01 fevereiro 2008

Regicídio


11 comentários:

Anónimo disse...

Faz hoje cem anos que foram mortos dois combatentes da liberdade depois de terem morto um Rei.
O mesmo Rei que dias antes tinha assinado legislação que permitia o desterro por "delito de opinião".
Bom homem Dom Carlos, ao nível das paixões sociais e demais jogo corrido de então, melhor agora que o termo de comparação com os governantes de nossos dias não o desmerece.
"Tivessemos nós um rei, assim vitalicio e tudo." Antes por Deus, que pelo Grande Capital.
Rei morto, Rei certo.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Faz hoje cem anos que foram mortos dois assassinos.

Por muitos defeitos que D. Carlos ou a Monarquia tivessem, comemora-se hoje apenas o bárbaro assassinato do Chefe de Estado. Dos assassinos a História só deve rezar que eram isso mesmo, assassinos.

Quem verdadeiramente governava era João Franco.

Anónimo disse...

Caro Rui, não foi essa a leitura da (Assembleia da ) Républica.

O voto de pesar, não passou.

....ainda assim, o barco "do" Rei continua a desbravar Oceano.

Rui Rebelo Gamboa disse...

Não passou sob o argumento que seria um ataque à Republica.

Onde um voto de pesar a um assassinato, com tiro pelas costas, no meio da rua, do Chefe de Estado (mesmo sendo o Rei), pode ser um ataque à Republica? A passagem para Republica poderia ter sido feita doutra forma, a Monarquia estava doente ha muito, era uma questão de tempo. E é necessário ser-se magnânimo o suficiente para, passado um século, a casa da Democracia, reconhecer o assassinato de um antigo Chefe de Estado de Portugal. Não há ataque nenhum à Republica, é preciso analisar isto com a necessária prespectiva histórica.

Anónimo disse...

pois é

Anónimo disse...

e tem razão, aquele que mata é um assassino,

há, no entanto, várias formas de matar
e de moer

e do moer percebem bem os portugueses
mesmo os que não vão em festas

olhe bem para a expressão regicidio e pergunte-se porque é que um rei quando morre não morre como uma pessoa, mas tão somente como um rei

Deus, nem na morte conseguem ser iguais

Anónimo disse...

claro que podemos sempre implementar e difundir e até banalizar a expressão, ainda que singular, "taxisticidio"

Rui Rebelo Gamboa disse...

Ouça, eu reconheço os defeitos da Monarquia. Mas também lhe digo que é um erro querer reconhecer a igualdade em todo o lado, isso não existe. A diferença, meu caro, é que o que deve criar essas diferenças é meritocracia e nunca o berço.

E mesmo um Rei, se cometer um acto vil como aquele de que estamos a falar, também será (pelo menos para mim) um assassino. Aí estão todos em igualdade.

Cumps!

Blueminerva disse...

E uns aninhos depois mergulhava-mos na ditadura mais longa da Europa... as coisas poderiam ter sido diferentes, se o processo de transição (monarquia-república) tivesse sido menos abrupto.
Um abraço

Blueminerva disse...

Quanto ao voto de pesar... também não me parece que o PPM celebre o 5 de Outubro.
Um abraço

Rui Rebelo Gamboa disse...

Minha Cara,

Penso não serem situações comparáveis. Desde logo porque o PPM representa-se a si próprio e a AR representa todo o país.

O PPM pode não celebrar o 5 de Outubro, porque esse representa o fim da Monarquia. A morte do Rei não implica em nada com o fim da Republica. Por um lado estamos a falar de uma celebração, por outro estamos a falar de um voto de pesar.