19 janeiro 2009

XVIII Congresso Regional do PSD Açores - Rescaldo

O XVIII Congresso Regional do PSD Açores acabou, dando lugar agora a uma longa e dura caminhada até 2012. Sente-se que o Partido está unido, respira-se um ambiente de esperança renovada. A grande responsável é evidentemente Berta Cabral. Três factores fazem da nova presidente do PSD Açores a pessoa certa no lugar certo;

1) uma estratégia e uma visão global para a sociedade açoriana. Berta Cabral fala com conhecimento, nota-se que pensa os problemas dos Açores e que tem soluções. E ao contrário de outros partidos, Berta Cabral é coerente com as linhas fundamentais do PSD, a social-democracia de centro-direita.

2) Capacidade de trabalho. O seu desempenho como Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada não deixa margem para dúvidas, Berta Cabral não vira as costas ao trabalho. E este é um factor importante na medida em que influencia todos à sua volta, desde os seus mais próximos colaboradores, até à população em geral, elevando, obrigatoriamente, a produtividade.

3) Liderança forte. Por muito que quem ocupe a cadeira de líder de um partido reúna as qualidades supra mencionadas, sem ter características de líder, dificilmente terá sucesso. Não é fácil dizer exactamente o que são essas características, é algo que se sente e está relacionado com empatia. Há outros políticos que recentemente também demonstraram ter esta capacidade, desde logo Carlos César, mas também Santana Lopes, José Sócrates, Jerónimo de Sousa, só para mencionar alguns.

O caminho não será então fácil para o PSD até 2012, mas as perspectivas são, sem dúvida, as melhores dos últimos 12 anos. A parte mais difícil do caminho começa agora e há algumas questões que se colocam à nova direcção. Desde logo a tão desejada renovação, apesar de cerca de 70% dos dirigentes que agora iniciam funções serem novos em relação ao passado, a verdade é que parece que a renovação não foi assim tão marcante, o que não apresenta grande problema. A renovação, dentro de um partido grande como é o PSD Açores, tem que ser feita, em primeiro lugar, com militantes que estejam dispostos a colaborar e que acrescentem algo. Depois, tem que ser feita na juventude e em militantes de nova geração. Neste campo, porém, não é fácil renovar, pois dos poucos jovens que se alistam em partidos hoje em dia, pouquíssimos escolhem o partido que está na oposição, preferindo a segurança que o partido que está no poder oferece. Mas há excepções, que têm que ser valorizadas.

Depois, as intervenções, propriamente ditas. A ideia que fica é que, na maioria, os congressistas querem subir ao púlpito para mostrar serviço. Este facto, por si só não trás qualquer problema, no entanto estas intervenções caracterizam-se quase sempre por serem um rol de lugares-comuns, de expressões vazias de sentido, que não acrescentam nada de novo, a não ser vivacidade momentânea, resultante do entusiasmo a que geralmente estão ligadas. Admito que esta é uma questão de opção pessoal, pois o Congresso também é o lugar próprio para começar a incentivar as pessoas em torno do novo projecto. Prefiro, no entanto, as intervenções que acrescentam algo para o debate de ideias, que apresentam os problemas e as possíveis soluções e houve algumas. Por motivos de solidariedade bloguísta, destaco apenas dois casos: o João Nuno Almeida e Sousa, que falou de três problemas concretos: RSI, insegurança, monopólio SATA/TAP e o Cláudio Almeida que apresentou uma moção com muita informação, demonstrando ter feito muito “trabalho de casa”. A ambos, já agora, quero desejar (agora publicamente) tudo de bom nas funções que vão desempenhar.

Finalmente, é necessário apontar que não é necessário falar dos adversários. Tal como Berta Cabral disse na sua intervenção final, a vitória do PSD em 2012 acontecerá por mérito próprio do partido que agora lidera e não por algum provável demérito do PS. O importante mesmo para o PSD é estar concentrado nos Açores e nos açorianos. No entanto, muitas intervenções preferiram destacar as lutas internas do PS como factor decisivo para a vitória do PSD.

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