Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.
Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!
in Poema do Silêncio, José Régio (excerto)
5 comentários:
Muito bem, senhor Almeida!. Eis uma excelente forma de nos aliviar o stresse do início de semana. A paz chegou. Deixo-lhe um outro excelente poema do José Régio. E quando vier ao Funchal, será certamente bem recebido pelas gentes desta ilha-irmã.
Soneto de amor
Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.
Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
Capristano de Abreu (1853-1927), historiador brasileiro, cuja obra mais famosa é Capítulos de história colonial, ao noticiar o lançamento do livro "Memória Póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis, define que o fundamental do referido livro é a "filosofia social que está implícita", "filosofia triste" de um "defunto, que nada tendo a perder, nada tendo a ganhar, pode despejar até às fezes quanto se contém nas suas recordações".
Saudações
Perdoem-me o desvairo mental mas nada mais me ocorre...
Pronto, já sei, estou maníaco com Machado de Assis...
Fezes? Caca de galinha? Cócó? Guinha? Não, apenas pascoalices!
Xiça...
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