assim ele pode ser combatido das ideias e dos comportamentos.
Açor

Anónimo disse...

Por mais voltas e reviravoltas que se dê, os descobrimentos não foram uma forma de racismo, mas foram aos olhos dos valores do seculo XX, uma forma de domínio e de exploração de povos? Sim sem dúvida!
Mas vamos transpor os valores do período dos descobrimentos para os valores do seculo XX?
Se Portugal, Espanha e Inglaterra, tinham a bênção do Papa, que transpondo para o direito internacional do seculo XX, esta santidade representaria a ONU apoiava a evangelização dos povos, vamos nós, hoje no seculo XXI, classificar os nossos heróis como uns simples racistas e destruir todo e qualquer manifestação de regozijo pelo nosso passado e historia?
Mas uma definição, que define o racismo como uma forma de domínio e subjugação dos povos, corre o risco de um dia classificarmos, por exemplo, as invasões francesas como uma forma de racismo, o que no meu ponto de vista é totalmente absurdo confundir o desejo imperial territorial e subjugação dos mais fracos, como uma forma de racismo. Não o é ponto, é apenas uma avaliação da capacidade de resposta e de reacção dos territórios ou povos que se pretende dominar e explorar e nada têm a ver com raça!
Qualquer dia e com este tipo de exemplos, devemos nós portugueses questionar a legitimidade de sermos uma nação, com o argumento de que só somos uma nação devido a um caso de violência domestica. O Afonsinho era mimado e bateu na mãe e assim nasce Portugal!
Ridículo não?! Pois, mas é neste patamar que coloco as declarações do senhor Mamadou Ba e isto é profundamente grave uma vez que o mesmo estava naquele programa não na qualidade de cidadão, mas sim a representar a SOS Racismo e o que me transmitiu é que o mesmo é uma pessoa intolerante e radical o que descredibiliza a SOS Racismo.

Anónimo disse...

O incomparável Açor deixa-nos aqui mais uma exurrada de prosa...

Anónimo disse...

Caros anónimos
Gostaria mais de responder a pseudónimos, assim saberia a quem respondia, mas tudo bem, que venha os anónimos como um todo, indiferenciados...
Só sou incomparável, porque não sou anónimo, senão não sabia quem escrevia de uma certa maneira, mas vou tomar como um "elogio"...
Os descobrimentos não forem uma forma de racismo, foram sim uma forma de exploração dos Povos e neste contexto provocaram domínio nos Povos dominados e este domínio usou o racismo como uma estratégia, não só porque os Povos dominados eram diferentes, como seria mais fácil obrigar e subjugar os Povos quando se incute uma menoridade na cor da pele...
Existem autores que consideram que o racismo nada mais é do que uma forma de exploração do mais fraco.
Os movimentos históricos como as invasões Franceses, são de facto formas de exploração do mais forte sobre o mais fraco, usaram formas de chauvinismo e Racismo, mas de facto cada realidade tem que ser vista à luz dos seu tempo Histórico, mas isto não impede que se analise esta história sobre outros prismas.
Os descobrimentos(como tudo)podem ser analisados sobre diversos ângulos e à luz que se quiser...
Não é fácil tirar conclusões sobre uma pessoa, por meia dúzia de palavras, se consegue fazer isto das pessoas mencionadas, dou-lhe os meus parabéns, eu não consigo...
Seja como for, o importante é que o relacionamento entre os seres humanos, seja cada vez melhor e sobretudo que seja despido de preconceitos, classicismos, castas e tudo o mais que contribua para a descriminação seja ela de que razão for.
Pensar que tudo está bem em Portugal, no campo do anti racismo é uma ilusão...
Os comportamentos vão-se formatando, adequando e corrigindo à medida que os problemas são discutidos e interiorizados.
Saudações
Açor

Rui Rebelo Gamboa disse...

Eu não quero dar muito para este assunto. Aliás o meu post foi, na maioria dos pontos, pura ironia. No entanto, caro açor, não digo que tudo esteja bem em relação a antiracismo em Portugal, mas não acho que já se andou muito.
Alias, a questão é essa que tocou: o que é o racismo? Discriminar em função da cor da pele?

Anónimo disse...

Caro Rui Gamboa
Entendi que tinha escrito o post com ironia, penso que a forma como se escreve ajuda a passar a nossa mensagem, seja ela qual for, penso também que o que está verdadeiramente por detrás do racismo, não é a cor da Pele, mas a diferença que incomoda, no fim está o poder e a diferença social, seria quase impensável que Obama fosse descriminado por ser negro...
Estou não só de acordo que muito à a fazer contra o racismo e que nem sempre as instituições que representam esta luta são os melhores representantes desta luta,(como acontece com outros temas) como o racismo não é exclusivamente de brancos, contra outros, mas sim de todos os que usam a diferença para assim poderem tirar partido de alguém.
Que à muito a fazer há e neste contexto se deve investir na convivência social e multi-cultural tanto na escola como em toda a vida comunitária.
Açor

Anónimo disse...

Em 2006, publiquei na "Atlântico" um ensaio que terminava assim: "O politicamente correto vai alimentar o crescimento da extrema-direita." Porquê? O raciocínio que sustenta a posição politicamente correta é intrinsecamente racista. Sim, racista. O paternalismo da esquerda pós-colonial virou ao contrário o velho racismo colonial. O "outro" (o cigano, o muçulmano, o negro) continuou a ser tratado como uma criança inimputável. Etc. --- Henrique Raposo - EXPRESSO.
Pretinho Balelé.