Passada que está uma semana das eleições para o Congresso e Senado dos EUA, está na altura de fazer uma pequena reflexão.
Os Democratas venceram, num sistema bi-partidário como é o estadunidense, isso quer dizer, na prática, que têm maioria em ambas as câmaras. O Presidente, Bush vê-se, agora perante um governo de co-habitação, isso quer dizer que a sua governação está muito limitada ao Congresso e Senado, pois o sistema de checks and balances funciona mesmo nos EUA, ao contrário do que muitos europeus dizem.
Pode-se afirmar, com alguma certeza, que os americanos deram nota negativa à política de GW Bush, principalmente à política externa. O Iraque é a razão maior, mas não, como ouvi, porque o Iraque está pior, ou porque não se conseguiu levar a democracia, nada disso, o povo americano egoísta, como é e como dever ser, está a pensar nos seus soldados, está a pensar no Vietname, está a pensar, acima de tudo, que afinal o Iraque já não é um tão bom negócio para eles. Guantanamo, os voos da Cia, os escândalos sexuais do congressista Foley, etc não foram factores decisivos para a derrota Republicana.
Quanto ao futuro, e com os Democratas com as maiorias das Câmaras adivinha-se uma mudança na política externa de Bush. A primeira mudança foi o afastamento de Rumsfeld, fiéis a uma ideologia neo-conservadora, da escola de Leo Strauss, os republicanos apressaram-se a arranjar um escape goat (bode expiatório). No entanto, não se pode esperar muito da política externa amreicanaa a partir de agora: ou os democratas têm um excelente e milagroso plano para o Iraque, onde consigam, por um lado, retirar os seus soldados de uma forma digna e por outro mantenham algum poder na zona, conseguindo uma transição para um governo e para um exército iraquianos, que mantenha alguma paz, protegendo os seus interesses na zona. Ou então, e esta é que é a dura realidade, os Democratas não têm nenhum plano milagroso e o futuro da política americana no Iraque resume-se a uma de duas situações: ou retiram do Iraque, à lá Vietname dando aos inimigos da zona aquilo que pensarão ser uma vitória clara sob o invasor, fazendo crescer o elan e a motivação dos grupos extremistas islamitas na luta contra os americanos e perdendo a influencia sob as fontes energéticas da zona. Ou então mantêm-se na zona, prolongando a actual situação, com algumas políticas mais humanas na área dos Direitos Humanos, para atirar alguma areia para os olhos dos eleitores e da opinião pública internacional, mas mantendo toda a sua influencia no petróleo da zona, conservando, assim, todos os empregos nos EUA que dependem do Iraque, por outro lado a situação militar irá continuar e mesmo piorar, como todos os especialistas prevêem.
Portanto, o futuro não é risonho, porque não há soluções milagrosas e como os americanos dependem muito da energia que vem do Iraque, não vão querer sair sem ter alguma segurança no que respeita ao próximo governo iraquiano.
Os Democratas venceram, num sistema bi-partidário como é o estadunidense, isso quer dizer, na prática, que têm maioria em ambas as câmaras. O Presidente, Bush vê-se, agora perante um governo de co-habitação, isso quer dizer que a sua governação está muito limitada ao Congresso e Senado, pois o sistema de checks and balances funciona mesmo nos EUA, ao contrário do que muitos europeus dizem.
Pode-se afirmar, com alguma certeza, que os americanos deram nota negativa à política de GW Bush, principalmente à política externa. O Iraque é a razão maior, mas não, como ouvi, porque o Iraque está pior, ou porque não se conseguiu levar a democracia, nada disso, o povo americano egoísta, como é e como dever ser, está a pensar nos seus soldados, está a pensar no Vietname, está a pensar, acima de tudo, que afinal o Iraque já não é um tão bom negócio para eles. Guantanamo, os voos da Cia, os escândalos sexuais do congressista Foley, etc não foram factores decisivos para a derrota Republicana.
Quanto ao futuro, e com os Democratas com as maiorias das Câmaras adivinha-se uma mudança na política externa de Bush. A primeira mudança foi o afastamento de Rumsfeld, fiéis a uma ideologia neo-conservadora, da escola de Leo Strauss, os republicanos apressaram-se a arranjar um escape goat (bode expiatório). No entanto, não se pode esperar muito da política externa amreicanaa a partir de agora: ou os democratas têm um excelente e milagroso plano para o Iraque, onde consigam, por um lado, retirar os seus soldados de uma forma digna e por outro mantenham algum poder na zona, conseguindo uma transição para um governo e para um exército iraquianos, que mantenha alguma paz, protegendo os seus interesses na zona. Ou então, e esta é que é a dura realidade, os Democratas não têm nenhum plano milagroso e o futuro da política americana no Iraque resume-se a uma de duas situações: ou retiram do Iraque, à lá Vietname dando aos inimigos da zona aquilo que pensarão ser uma vitória clara sob o invasor, fazendo crescer o elan e a motivação dos grupos extremistas islamitas na luta contra os americanos e perdendo a influencia sob as fontes energéticas da zona. Ou então mantêm-se na zona, prolongando a actual situação, com algumas políticas mais humanas na área dos Direitos Humanos, para atirar alguma areia para os olhos dos eleitores e da opinião pública internacional, mas mantendo toda a sua influencia no petróleo da zona, conservando, assim, todos os empregos nos EUA que dependem do Iraque, por outro lado a situação militar irá continuar e mesmo piorar, como todos os especialistas prevêem.
Portanto, o futuro não é risonho, porque não há soluções milagrosas e como os americanos dependem muito da energia que vem do Iraque, não vão querer sair sem ter alguma segurança no que respeita ao próximo governo iraquiano.
Ao contrário de muitos movimentos de esquerda europeus que têm a segurança de saberem que nunca chegarão ao poder e, desta forma, podem criticar tudo e mais alguma coisa, dizendo sempre que está tudo mal e que têm sempre a solução –utópica, diga-se – os Democratas sabem que a realidade da governação é muito mais dura e complexa e, portanto, não podem fazer promessas milagrosas.
1 comentário:
Pois é caro Rui, esta derrota de Bush, que perdeu a maioria no congresso, pode, de certo modo, ter retirado um peso à administração Bush, pois agora a "resposabilidade" do que acontecer no pós-retirada, na transição total, vai recair sobre os Democratas que, dirá Bush, condicionaram os seus planos de transição.
A tarefa dos Democratas não vai ser fácil, mas espero que ao contrário no nosso BE ou PCP, os Democratas Americanos tenham, de facto, uma alternativa viável de retirada e entraga de poder aos Iraquianos. Pois, não tendo essa alternativa, hipotecam, em parte, uam vitória em 2008.
A questão que levantas - do perigo dos radicias islâmicos assumirem uma retirada total e apressada dos Americanos, como uma vitória da resistência Iraquiana, patrocinada pela Al-Quaeda -, é delicadissima, pois pode ser a catapulta porque esperavam os radicais para imporem Estados Islâmicos e instigarem à Guerra Santa contra os infiéis (Ocidentais...tudo o que não seja IslÂmico), ganhando assim, com os agora amigos Iranianos, uma força dificil de travar....um perigo global.
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