A 'direita' em Portugal

Será seguro dizer que, em Portugal, as chamadas classes mais eruditas, que se identificam com os valores da ‘direita’, têm receio de o demonstrar?

Portugal é um país que virou à ‘esquerda’ no 25 de Abril e não fosse o 25 de Novembro, teria caído no comunismo. O próprio Henry Kissinger disse, na altura que Portugal seria uma espécie de Cuba, na Europa e que serviria de vacina para os outros países do Sul da Europa, nomeadamente Espanha e talvez Itália.

A Constituição portuguesa cai para a ‘esquerda’, o que dificulta, desde logo, a ‘direita’. Até aos dias de hoje, parece que ainda não houve um distanciamento suficiente do 25 de Abril e do peso que tem actualmente em quase todos os sectores da política, que permita que se critique abertamente a ‘esquerda’. Porque para se criticar a ‘esquerda’ é preciso ir buscar os valores da ‘direita’ e esses ainda estão muito ligados ainda ao salazarismo.

Para piorar a situação há o movimento de ‘extrema-direita’ que se está a desenvolver por toda a Europa e por Portugal também. E acho que é seguro dizer que aquilo que move a ‘extrema-direita’, não é o que move a ‘direita’. Para quem viu a reportagem que a RTP-1 apresentou, hoje dia 6 de Junho, sobre o P.N.R. e a extrema-direita em geral, em Portugal e na Europa, percebe que a sua grande motivação continua a ser aquela que Hitler proclama no Mein Kampf, ou seja a superioridade da raça branca (já não deve ser ariana), sobre as demais e, neste sentido, a evacuação daquelas da Europa.

É fácil perceber porque razão há uma grande relutância em relação à ‘direita’ em Portugal. A ligação fácil é sempre feita ao salazarismo, à extrema-direita, porque interessa à ‘esquerda’, que, no fundo, manda em Portugal.


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