16 agosto 2007

Domingo: Hiper-Mercado ou Comércio Tradicional?

O tema da abertura, ou não, dos Hiper-Mercados aos Domingos á tarde, tem vindo a lume nos últimos dias, primeiro devido a uma sondagem realizada pela "Universidade Católica", que visava aferir do interesse, ou não, dos portugueses em terem possibilidade de ter acesso aos hipermercados aos Domingos, também á tarde. Mais recentemente foi noticia, pelo facto de uma Inspectora da ASAE ter mandado encerrar um Hipermercado que funcionava ás 20 horas, quando deveria ter encerrado ás 13 horas, por ser Domingo.

A referida sondagem da "Universidade Católica", revelou que 66% dos portugueses gostavam de poder fazer compras nos “Hipers” aos Domingos á tarde.

Para não me alongar muito, digo já que comungo da opinião da maioria dos entrevistados.

Primeiro, porque o comércio tradicional parece não aproveitar o actual encerramento ás 13 horas, para, abrindo as portas aos Domingos á tarde, poder apresentar-se como uma alternativa ás grandes superfícies comerciais. Assim, ficam os clientes, o público em geral, limitado na oferta de estabelecimentos comerciais, onde possa adquirir o que lhe aprouver. Depois, porque tal medida é de cariz proteccionista, e isto, num mercado livre, não deve ter lugar. O mercado tem outros mecanismos de regulação e adaptação.

Por isso, não vejo razão para não se permitir que os “Hipers” mantenham as suas portas abertas aos Domingos depois das 13 horas.

O que eu procuro num Hiper, é distinto do que procuro nas pequenas lojas ditas de comércio tradicional. Com diferenciação da oferta e da qualidade, eu vou aos dois lados……mesmo aos Domingos.

11 comentários:

Rui Rebelo Gamboa disse...

Enquanto cidadão, eu também diria que prefiro ter um hiper aberto ao domingo à tarde (embora só em caso de tragédia é que lá ia). Mas pensando de forma mais ampla, acho que deve haver alguma forma de protecção do comércio tradicional, não sei se proibindo a abertuta dos hiper aos domingos à tarde, mas alguma vantagem têm que ter, porque é uma competição desigual e o Estado deve, acima de tudo, zelar pelo bem-estar da comunidade em geral (este é um príncípio que ne sempre é respeitado) e há bens que só podem ser encontrados nas lojas. Agora, o dito comércio deve também cumprir a sua parte e inovar e criar formas de chamar o público, talvez como dizes, aproveitando os domingos e as alturas em que os hiper estão fechados (já há quem o faça, porque não todos?)

Para encontrares o que procuras nas pequenas lojas, é preciso antes de mais que estejam abertas, e para isso é preciso que se criem condições para que sobrevivam.

Anónimo disse...

Não Rui, eu sou contra medidas proteccionistas, medidas que impossibilitam e/ou limitam uns (comerciantes, no caso), para outros poderem manter a clientela ou sairem favorecidos.

Quem e como se escolhe quem fica beneficiado em detrimento de outro?

Uma coisa é uma qualquer autarquia ou outra entidade pública, ajudar a criar condições para que os comerciantes da sua localidade possam exercer as suas actividades de maneira mais facilitada e em melhores condições, outra é elaborar legislação em sentido restritivo, limitando uns e beneficiando outros.

E, os próprios comerciantes têm os seus representantes, por exemplo as Câmaras de Comércio e Industria, que têm obrigação de ouvir os seus associados e ajudá-los na evolução dos seus negócios.

Por isso, deixemos o mercado funcionar......com os devidos organismos reguladores.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Como dizem os ingleses "the bottom line is" o interesse da população em geral. E se, uma abertura dos mercados levar a uma diminuição da qualidade para o consumidor, eu não serei contra medidas proteccionistas, apenas por princípio. Antes pelo contrário, seria a favor de medidas que levassem à manutenção de certos serviços (comércio), que de outro modo não iriam sobreviver. Medidas que podem ser, desde facilidades de estacionamento para o comércio tradicional, até em última instância, medidas restritivas a quem lhes retira a clientela, feito com bom-senso, como é evidente, como é o caso de, em apenas metade de um dos 7 dias da semana. Porque, receio que um eventual desaparecimento do comércio tradicional, possa levar a uma situação de oligopóplio por parte das poucas empresas que controlam o comércio das grandes superficíes e levar a que (tal como está a acontcer) uma, ou duas empresas acabem por controlar tudo, levando depois a uma redução da qualidade e aumento de preços, resultante da ausência da dita competição. Em última análise, como disse no início, o que inportante é o interesse da população em geral e é isso que deve estar sempre presente em quem toma as decisões e, dito isso, resta responder a duas questões:
1. a sobrevivência do comércio tradicional é importante para o interesse da população?
2. se sim, o que devemos fazer para garantir que não desapareça?

Não quero também desresponsabilizar o próprio comércio tradicional, nomeadamente de PDL, que poderia e deveria tomar medidas, por forma a evitar o seu próprio fim e não manterem-se da mesma forma que há dez anos, quando não haviam os hiper.

Anónimo disse...

Rui, há consumidores para todo o tipo de produtos e, há produtos com preços para todas as carteiras, inclusive as mais chorudas, daí a questão que levantas da diminuição da qualidade é, a meyu ver, esvaziada de sentido.
Digo-te mais, estudos recentes apontam para um gradual aumento do consumo de produtos de luxo, que não se encontram própriamente á venda nos Hipers.

A tua questão número um, tem de ser antecedida desta; O que se entende por comércio tradicional?
Será todo aquele que não está numa grande superficie comercial?
Ou será aquele que está situado nos centros das localidades?
Que ramos de actividade engloba?

Rui, isto levado ao extremo leva-nos á questão das lojas dos Chineses, que por aí proliferam.

Elas existem, eu não tenho por hábito frequentá-las, mas se existem é porque têm clientela, logo sãpo aceites no mercado.

Por isso, eu acho que á lugar para todas, desde que haja adptação aos novos tempos.

Recordas-te do tempo em que era preciso ir a Lisboa para comprar uma roupinha de jeito e a um preço aceitável, pois por cá, devido á fraca oferta, os preços eram elevadissímnos.

E, Rui, não te esqueças que há profissões que desaparecem, pura e simplesmente porque o mercado já não vê utilidade nelas, logo estas deixam de ser viáveis económicamente para quem as exercia. Não vamos agora recuar no tempo, e começar a ver reabrir Ferreiros, Latoeriros, Afiadores de Facas com os seus característicos apitos, vendedores de carvão, etc...a evolução deixa para trás quem não se adapta, gostemos ou não.

Por isso caro Rui, criar melhores condições e estacionamento, entre outros pequenos incentivos públicos, é uma coisa, outra é começar a pensar em formas de "nos" protegermos do Bicho Papão dos Hipers e dos seus proprietários capitalistas. Isso não.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Eu estou a cingir-me, como é evidente e como afirmei antes, no comércio tradicional de PDL. E esse tem um problema que está directamente ligado ao surgimento das grandes superficies, isso é inegável. E é um problema que afecta não só o comércio, mas toda a cidade, portanto parece-me evidente que é preciso fazer alguma coisa. E tal como afirmei, não se pode esperar sempre que seja o governo a fazer, isso sabes bem que é das coisas com que mais me indigno, por isso também falo em evitar a desresponsabilização das pessoas interssadas. Falaste nos chineses, eu pensei neles antes, são um bom exemplo de como é possível estar aberto ao domingo à tarde e têm clientela, mas não será da responsabilidade das autoridades públicas intevir (para o bem-estar da população) e ver se aqueles produtos são os mais indicados?

Quanto aos latoeiros e ferreiros, as lojas do dito comércio tradicional (ainda) vendem muitas vezes os mesmos produtos que os hiper, portanto não acho uma comparação aceitável.

O capitalismo tem destas coisas, sim senhor, mas cabe aos governos intervir para não haver abusos, que podem muito bem descaracterizar uma cidade, em nome de uma evolução que não é desejável. E os exemplos estão aí, para serem conferidos, nos EUA tens em todo o lado um JC Penney e os 7-11 que são todos iguais em todo o lado. Nos países nórdicos tens uma série de negócios mesmo familiares que dão lucro e que dão uma riqueza cultural ao país que eu invejo.

Se não se proteger o comércio tradicional de PDL, ele morrerá e com ele toda uma dinâmica do centro da cidade que eu conheci, mas que já nãp vejo. Se continuar ond acabará? Se nos regermos apenas pelas leis de mercado, ficará só com lojas chinesas e casas de noite.

Mas não quero de forma nenhuma retirar a responsabiidade dos comerciantes da baixa de pdl, eles têm que perceber que há formas de competir com as grandes superficies e de haver co-habitação, mas com as autoridades públicas a fazerem o seu papel também.

Não se queira cair no capitlaismo selvagem, porque esse faz vitimas, sem dó nem piedade, é que é mesmo um papão e as provas estão à vista, a nível internacional então...

Anónimo disse...

Rui, o bem estar da população não tem aqui lugar (só o dos comerciantes que estão á rasca),digo eu, pois se as lojas do centro de Ponta Delgada não facturam mais, é porque a população se sente mais bem servida nos Hipers, logo não vê nelas grande utilidade, nem produtos distintos que não se encontrem nas grnades superficies comerciais.

Se os clientes não recorrem ao Conercio tradicional por falta de estacionamento, essa questão não se põe ao Domingo, e não é por isso que vejo mais lojas abertas e mais gente nas compras no centro.

Até porque se é para fazer compras de supermercado, continuam a haver alternativas ligadas aos Hipers aos domingos á tarde, como o caso do Modelo da Lagoa, ou do Sol-mar dos Valados, R. Gramde, etc..

Quando falo em profissãoes extintas ou em vias de, refiro-me á evolução dos tempos, das necessidades actuais, e daquilo que pode ainda ter lugar e utilidade em contraposição a negócios, que por mais gostemos, perdem a sua função social, e tornam-se obsoletos.
E, quando te referes a comercio tradicional que ainda vende o que os Hipers oferecem, creio que se pode aqui englobar as pequenas mercearias de bairro, que, por mais "ternura" que sintamos por elas, já não são viáveis, porque os antigos clientes procuram, agora, o que ali adquiriam nos Hipers, logo tornam-se inviáveis economicamente.

Quem tem culpa? Será que são os clientes que vão em busca de melhores preços ou o "pobre" merceeiro, que não pode combater os preços dos Hipers.
Seguramente que a "culpa" será endereçada aos hipers. Mas eles só são viáveis porque têm clientes.

E mais Rui, os Governos têm o seu papel, mas na criação de legislação que protega o consumidor, o público em geral, e não sub grupos ou áreas de negócio.

O que é importante para ti, pode não o ser para mim. Quem dita o que é ou não alvo de apoio e regimes excepcionais?

Já agora, o que os Governos podem e devem fazer, é o que está agora a ser feito na UE; ou seja, há legislação, por exemplo, que determina regras de segurança para os brinquedos vendidos nos países da UE. Logo, um grande carregamento de brinquedos vindo da China, não pode ser comercializado na UE porque estes não respeitam os parâmetros de segurança em vigor na Europa.

Assim, sim. Agora, regimes de excepção e medidas proteccionistas, não.


É como dizes, o capitalismo é mesmo papão, mas quanto a isso já nada podemos fazer.......a não ser ficarmos, novamente, "orgulhosamente sós".

Rui Rebelo Gamboa disse...

Esqueceste-te de falar na questão vital: a desertificação de PDL. É nesse caso em concrecto que estavamos a falar, não era? Ao ires buscar as mercearias, estás a radicalizar a minha posição, eu também não vejo como algumas pode continuar e não vejo problema nenhum nisso. O que sempre argumentei aqui, é que os governos têm a responsabilidade de proteger o bem-estar das pessoas, e esse bem-estar não se esgota nos hiper, antes pelo contrário, diminui bastante. Se as leis de mercado ditam que esse bem-estar despareça, então eu digo que se deve fazer alguma coisa sobre isso.

Não ficaremos "orgulhosamente sós", a própria UE, ao adoptar o mercado-livre, adopta simultâneamente políticas proteccionistas de forte cariz, ao colocar altas taxas nos produtos que vêm de fora, não permitindo que esses possam competir em igualdade com os internos, garantindo assim, que esses produtores se mantenham. Mais, nós somos a prova das medidias proteccionistas que a UE adopta, com as massivas transferências de capital que recebemos, porque se estívessemos à mercê do capitalismo, nem sei onde estávamos. Alías, este é um paralelismo que se pode fazer: os hiper vs. comércio tradicional em pdl e a Europa desenvolvida vs. regiões pobres, como os Açores. É que, é devido à nossa consição de ilhas periféricas, que não podemos competir, mas o capitalismo não quer saber disso para nada, tal qual o comércio tradicional tem razões porque não pode competir com as grandes superficies, mas como tu dizes: o capitalismo não pode olhar a essas razões.

Anónimo disse...

.....por mais que me custe, é assim.

Não há lugar a nostalgias nos negócios actuais, por mais que isso me custe.

A desertificação de PDL é outro problema, que pode estar interligado com este, ams nunca me referi nem abordei este assunto por essa perpectiva.

Quanto á UE, eu próprio dou um exemplo desses no meu coment anterior. Essas são as Leis e regras que regulamentam o mercado (de toda a UE).

Tu referes-te a nivel macro, eu abordo o nivel micro.

Em tom de provocação, pego no teu último post e pergunto: De que vale criar as Leis e definir as regras, para depois se abrirem, INDIVIDUALMENTE; regimes de exepção, que agradam a uns e limitam outros.

Rui, eu tb tinha por hábito, qd pequeno, acompanhar o meu pai á praça e a centro da cidade para as compras semanais. Recordo com nostalgia, mas são tempos idos, pois eu cresci, por mais que me custe.

Do mesmo modo, qd as sociedades, e, no caso em apreço, qd uma cidade evolui e cresce, há coisas boas que chegam e outras, tb boas, que tendem a desapareçer. Temos de saber vier com isso, por mais que isto nos custe.

Dei, inclusive, um exemplo dessa realidade, referindo-me á limitada oferta e elevado preço da roupa em PDL há 20 anso atrás. Quase valia a pena ir a Lisboa ás compras de Natal.(!)

Não temos de nos render a esta evidência, mas tb temos de ter consciência de que os processos evolutivos trazem mudanças agradáveis e outras nem tanto.

Ás entidades públicas cabe a função, como dizes, de criar bem estar (parece que as nossas definições de bemn estar divergem um pouco), mas não deve, digo eu, interferir no mercado, sob pena de estar a defender o bem estar de uns, em detrimento do bem estar de outros.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Eu sou a favor de medidas proteccionistas, quando estudadas e avaliadas as condições de quem beneficia com elas Creio que é uma forma de se garantir qualidade. Está mais que provado que o capitalismo selvagem trás grandes males para as sociedades.

O exemplo que deste da UE, das garantias de qualidade dos produtos chineses, não é o que eu falo. Eu falo em taxas aduaneiras altíssimas que são aplicadas em produtos (que muitas vezes têm melhor qualidade que os europeus) que vêm de fora da Europa. Podes falar em marco ou micro, mas o princípio é o mesmo. Trata-se de garantir a sobrevivência de quem perde no jogo do capitalismo, mas que tem algo de positivo a oferecer ao bem-estar e à riqueza da sociedade, que não se mede só em cifrões.

O que está em discussão é escolher se queremos que sejam as leis de mercado, só por si, a ditar a evolução da nossa sociedade, ou se queremos nós enquanto sociedade organizada a ditar essa evolução, aproveitando o melhor que o capitlaismo tem de melhor e evitando o que tem de pior.

Qunado dizes "qd as sociedades, e, no caso em apreço, qd uma cidade evolui e cresce, há coisas boas que chegam e outras, tb boas, que tendem a desapareçer", eu pergunto porque razão essas coisas boas têm que desaparecer. Não pode a sociedade organizada impor-se e dizer que não as quer perder, pegando, para tal, nos lucros que as grandes corporações fazem e aproveitá-los para tal? É essa co-habitação que se pretende numa social-democracia e nunca cair nos extremismos do capitalismo selvagem...

Anónimo disse...

Por enquanto, ainda não percebi se somos nós que procuramos as superfícies comerciais, ou se são elas que nos perseguem a nós.Imaginem que as funerárias adoptam a generalidade dos procedimentos.

Anónimo disse...

procuras uma variação na oferta. deixa-me rir. so vendem produtos de merda e ainda dizes que vais atras da variação.
vou-te contar uma historia que aconteceu comigo.
não foi num hiper mas foi na wo@ten k é tudo do mesmo.
comprei la um gps, e passado 4 mesas pifou o gajp. la foi eu para o mandar arranjar. disseram passado 30 dias e tal. eu esperei.
passadosm 32 dias visto que não diziam nada foi la e sabes qual foi o meu espanto. foi gamado.
sim no dia a seguir a entrega para arranjo o gps desapareceu, disserem que ouve uma anormalia no processo. depois eu perguntei-lhe ah nos vamos verificar e amanha ligamos-lhe. eu tudo bem ligaram a dizer que ainda não tinha sido possivel e pediu-me para o dia seguinte se podia esperar. tudo bem
no outro dia ligar esquece tive de la ir eu para falar com eles. resposta deles o responsavel pelos gamansos so esta aqui amanha. la vou eu no dia a seguir outra vez para falar com o gajo e apos 45 minutos a espera diz-me ele que ainda não pode resolver a situação pk tem de ver as camaras, insinuando que podia ter sido eu a levantar-lo ou coisa do genero.
eu ok foi no dia a seguir posseram-me meia hora a espera e depois viram-se para mim tem o resto dos acessorios consigo, e eu como é logico não, eles à para repormos tem de os ter. e eu ok foi buscar-los a casa mais 1 hora perdida.
resumindo tudo esquanto la estive a espera eram 3 pessoas sempre no atndimento sabem a fazer o k? reclamações so reclamações.
apartir de agora prefiro as pequenas lojas ou menos tenho a certaza que se me roubarem dão-mo logo e não tenho de esperar pelo quim tonio e manuel.