08 junho 2007

Ah, então é por causa disso!

Apesar de neste momento o tempo não estar muito convidativo para ir à praia, a verdade é que já esteve, e beneficiando do meu local de moradia, felizmente que já o fiz algumas vezes este ano. No entanto, numa só dessas ocasiões é que pude tomar banho, pela simples razão que o mar encontrava-se sempre pilhado de caravelas e águas-vivas, de dimensões verdadeiramente assustadoras.

Hoje, nas notícias da rádio (penso que era a Atlântida), ouço o eurodeputado, Dr. Paulo Casaca, a falar sobre quais eram as suas expectativas em relação a um recurso que o Governo Regional dos Açores interpôs junto Tribunal de 1ª Instância das Comunidades Europeias, contra o Conselho de Ministros da U.E., para anular um Regulamento, de 2004, que determinara a redução de protecção da Zona Exclusiva Açoreana de 200 milhas, para 100 milhas. Dizia o Dr. Paulo Casaca que, devido a essa redução, verificou-se o desaparecimento de uma certa espécie de tartarugas, que alimentam-se, exactamente, de caravelas e águas-vivas. Segundo Paulo Casaca é por essa razão que se tem vindo a ver tantas caravelas e águas-vivas, nos mares dos Açores.
Relativamente a responsabilidades, o melhor será ler o post "Mentirosos compulsivos", aqui.

3 comentários:

Pedro Lopes disse...

Muito me custou, enquanto Açoreano, ver Bruxelas arrancar-nos 100 milhas de oceâno, que eram um dos nossos maiores e melhores recursos naturais.

Mas, o meu comentário não se vai centrar no link que disponibilizas-te, pois considero o post que referes - "Mentirosos Compulsivos" -, como politiquices, embora importe saber quem não defendeu convenientemente os interesses dos Açores.

Quanto ao tema do teu post, caro Rui, devo dizer-te que todos os paraísos têm os seus "espinhos", e esta infestação anual (a SATA e outros inconvenientes), são os nosso males com que temos de lidar.

Mas, numa coisa Paulo Casaca e tu, têm razão, o número de águas-vivas e, especialmente, caravelas, que chega ás nossas praias e costas, é cada vez maior.

Recordo-me de, no~ano passado, por esta altura, a RTP-Açores, fazer uma reportagem na praia das milicias, retratando um número anormalmente grande de caravelas que, com as suas "velas" içadas, se espelhavam pelo areal.

Todos nós detestámos este flagelo por que temos de passar, sempre no ínicio da época balnear (sim, porque a partir de julho desaparecem, ou continuam a sua jornada), mas as caravelas são muito mais perigosas do que as alforrecas (que por cá se chamam águas-vivas), pois têm uma quantidade muito maior de vaneno e uns tentáculos maiores.

E agora, com os barcos mais perto da costa, que pelos vistos andam a apanhar tartarugas nas suas redes de pesca, quebra-se um elo na cadeia alimentar de um animal (tartaruga), tornando a sua presa (caravela e derivados) mais númerosa. É tão simples e claro como isto.

E isto é o mais vis´sivel, por nos afectar a todos enquanto banhistas. Pois no fundo do mar, onde estas quebras da cadeia alimentar não são tão visíveis, continua o saque aos recursos marinhos.....é pena que nem o nosso pedaço de mar que nos rodeia e nos une, as tais 200 milhas, fomos capazes de defender, exactamente para defender uma exploraçõa das espécies marinhas (que também se esgotam),de maneira sustentável.

Claudio Almeida disse...

Tartarugas!
São questões técnicas, o que é certo é que perdemos as nossas 200 milhas.

Mas é assim, ser da UE tem contrapartidas.

Agora temos de tentar reaver as 200 milhas.

Este não é propriamente um assunto que estou a vontade para falar.

Anónimo disse...

Caro Cláudio,

as Tartarugas são parte da explicação do número anormalmente grande de águas-vivas e caravelas nas nossas praias e, sugundo Paulo Casaca, é uma consequência da perda de 100 milhas de ZEE que eram da exclusividade dos Açores, de Portugal.

Recuperá-las, meu caro?

Isso já não é possível. Uma vez sob a jurisdição da UE, já não há volta a dar.

O que de devia quem de direito ter feito, entenda-se, os nossos governantes da altura, era uma defesa mais feroz e aguerrida, uma defesa sustentada na nossa ultraperiferia e no nosso sector das pescas (economia), para que não perdessemos metade das nossas águas. (agora, agora, parece que andam a empurrar as culpas uns para os outros, isso sim é acessório. Embora importe conhecer os culpados)

mas o triste, são as consequências dessa perda........