Regresso aos livros. No caso, Antero e a sua visão para uma União Ibérica, assente numa Republica Federal. Causas da Decadência dos Povos Peninsulares, Portugal Perante a Revolução de Espanha, as diversas cartas que escreveu e as Actas do Congresso Anteriano, que teve lugar em Outubro de 1991, nas comemorações do centenário da sua morte, estão em cima da mesa.
A ideia que o poeta micaelense defende para o futuro político da Península Ibérica não se baseia num conhecimento do terreno dos dois países, ao contrário de Oliveira Martins, mas sim nos conceitos teóricos de autores como Tocqueville, Proudhon ou Vítor Hugo. É, por isso, uma visão utópica e desfasada da realidade, que o próprio Antero acabou, já nos últimos anos da sua vida, por abandonar.
Ficam dois excertos de cartas que escreve exactamente a Oliveira Martins, em 1883 e a Wilhelm Storck, em 1887:
“Li com grande prazer os seus artigos na Democracia. Acho-os fortes; fortemente pensados, e abalaram o meu enraizado federalismo. Eu via a questão por um lado puramente histórico, e é por isso que não concebia para Espanha outra solução. Mas V. fez-me ver que o federalismo para ser histórico hoje tem de ter a forma da história de hoje, isto é, tem de absorver em si a substância da revolução social; fora disto é nada – menos que nada”
“Durante o ano de 1867 e parte de 68 viajei em França e Espanha e visitei os Estados Unidos da América. No fim desse ano de 68 publiquei o folheto: Portugal perante a Revolução de Espanha. Advogava aí a União Ibérica por meio da República Federal, então representada em Espanha por Castelar, Pi y Margall e a maioria das Cortes Constituintes. Era uma grande ilusão, da qual porém só desisti (como de muitas outras desse tempo) à força de golpes brutais e repetidos da experiência. Tanto custa a corrigir um certo falso idealismo nas coisas da sociedade”
A ideia que o poeta micaelense defende para o futuro político da Península Ibérica não se baseia num conhecimento do terreno dos dois países, ao contrário de Oliveira Martins, mas sim nos conceitos teóricos de autores como Tocqueville, Proudhon ou Vítor Hugo. É, por isso, uma visão utópica e desfasada da realidade, que o próprio Antero acabou, já nos últimos anos da sua vida, por abandonar.
Ficam dois excertos de cartas que escreve exactamente a Oliveira Martins, em 1883 e a Wilhelm Storck, em 1887:
“Li com grande prazer os seus artigos na Democracia. Acho-os fortes; fortemente pensados, e abalaram o meu enraizado federalismo. Eu via a questão por um lado puramente histórico, e é por isso que não concebia para Espanha outra solução. Mas V. fez-me ver que o federalismo para ser histórico hoje tem de ter a forma da história de hoje, isto é, tem de absorver em si a substância da revolução social; fora disto é nada – menos que nada”
“Durante o ano de 1867 e parte de 68 viajei em França e Espanha e visitei os Estados Unidos da América. No fim desse ano de 68 publiquei o folheto: Portugal perante a Revolução de Espanha. Advogava aí a União Ibérica por meio da República Federal, então representada em Espanha por Castelar, Pi y Margall e a maioria das Cortes Constituintes. Era uma grande ilusão, da qual porém só desisti (como de muitas outras desse tempo) à força de golpes brutais e repetidos da experiência. Tanto custa a corrigir um certo falso idealismo nas coisas da sociedade”
1 comentário:
Antero, o Grande.
Aceitar os erros e corrigi-los, só está ao alcançe de Homens que estão dispostos a aceitar as desilusões. Mas estas doem, e Antero não aguentou receber tantos "golpes brutais", e decidiu ser ele a ditar o seu final....e o local.
Républicas Federais....Antero estava muito à frente do seu tempo. Nos dias que correm, as suas desilusões seriam outras.
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