Confrontados com os casos BPN e Freeport, nós não sabemos bem como reagir, porque no fundo a responsabilidade é nossa, de cada cidadão. O sistema está a cair de podre e nós, a contar os tostões, nem temos tempo para nos darmos conta disso. Preferimos tapar o sol com a peneira, fazer de conta que está tudo bem, porque não queremos, nem podemos, enfrentar a realidade, uma vez que estamos todos envolvidos no sistema, seja por via dos créditos à habitação, seja por via do emprego que, de uma forma, ou de outra, está dependente do Estado, em particular, ou do sistema, em geral. E se esse sistema cair, nós tememos pelas nossas escassas garantias e pelas nossas famílias. Não nos podemos dar ao luxo de enfrentar o sistema.
Somos responsáveis porque, para o bem e o para o mal, vivemos numa democracia, onde as vontades das maiorias são vinculativas. E o problema é de cidadania e de participação, ou melhor, da ausência destas. O sistema é partidário, por isso essa participação tem que passar pelos partidos políticos, não se pode permitir que hordas de burlões assumam lugares de destaque nas cúpulas partidárias, porque, evidentemente, irão desvirtuar o sistema e em vez de servirem os partidos e o bem comum, servem-se eles próprios dos partidos e dos bens comuns. Repare-se que o denominador comum de cada um dos escândalos que assistimos são os partidos políticos. As pessoas a que me refiro raramente assumem as lideranças partidárias, preferem ficar em posições de chefia, mas com menor exposição. Neste contexto, o caso de Sócrates é uma excepção que pode ser explicada pela sua excessiva vaidade.
Por estas razões, acredito, cada vez mais, que a participação activa ao nível partidário terá que ser a reacção de todos os que se sentem afectados pelo estado de coisas a que se chegou. E se isso não for possível, pelo menos que se vote. Este ano há três actos eleitorais, usemo-los. Não é preciso ir tão longe como Manuela Ferreira Leite, ao ponto de só com seis meses sem democracia a coisa ir ao lugar, para curar a democracia, bastam bons anti-corpos. É possível, portanto, enfrentar o sistema, mas por dentro.
Somos responsáveis porque, para o bem e o para o mal, vivemos numa democracia, onde as vontades das maiorias são vinculativas. E o problema é de cidadania e de participação, ou melhor, da ausência destas. O sistema é partidário, por isso essa participação tem que passar pelos partidos políticos, não se pode permitir que hordas de burlões assumam lugares de destaque nas cúpulas partidárias, porque, evidentemente, irão desvirtuar o sistema e em vez de servirem os partidos e o bem comum, servem-se eles próprios dos partidos e dos bens comuns. Repare-se que o denominador comum de cada um dos escândalos que assistimos são os partidos políticos. As pessoas a que me refiro raramente assumem as lideranças partidárias, preferem ficar em posições de chefia, mas com menor exposição. Neste contexto, o caso de Sócrates é uma excepção que pode ser explicada pela sua excessiva vaidade.
Por estas razões, acredito, cada vez mais, que a participação activa ao nível partidário terá que ser a reacção de todos os que se sentem afectados pelo estado de coisas a que se chegou. E se isso não for possível, pelo menos que se vote. Este ano há três actos eleitorais, usemo-los. Não é preciso ir tão longe como Manuela Ferreira Leite, ao ponto de só com seis meses sem democracia a coisa ir ao lugar, para curar a democracia, bastam bons anti-corpos. É possível, portanto, enfrentar o sistema, mas por dentro.
1 comentário:
O denominador comum destes escândalos não são OS partidos!
O denominador comum são PS e PSD! (embora com justeza se pudesse incluir o CDS-PP. Basta lembrar a casa de Nobre Guedes construida no parque natural da Arrábida enquanto foi ministro do ambiente ou a bela escandaleira de Marco de Canavezes)
O denominador comum destes escândalos são aquilo a que certos comentadores chamam "os partidos do arco da governabilidade". Pois!
Mas estou plenamente de acordo com a conclusão a que chega: é possível enfrentar isto. Yes, we can!
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